Edição 59

Em discussão

Como trabalhar a aprendizagem de alunos resilientes?

Celso Antunes

Aprender é transformar-se. Sempre que o aluno sente-se modificado pela aula, ocorreu alguma aprendizagem. Desta maneira, o aluno não aprende apenas quando retém na memória conceitos passados pelo professor, mas toda vez que refaz sua leitura de si e do entorno, a partir de fatos que vivenciou e descobriu. A construção de significados, associando o novo que o professor revela com os conhecimentos que possui, representa o elo central de aprendizagem em uma escola resiliente.

Não existe conhecimento útil se ele não puder ser associado a um conhecimento que já se possui e se utiliza, integrando-se de forma interdisciplinar a tudo quanto se aprende.

É preciso mudar a fisionomia de uma sala de aula onde o professor, especialista em uma disciplina, expõe à classe os temas de “um programa” exclusivista e não construído pelas necessidades espaciais e temporais do estudante para uma sala de aula onde se alternam estratégias pedagógicas diferentes, que lançam desafios, propõem problemas, estudam casos, exploram diferentes habilidades e competências e privilegiam a construção de conceitos efetivamente compreendidos, sistematizados e contextualizados. A nova sala de aula da escola resiliente é um espaço para se treinarem múltiplas linguagens e o emprego de habilidades operatórias diferentes (descrever, analisar, sintetizar, deduzir, relacionar, classificar, sistematizar, etc.); estabelecer associações significativas entre saberes existentes e novos saberes e a relação interdisciplinar entre o que se viu nessa aula e o que a aula de outro colega ensinou.

ANTUNES, Celso. Resiliência: a Construção de uma Nova Pedagogia para uma Escola Pública de Qualidade. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

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