Edição 08

Espaço pedagógico

A atitude do professor quando algo perturba o trabalho

Embora hoje a escola ofereça variadíssimos estímulos ao estudante interessado e indagador, não raro o professor se vê em classe diante de alguns alunos demasiadamente inquietos, insatisfeitos e turbulentos.

Inicialmente, lembramos que, ao executar uma tarefa, pela simples razão de executá-la, sem que seja do interesse próprio, toda criança reage de forma negativa, principalmente quando o trabalho é uma imposição. É preferível que o aluno, à medida que vai crescendo e desenvolvendo suas habilidades, aprenda a fazer certo e da melhor maneira o que gosta e o que necessita fazer longe das ordens categóricas.

Dentro de sua própria liberdade, toda criança, pouco a pouco, aprende a disciplinar a sua conduta. Os pequenos alunos do curso primário começam a compreender muito cedo a existência de sinais, mapas, estradas, demarcações, regras, aceitam e compreendem essas restrições como necessárias à própria segurança.

De modo geral, a boa disciplina é resultante de uma situação de aprendizagem atraente e do interesse infantil. A não ser por motivos de ordem emocional, é raro que uma criança interessada se transforme num problema de mau comportamento.

Quando planejamos juntas as atividades, as crianças conseguem manter, por algum tempo, o entusiasmo e serão capazes de executá-las com bastante interesse. Quando, entretanto, isso ocorre, havendo alunos que perturbem o trabalho em classe, estará o professor diante de uma situação que exige, de sua parte, um cuidado especial. Diante de problemas dessa natureza, alguns adultos, impensadamente ou emocionalmente perturbados, valem-se, muitas vezes, de sanções de proporções exageradas, à mercê de sua irritabilidade. Uma boa maneira de chamar a atenção necessita de reflexão. Por que o aluno está fugindo ao trabalho? O trabalho é atraente? Oferece dificuldades em demasia? É superior às possibilidades do aluno?

Um professor queixava-se de que certo aluno costumava rasgar constantemente as páginas do caderno, ao iniciar um trabalho destinado a seu grupo. Em nova observação, verificara que esse aluno assim procedia porque não conseguia, executar o trabalho pedido, por julga-lo difícil. “… Não posso, não sei fazer…” foram suas palavras. Depois de algum tempo, entretanto, após uma explicação e um entendimento especial do professor, o referido aluno passou a realizar as suas tarefas sem precisar se valer da agressividade anteriormente utilizada.

Muitas vezes, o bom relacionamento entre o professor e cada aluno, individualmente, diminuirá, em grande parte, as condutas erradas, as falhas e poderá facilitar muito a forma como os alunos recebem a orientação firme e convicta do professor.

Uma conversa mais ou menos seguida e pormenorizada com os pais poderá resolver as preocupações do professor. Uma criança que no lar está habituada a resolver sozinha seus problemas, tanto na alimentação como no vestuário, nos cuidados com seus objetos, na higiene pessoal, é um candidato a aceitar com mais responsabilidades as tarefas de classe.

E é oportuno lembrar que, para todo aluno obter um grau de
rendimento desejável, faz-se basicamente importante:

Saber autodeterminar-se, provavelmente será um aluno independente.

Estar em boas condições de saúde.

Sentir amor e segurança com o apoio dos pais.

Ter em classe um clima emocional satisfatório.

Relacionar-se bem com o professor e os colegas.

Saber brincar e trabalhar em grupo.

Saber avaliar as suas possibilidades.

Estar em condições de participar de planejamentos, programações, visitas, etc.

 

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