Edição 20

Espaço pedagógico

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

Cada escola é diferente em sua estrutura física, o que, naturalmente, não foi decisão dos professores: as medidas, os espaços e as determinadas distribuições são fixas. O que é possível é adaptar os espaços às necessidades educativas do centro.

Se nos fosse perguntado se o espaço condiciona o tipo de intervenção educativa e a relação que se estabelece na escola, com certeza, a maioria de nós responderia que, ainda que não seja uma condição determinante, o espaço e a sua organização têm grande influência no bem-estar dos profissionais e, ainda mais, das crianças pequenas. As crianças necessitam de espaços abertos e com o mínimo de condições higiênicas e físicas (luz, ventilação, amplitude, etc.) para sentirem-se à vontade. Se o espaço for muito pequeno, pouco iluminado e não acolhedor, provavelmente vai gerar apatia, agressividade, nervosismo e uma sensação de incômodo nas crianças.

É preciso decorar e organizar o espaço de maneira que fique acolhedor, seguro, amplo e funcional para os deslocamentos. Um espaço acolhedor, harmonioso e funcional, mesmo que não garanta um comportamento adequado, é uma condição básica para consegui-lo.
Espaços e necessidades
Ao considerarmos as pessoas que utilizam os espaços da escola, devemos lembrar das crianças, dos profissionais, do pessoal que trabalha indiretamente com as crianças, dos pais que trazem seus filhos: cada um tem diferentes necessidades relacionadas com a função que desempenha na escola. Não se pode deixar de ter essa visão mais ampla, que inclui todos os usuários e as usuárias do centro. Mesmo que concordemos que, no contexto escolar, o mais importante é a criança e o seu bem-estar, é preciso lembrar que, para isso acontecer, é necessário que os demais trabalhadores também se sintam à vontade e contem com o espaço necessário para realizar bem sua tarefa.

Essas necessidades requerem, algumas vezes, espaços diferentes e, em outras, realizam-se em espaços polivalentes, conforme as diferentes funções e os diferentes momentos.

As diversas necessidades das crianças pequenas, como jogar, brincar, aprender, dormir, comer, chegar, brincar ao ar livre, lavar-se e fazer suas necessidades fisiológicas, precisam ser resolvidas na sala, no dormitório ou no pátio. Mais adiante, revisaremos os espaços básicos necessários em uma escola de educação infantil: a entrada, o pátio, a sala, a cozinha, etc.

Por sua vez, os professores e os outros profissionais necessitam de um lugar onde possam conversar e trabalhar em equipe, um lugar para guardar seu material, para receber visitas, para preparar as refeições e distribuí-las, para realizar as tarefas administrativas, para trocar de roupa, e de um lavabo, etc.; nesses diferentes espaços da escola, realizam as diferentes tarefas que lhes compete.

Por último, com relação à família, é preciso dispor de um espaço para conversar com a educadora, para receber e dar informações, para despedir-se e reencontrar-se, para relacionar-se entre si e estabelecer relações com pessoas de outras famílias.

Em muitas ocasiões, os espaços de que dispomos são muito limitados. Nessas situações, é preciso usar a imaginação para poder fazê-los polivalentes ao máximo e adaptá-los às diferentes necessidades que vão surgindo.
Como decorar a escola?
Não se trata de fazer uma escola “de revista” ou decorada à última moda, mas é muito importante cuidar do aspecto e do ambiente do espaço físico.

Tal como já dissemos, cabe incentivar as iniciativas dos diferentes membros da equipe e saber valorizar positivamente as diferentes opiniões de cada um. Por esse motivo, mesmo sendo essa uma tarefa que requer concordância e decisão de todos, em cada escola sempre encontramos uma ou mais pessoas que têm mais gosto ou interesse por tais questões e que podem assumir a função de preocupar-se um pouco mais para que o espaço seja acolhedor para todos. Essas pessoas devem ocupar-se da elaboração de propostas para que a distribuição e a organização corresponda às diferentes necessidades que são detectadas e para que as pessoas tenham uma impressão agradável e acolhedora do ambiente.

Enfim, mais que o efeito estético, convém cuidar do efeito geral de sentir-se à vontade em um ou em outro espaço. Portanto, não se trata de fazer uma combinação de cores muito trabalhada, que até pode resultar fria e impessoal, mas de criar uma sensação de lugar acolhedor, vivo, em que se possam fazer modificações de acordo com as necessidades das crianças e dos grupos e onde se necessite de espaços diferenciados e pessoais.

Nesse sentido, as cortinas, as almofadas, os tecidos combinados, os papéis de parede e os quadros, os móveis trazidos de casa e reaproveitados podem criar um lugar vivo, o qual, necessariamente, deve ser modificado, de acordo com os momentos e as funções do cotidiano escolar.

Os móveis baixos e fáceis de deslocar e que possam servir como divisórias em determinados momentos são de grande utilidade na escola, também porque poderão ser acoplados em diversas situações. Muitas escolas têm encontrado maneiras originais de compor e adaptar os móveis ao ambiente; encontraremos, igualmente, vários exemplos em publicações (SAUSSOIS, 1991, 1992; TAVERNIER, 1987, 1991; TRUEBA, 1994; e WILLIS, 1990).

Ao organizar ou decorar os espaços, é preciso colocar-se no lugar das crianças e tentar valorizá-los com “olhos e medidas de crianças”. Às vezes, a decoração é pensada para pessoas adultas, numa perspectiva que, evidentemente, fica bastante distante da infantil. É uma boa idéia agachar-se ao entrar no espaço que se está decorando e observá-lo da mesma altura que os pequenos o fazem. Por esse motivo, muitas vezes, um rebaixamento de teto, efeito resultante de um tecido dependurado harmoniosamente, torna-se acolhedor para os pequenos e favorece um ambiente mais próximo às suas medidas.

É muito importante que a escola disponha de luz natural nos ambientes e de janelas baixas, por meio das quais as crianças podem ver e ampliar suas experiências. Quando as janelas dão acesso ao pátio, é altamente vantajoso, porque se pode controlar as crianças que começam a sair, os meninos e as meninas podem observar os outros brincando e jogando e podem ficar com vontade de acompanhá-los. Os espaços amplos e com boa visibilidade produzem um ambiente mais tranqüilo e relaxante.
Portas abertas ou fechadas?
Nessa etapa, existem experiências muito interessantes em relação à utilização de espaços abertos e não-divididos.

espaco2Há escolas que criam oficinas comuns, nas quais crianças de diferentes grupos brincam, jogam ou trabalham. Outras escolas utilizam espaços comuns (corredores, vestiários) para oferecer propostas de jogos a todos os grupos. Em alguns centros, realizam-se determinadas atividades comuns e coletivas, em um ou mais dias da semana. As possibilidades de organização, nesse sentido, devem-se às iniciativas dos professores que as planejaram e são bastante variadas.

Por trás dessas propostas, identifica-se a idéia de não criar grupos fechados e separados e de estimular as relações mais diversificadas possíveis entre as crianças e os educadores. Assim, as crianças aprendem a relacionar-se com meninos e meninas de outras idades e de outros grupos. Também se pode aproveitar as capacidades e os gostos de outros professores, ao participar de uma oficina ou de uma proposta conjunta e, dessa maneira, ampliar cada vez mais o leque de possibilidades e propostas.

Dentro desse funcionamento, a criança seleciona, conforme os seus gostos e as suas possibilidades, o que se supõe que atenda à diversidade e respeite o ritmo de cada um. Será necessário, eviden-temente, complementá-lo a partir de uma cuidadosa tarefa de observação e de controle, para evitar a repetição das atividades rotineiras e facilitar uma boa administração do próprio tempo. Tavernier (1987) propõe esse tipo de experiência sempre que seja adequadamente previsto o papel da pessoa adulta e a organização. Em geral, é aconselhável iniciar esse tipo de experiência gradativamente, em situações bem planejadas e consensuais e, quando se considerar conveniente, ampliá-las de maneira progressiva.

A seguir, abordaremos alguns espaços em que convém tomar um cuidado especial.
A entrada da escola
O lugar por onde se entra é o primeiro a ser visto por quem vem de fora. É o espaço onde se recebem as mães, os pais e as demais pessoas e, de certo modo, deixa transparecer como a escola vê essa relação.

É preciso que seja um espaço agradável, onde se tenha a sensação de ser bem recebido; um lugar em que se possa ficar por um momento conversando agradavelmente com uma mãe, com uma educadora, olhar os murais ou as fotografias expostas e informar-se do que está acontecendo na escola.

Pode ser um bom lugar para expor as fotografias sobre as experiências e os eventos vivenciados na escola ou murais que mostrem o que as crianças estão trabalhando; também pode ser um espaço para informações diversas (anúncios, associação de pais e mestres, horários e normas de funcionamento da escola, etc.) e para colocar uma caixa de sugestões e propostas que estimule a participação da família no centro.

Além desses aspectos, é preciso procurar, sempre que seja possível, que esse espaço de entrada seja amplo e aproveitável para uma ou outra situação. Nos casos em que isso for impossível, favorece-se a entrada dos pais e das mães na sala de aula ou em outros espaços em que possam ser desenvolvidos momentos de intercâmbio e de comunicação informal entre as famílias e os educadores.
O pátio
Esse é um lugar muito importante na creche, no qual se pode aumentar e favorecer as capacidades e determinados conteúdos. É um ambiente em que os meninos e as meninas têm contato com a natureza e com os elementos do meio físico e natural de cada dia.

Na organização, na ambientação e na utilização desse espaço, são favorecidas determinadas experiências extremamente positivas e necessárias. Todos sabem como as crianças têm e demonstram necessidade de contato com o ar livre e com os espaços exteriores. Ao mesmo tempo, também vimos como os pequenos podem se dispersar e se sentir perdidos nos primeiros dias em que freqüentam o pátio. É um ambiente no qual se aprende a relacionar-se com crianças e educadores de outros grupos, a conviver e a defender-se das invasões ou das agressões dos maiores.

Freqüentemente nos deparamos com centros que não consideram o potencial desse espaço e o aproveitam somente como um espaço para as crianças correrem e se descontraírem. Mesmo sendo essa uma de suas funções, a qual é altamente positiva para a saúde mental de todos, é necessário que, em outros momentos, seja usado como um espaço em que se proponham jogos e experiências diversas para aproveitar todo o seu potencial: lá se pode observar o céu, as nuvens e o sol; fazer jogos e experimentações com areia; cuidar das árvores, das plantas, dos insetos, dos vermes, das formigas e de outros pequenos animais e observá-los; fazer jogos que estimulem a motricidade ao ar livre; brincar com água; experimentar e sentir o vento, a chuva, o frio, o calor; jogar e brincar com outros grupos de crianças.

Se o pátio for grande, podem-se criar zonas diversas, em que as crianças sintam-se protegidas. Assim como fazemos nos cantinhos da sala de aula, podemos propor que o pátio seja dividido para que as crianças possam escolher, formar pequenos grupos e lá se refugiarem quando necessitarem.

Assim, em um pátio organizado, podemos encontrar:
O cantinho da areia, para brincar com as pás, os baldinhos e moldes variados.
O cantinho da casinha, com bancos interiores e escadas ou rampas acopladas para entrar, sair, enfileirar-se, subir, observar o ambiente de outra perspectiva, etc.
O cantinho dos elementos de jogos motores exteriores (balanços, escorregadores, tubos, rampas e construções diversas).
O cantinho das bicicletas e de outros veículos com pistas para deslocamentos e passeios.
Nas creches é importante que haja o cantinho dos bebês, onde fiquem protegidos da força das crianças maiores e possam passar alguns momentos tranqüilos, longe do alcance da areia e das pedras deslocadas pelos maiores.

No caso de o pátio ser muito pequeno, terá que ser priorizada a função que se lhe atribui e pensar como é possível substituir as necessidades de movimentos e de experimentações ao ar livre.

Quanto aos objetos e aos brinquedos que podem ser trazidos ao pátio, é preciso que as crianças aprendam a selecioná-los, deixando aqueles que estragam na sala e trazendo de volta, quando elas retornarem, aqueles que foram levados para o pátio.
O espaço de cada grupo: a sala
A organização do espaço na sala deverá respeitar as diferentes necessidades das crianças e estar de acordo com a realização das diversas atividades que lhes são propostas. Considerando as necessidades educativas das crianças pequenas, apresentamos diversos lugares que precisamos considerar quando organizamos o espaço do nosso grupo:
Lugares de encontro: são favoráveis para as crianças conversarem, fazerem comentários — perto da cesta em que se colocam as merendas; o lugar dos objetos pessoais; o lavabo, onde estão as torneiras e pias para lavarem suas mãos; a entrada; etc.
Lugares de ação individual ou em pequenos grupos: de jogos simbólicos, de construção e montagem, de artes plásticas, de quebra-cabeças, etc. (os diferentes cantinhos).
Lugares amplos para moverem-se: saltar, puxar, correr e experimentar, através de movimentos amplos, o próprio corpo — sala de motricidade ampla, pátio, vestíbulo, etc.
Locais de ação em grupo: é onde se faz a rodinha ou ficam as salas de motricidade música ou dança; é o pátio, vestíbulo, etc.
Lugares para dormir ou para descansar: dormitório ou um cantinho na mesma sala, conforme a idade das crianças. Cantinho da almofada, com travesseiros para descansar, ouvir contos infantis ou brincar com algum objeto. Para o primeiro ciclo, é melhor que se disponha de um dormitório ao lado da sala para facilitar a calma e a possibilidade de dormir se estiver muito cansado; já as crianças do segundo ciclo podem dormir ou descansar na mesma sala, sobre colchonetes ou almofadões.
Lugares para se trocar ou se limpar: é o toucador ou a sala de limpeza, para as crianças menores, e os lavabos, para as crianças maiores. Nesses lugares, deverá haver prateleiras ou cabides, para que possam ser colocados os instrumentos de limpeza e as toalhas de cada criança. Para os maiores, as toalhas e os outros utensílios devem estar ao seu alcance, para usarem sozinhos em caso de necessidades.
Lugares de ação individual: é preciso que os cantinhos estejam bem demarcados para facilitar à criança o acesso, os limites e a manutenção da ordem. Dessa maneira, facilita para os pequenos identificá-los, diferenciá-los e encontrar qualquer coisa de que necessitem. As separações devem ser feitas com móveis baixos ou com cortinas, para que não sejam definitivas e possam ser modificadas de acordo com os interesses da educadora e a idade dos pequenos. Se os móveis não forem altos, a educadora poderá controlar todas as crianças, enquanto elas brincam.
espaco4O importante não é a quantidade de espaço, e sim as possibilidades de jogos e brinquedos que oferecem e a possível ação das crianças. Por isso, é bastante freqüente que os educadores, nesses ciclos, mudem a organização que haviam preparado ou tirem algum cantinho que não estava sendo atrativo para os pequenos.

Na entrada da sala (fora ou dentro), é preciso haver um espaço próprio para cada um pendurar os casacos de inverno e as mochilas, guardar as coisas que trazem de casa (brinquedos, objetos pessoais, etc.) para mostrar ou para brincar e se comunicar. Também deve haver um mural, no qual se coloquem os avisos para os familiares sobre o que aconteceu no grupo ou sobre o que farão no dia seguinte.

Não é preciso ter tudo preparado ou previsto desde o primeiro dia de aula, pois pode haver necessidade de modificações no decorrer do ano. O espaço da sala pode ser organizado e preparado em função dos diferentes temas e das necessidades que sejam detectadas, segundo os objetivos planejados e as idades das crianças.

Em relação ao mobiliário, já falamos da funcionalidade de serem baixos, com prateleiras e compartimentos, para poder separar espaços e criar cantinhos conforme as necessidades. Os colchonetes e os sofás são úteis para as crianças descansarem; as cadeiras pequenas, para usarem nas refeições ou fazerem atividades junto à mesa. Convém dispor de armários e de prateleiras altas para colocarem essas cadeiras quando se necessita de espaço vazio naquele momento. Deve ser feito um esforço para poder retirar ou guardar os móveis e os objetos que não serão usados em um determinado momento, para não causarem uma sensação de agonia, de sufocamento.

Uma mesa pequena e baixa, com beirada para que não caia o material, é muito útil sobretudo no primeiro ciclo, para a criança jogar e começar a manipular e experimentar com diferentes materiais. No decorrer do ano, e de acordo com a idade, deve-se mudar os materiais oferecidos para jogar e brincar: carrinhos, bonecos, areia, água, barro, massinhas, pincéis, círculos, bastões, almofadas, etc. Essa mesa serve também para as crianças pequenas que não caminham apoiarem seus brinquedos ou objetos diversos.

Nos grupos dos menores ou quando há crianças de diferentes idades no mesmo grupo, às vezes é preciso delimitar zonas para que os menores não sejam atrapalhados pelos maiores. Separados por uma barra baixa, nas almofadas ou nos travesseiros, os pequenos poderão brincar com mais tranqüilidade enquanto estivermos trocando algum ou quando virmos que se sentem invadidos pelos demais.

Nos trabalhos de Saussois (1991, 1992), podem-se encontrar diferentes propostas organizacionais do espaço da sala, que podem ser utilizadas quando se quiser organizar ou modificar esse espaço.

Com relação ao material, especialmente no primeiro ciclo, devemos selecionar aqueles que deixaremos ao alcance (que poderemos trocar de acordo com o jogo oferecido ou o cansaço do grupo, etc.) e os que reservaremos e traremos somente em certas ocasiões ou quando quisermos trabalhar determinados conteúdos. Certos jogos de peças pequenas, por exemplo, podem se perder rapidamente, se não forem oferecidos somente quando houver a possibilidade de oferecer material para todos. É preciso, então, diferenciar os materiais que ficam ao alcance de todos — como alguns materiais dos cantinhos: bonecos e brinquedos grandes, contos, etc. — dos materiais não-acessíveis diretamente — pinturas, jogos de peças pequenas, encaixes ou materiais delicados.

À medida que as crianças vão crescendo, e sobretudo no segundo ciclo, pode-se colocar mais material ao seu alcance, pois já são capazes de segurá-los, de guardá-los e de cuidar deles. Convém vigiar a sua colocação para que seja fácil de localizá-los e de ensinar as crianças a encontrá-los (estantes assinaladas, caixas com etiquetas, etc.).

Na organização da sala e dos espaços adjacentes (lavabos, entrada, etc.), é preciso considerar os objetivos educativos que a esses se referem. Nessa idade, a autonomia é uma das finalidades importantes: aprender a tirar o abrigo e a colocar o avental; a pendurar a mochila e a saber localizá-la ou indicá-la; a guardar os brinquedos, joguinhos e materiais da sala nos seus espaços correspondentes. Para conseguir esses objetivos, é preciso levar em conta as condições que os facilitem.

A organização da sala, das estantes, dos armários e dos cantinhos deve possibilitar a utilização progressiva da autonomia e favorecer que a criança possa fazê-la sozinha. Por isso, consideramos tão importante prever todas essas questões. É preciso que nos coloquemos em seu lugar e, na medida do possível, com seus olhos, tentando reconstituir o espaço e aquelas tarefas que queremos exigir delas. Observemos se os espaços estão bem delimitados, se é fácil colaborar para afastar ou guardar as cadeiras, se podem pegar seus colchonetes para dormir, se alcançam os seus babeiros, etc. Depois, à medida que passa o tempo, podemos ir modificando ou melhorando os aspectos pouco funcionais que, em um primeiro momento, não havíamos percebido.

BASSEDAS, Eulália. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. p. 106 a 112.

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