Edição 07

Matérias Especiais

Da arrogância do saber concluído à humanidade da busca

Os modelos filosóficos, religiosos, científicos ropõem “verdades” que têm sido aceitas como absolutas e constituem sistemas de valores que guiam o comportamento humano.

A prioridade passa então a ser a defesa do sistema de valores. A questão fundamental, que é a busca de sobrevivência associada à transcendência, passa a ser subordina à defesa do sistema de valores (fundamentalmente).

Os sistemas de valores, da mesma maneira que as ciências e as religiões, são vistas na cultura ocidental como saberes concluídos.

O conhecimento disciplinar, e conseqüentemente a educação têm priorizado a defesa de saberes concluídos, inibindo a criação de novos saberes e determinado um comportamento social a eles subordinado.

Particularmente prejudicial para a evolução da humanidade tem sido a maneira como o estabelecimento, o poder expropriou as religiões derivadas do judaísmo e a ciência que delas resultou e criou mecanismos para desencorajar o surgimento de novas idéias.

O conhecimento organizou-se, a partir do século XVII, em disciplinas e logo em seguida implantou-se nos sistemas educacionais na forma multidisciplinar, que é praticada nos programas tradicionais. O passo seguinte, que ganha intensidade na transição do século XIX para século XX, é a interdisciplinaridade, ainda difícil de ser conseguida nos sistemas escolares. O avanço mais recente na organização do conhecimento está sendo a transdisciplinaridade.

A educação moderna encaminha-se para uma prática transdisciplinar através dos chamados temas transversais, que vão se revelando a parte mais importante dos currículos. A metodologia de projetos, de trabalhos em grupo, de atividades extrâmeros é representativa de uma pedagogia transdisciplinar.

O saber concluído, como comparece nas disciplinas acadêmicas, tem uma arrogância intrínseca à própria concepção do concluído. A transdisciplinaridade, assumindo a inconclusão do ser humano e do próprio conhecimento, rejeita a arrogância do saber concluído e das certezas convencionadas e propõe a humildade da busca permanente.

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