Edição 09

Matérias Especiais

Casamento Parici

“As índias são mui carinhosas para com o filhos; nunca os castigam e levam as crianças a toda a parte. Ensinam aos filhos a cantar, desde a mis tenra idade.

Como cerimônia social de iniciação, semelhante ao batizado, praticam os Parici o – Cavalocônôtitá.

(…) A criança recebe um padrinho (Nocatiaçú), e uma madrinha (Noálooiterê).

O utiarití dirigi-se aos padrinhos:

– Içô içaon-hain. Zuimã uã-iní enêtêu. Uài-ie icáza econê. (V.fica com a criança para criar. Quando morrer a mãe. V.trata dela bem).

O padrinho responde:

– Maiçá, huñ, maiçá, ninhôritonê. Ezána oitiá cenatiô. (Não me aborreço com a criança; eu tenho muita paciência).

Então levam os padrinhos o pequeno para casa, onde se realiza uma grande festa. (Caulônêanà).

Em geral os Parici são monógamos. Há, porém, casos de poligamia entre eles, nunca passado de dois o números de mulheres, quase sempre duas irmãs.

Tolôirí quase qüinquagenário, criava uma pequena menina para sua futura esposa.

O casamento – (Arití-Caiàneteorê) – entre os Uaimaré é sempre celebrado à tarde. A noiva vai de sua casa para a do Amúri com seu padrinho, acompanhada de suas amigas e parentes. O noivo para lá também, mais tarde, se dirige. Diante de todos o Utiarití, que está sentado ao lado do Amúri dirige-se primeiro à noiva:

– Virô icaiánêpé auquitá? (Quer V.casar-se?)

O padre se levanta, e a noiva responde:

– Suaniãn (Como não!).

– O Utiarití acrescenta: – Uaiê enatá. Icaizanin etatiê enã môcôcê. (Muito bem. Tenho logo um filho; que o 1º seja homem).”

História Natural: Etnografia, Cândido Rondon, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro – Almanaque Abril.
Quem é quem na história do Brasil.

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