Edição 45

Lá Vem a História

Como eu amei essa mulher!

Karolina Sagania

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Uma senhora de aproximadamente sessenta anos havia falecido, e o padre estava terminando a cerimônia fúnebre, à beira do túmulo. Durante todo o tempo de casa até o cemitério, seu marido, um senhor de setenta e cinco anos, não parava de chorar e exclamava, num brado de dor: — Ah! Como eu amei essa mulher!

Aquela lamentação, feita de forma tão apaixonada, interrompeu o respeitoso recolhimento da cerimônia. Parentes e amigos já estavam visivelmente constrangidos. Os filhos se aproximaram, tentando acalmar o pai: — Tudo bem, pai. Nós entendemos o que o senhor sentia pela mamãe, mas não precisa mais ficar dizendo assim.

O viúvo olhava fixamente para o caixão sendo lentamente baixado à cova. Ao final da oração, os familiares jogaram um pouco de terra, exceto o marido enlutado. Outro brado, agora mais forte: — Como eu amei essa mulher!!! Os filhos tentavam, em vão, contê-lo, mas o homem continuava a dizer: — Como eu amei essa mulher!

Um a um, os parentes e amigos começaram a se retirar, mas o viúvo se recusava a sair de perto da sepultura. O padre se aproximou, a fim de consolá-lo: — Sei como se sente, mas está na hora de o senhor ir para casa e continuar a viver.

— Como eu amei essa mulher!, gemia desconsolado. O padre lhe disse: — Tenho certeza de que ela sabe que o senhor a ama. Ele respondeu: — Padre, o senhor não entende… É que uma vez eu quase disse a ela.

Sugerimos a letra da música Pais e Filhos, da Legião Urbana, para ser cantada pelo grupo. Reforce o que os autores da letra dizem: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque, se você parar pra pensar, na verdade, não há”.

Fonte: MILITÃO, Albigenor. Histórias Aplicadas a Treinamentos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

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