Edição 43

Editorial

Editorial

Prezado Educador/Prezada Educadora,

Antes de mais nada, […], penso que deveríamos entender o “diálogo” não como uma técnica apenas que podemos usar para conseguir bons resultados. Também não podemos, não devemos entender diálogo como uma tática que usamos para fazer dos alunos nossos alunos. Isso faria do diálogo uma técnica para a manipulação, em vez de iluminação. Ao contrário, o diálogo deve ser entendido como algo que faz parte da própria natureza histórica dos seres humanos. É parte de nosso progresso histórico, do caminho para nos tornarmos seres humanos. […] o diálogo é o momento em que os humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como a fazem e refazem.

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e Ousadia – o Cotidiano do Professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

Estamos quase no final do ano, e, dentre as várias preocupações por parte dos educadores, coordenadores, diretores e pais, encontra-se um dos temas mais polêmicos de uma escola: a avaliação. Refletindo diante de alguns questionamentos e algumas incertezas sobre esse tema, trouxemos vários artigos que, com certeza, ajudarão você a pensar sobre essa prática e o farão compreender que uma das melhores maneiras de avaliar seus alunos é dizer a eles em que aspecto cada um será avaliado; que o processo de avaliação vai além das provas, dos trabalhos e de outras atividades formais. A avaliação ainda apresenta-se em dois aspectos, pelo menos: pela análise do professor através da relação dialógica — enxergar o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor/professora; e como ação–reflexão–ação, carregadas de significados e compreensão. Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor e da professora uma relação epistemológica com o aluno e a aluna, uma conexão entendida como reflexão aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento.

O confronto que se passa na sala de aula não se passa entre alguém que sabe um conteúdo (o professor ou a professora) e alguém que não sabe (o aluno e a aluna), mas entre pessoas e o próprio conteúdo, na busca de sua apropriação.
Lilian Anna Wachowicz

Apresentaremos como artigos principais sobre o nosso tema: Ética e Avaliação, da Dra. Targélia de Souza Albuquerque; Se a Boa Escola É a que Reprova, o Bom Hospital É o que Mata, do Dr. Hamilton Werneck; Avaliação e Aprendizagem na Escola: a Prática Pedagógica como Eixo da Reflexão, dos Doutores Artur Gomes Moraes, Eliana Borges e Telma Ferraz; Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico: uma Abordagem Freireana, da Dra. Maria Helena da Costa Carvalho; Organização Escolar em Ciclos: Considerações sobre a Prática de Avaliação, da Doutoranda Magali M. de Lima Ribeiro; Deu um Branco na Hora, de Ildenice Silva Rodrigues. Na seção Lá Vem História…, A Prova Esperta, do grande educador Celso Antunes — vale a pena ler! Ainda para enriquecer nosso tema, colocamos Dicas de Leitura e Dicas de Filmes.

Outro tema muito preocupante, tanto na escola como na sociedade, é a questão relacionada ao bullying, que, tristemente, vem crescendo. Pedimos a todos os educadores que procurem observar e interferir nas brincadeiras aparentemente sem maldade (mas que, na realidade, criam muitas injustiças sociais).

Temos o projeto didático Bullying: uma História que Precisa Ter Fim, do Colégio Santa Emília, e o artigo Violência na Escola… Muito Além do Ser e do Saber, de Nildo Laje.

Gostaríamos de agradecer, mais uma vez, o carinho de todos neste ano em que a Construir Notícias completou 7 anos. Esperamos que ela possa continuar, em 2009, a atender, cada vez melhor, às suas necessidades e que você se sinta ainda mais satisfeito/satisfeita com a Revista. Só assim nossos esforços continuarão a valer a pena.

Um grande abraço e feliz ano-novo!

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