Edição 15

Matérias Especiais

Educação e cultura caminham juntas na História da FNLIJ: uma história de conquistas

23 de maio de 1969

Resgatando o passado,
consolidando o presente,
construindo o futuro…

UMA HISTÓRIA DE CONQUISTAS

A comemoração dos 35 anos de trabalho trouxe a lembrança da história de resistência e de conquistas da instituição brasileira pioneira na defesa do direito democrático de ler livros de literatura como condição básica para uma educação de qualidade.

No dia 23 de maio, dia oficial da criação da FNLIJ, foram homenageadas suas fundadoras e ressaltadas suas concepções de trabalho, que, desde a sua base, sempre estiveram voltadas para integrar a cultura e a educação. Uma bibliotecária, uma educadora e uma escritora. Assim, na FNLIJ, literatura e biblioteca, educação e cultura sempre estiveram de mãos dadas.

O jornalista e escritor Márcio Vassalo entrevistou as fundadoras da Fundação Nacional de Livro Infantil e Juvenil: a educadora Maria Luiza Barbosa, a bibliotecária Ruth Villela de Souza e a escritora Laura Sandroni. Elas falam sobre as conquistas e os desafios que marcaram a trajetória da FNLIJ e nos dão uma lição de vida, mostrando que é possível transformar um sonho em realidade.

COM AMOR E PERSISTÊNCIA

A educadora Maria Luiza Barbosa conta como foi o ponto de partida da Fundação.

Márcio Vassallo (Construir Notícias) – O que é mais importante de se comemorar nesses 35 anos da FNLIJ?
Maria Luiza Barbosa – Ah, eu me congratulo pelo trabalho tão dedicado de todas as pessoas que lutaram e até hoje lutam pela Fundação. Fico muito feliz de ver que conseguimos chegar aos 35 anos com o mesmo objetivo de difundir a literatura infantil e juvenil no Brasil. Também fico muito contente de ver todas as conquistas da FNLIJ, incluindo os prêmios internacionais de autores que despontaram quando nós começamos a trabalhar o livro infantil no País. Antes da FNLIJ, tínhamos muitas traduções, tínhamos Monteiro Lobato e realmente poucos escritores.

CN – Como foi o início da Fundação?
MLB – Como Técnica em Assuntos Educacionais do Ministério da Educação, eu trabalhava no Centro de Pesquisas Educacionais. Trabalhávamos muito pela difusão do livro e já lutávamos pela questão das bibliotecas no Brasil. Então, em 1964, surgiu o convite para participarmos de um congresso do International Board on Books for Young People – Ibby, em Madri. Fui designada para participar desse evento. Só que eu tinha recebido uma bolsa para estudar na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Então, da Espanha, fui direto para lá e só voltei ao Brasil no final de 1966. E, quando voltei, conversei com o Doutor Péricles Madureira do Pinho, que era o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, para começarmos a agitar a idéia de criar a seção brasileira do Ibby. Para isso, conseguimos reunir muita gente boa, muitas pessoas interessadas no assunto. E convidei a Laura Sandroni para participar ativamente da criação da FNLIJ. Laura e eu tínhamos sido bandeirantes juntas, desde os oito anos de idade, e acabamos nos envolvendo muito em muitas atividades que visavam a educação e a formação do caráter dos jovens.

CN – Em que aspectos a filosofia das bandeirantes se integra à história da FNLIJ?
MLB – Tem tudo a ver. A filosofia das bandeirantes realmente se integra aos objetivos da Fundação. Trabalhávamos dentro das comunidades, em igrejas, em todo lugar. Estávamos habituadas a trabalhar com a juventude, com o ideal de fazer as coisas para o bem. Então, a Laura aceitou o meu convite. E formamos uma comissão para criar a FNLIJ.

CN – O que a história da Fundação tem de mais apaixonante?
MLB – O ardor da causa pelo livro infantil é uma das coisas mais apaixonantes da história da FNLIJ. O amor com que as pessoas trabalham na Fundação faz com que ela resista e continue batalhando pelos seus objetivos. E mesmo sem termos um apoio significativo que se tornasse permanente, sempre conseguimos prosseguir com os nossos projetos.

CN – Com dificuldades, mas sem cruzar os braços…
MLB – Sem dúvida. E o nosso grande impulso foi a criação da Ciranda de Livros, que deu uma importantíssima projeção nacional para a FNLIJ.

CN – Que sonho você tem para a Fundação?
MLB – Ah!, eu tenho um sonho, sim. Gostaria muito de que a Fundação e o Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura), da Fundação Biblioteca Nacional, funcionassem juntos na Casa da Leitura, em Laranjeiras. Acho que seria uma união fundamental para fortalecer ainda mais a luta pela literatura infantil e juvenil de qualidade, a capacitação dos professores e a difusão da leitura no Brasil. É claro que não sei se essa possibilidade seria viável, mas eu, pessoalmente, ficaria muito feliz de ver a biblioteca da FNLIJ funcionando na Casa da Leitura. Seria um lugar perfeito para abrigar o acervo riquíssimo da Fundação. E ambos, a FNLIJ e o Proler, que têm os mesmos ideais de trabalhar pela leitura no País, ficariam unidos no mesmo espaço físico. Enfim, dessa forma, lado a lado, eles se tornariam muito mais fortes.

CN – O que você mais espera da literatura para crianças e jovens no século 21?
MLB – Espero que, no século 21, as crianças tenham cada vez mais acesso à literatura infantil no Brasil. Afinal, a literatura é decisiva para a formação do nosso pensamento e das nossas próprias atitudes. Para isso, a FNLIJ continuará trabalhando com amor, sensibilidade e persistência.

CN – Dona Ruth, a senhora teve uma participação fundamental na construção da FNLIJ. Conte um pouco da sua história. Como é que a senhora se apaixonou pela literatura infantil?
Ruth Villela Alves de Souza – Eu era bibliotecária e fui fazer uma especialização em literatura infantil nos Estados Unidos, por volta de 1945. Mas já era uma apaixonada pelo gênero. Fui professora do curso primário do colégio Bennet. Então, ganhei uma bolsa, fiquei um ano nos Estados Unidos e mantive contato com as mais modernas técnicas de organização de acervos, facilitação de pesquisa e atendimento na biblioteca. Foi uma experiência maravilhosa, porque trabalhei com experientes profissionais da área e com crianças norte-americanas, cheias de inquietações e indagações muito interessantes, que me levaram a grandes reflexões. Tudo isso me estimulou ainda mais a entrar no mundo da literatura infantil. E me possibilitou contribuir com o início da FNLIJ, quando fui convidada para participar.
Laura Sandroni – E quando a senhora voltou dos EUA, foi direto para o Instituto de Educação?
RVAS – Exatamente. Eu era funcionária da prefeitura. Então, na volta dos Estados Unidos, me indicaram para que eu trabalhasse no Instituto de Educação, na Tijuca. Fiquei como bibliotecária geral do Instituto, cuidando da formação do professorado. Também era responsável pelos jovens que freqüentavam a escola pública do Instituto. Eles tinham aulas com os professores que eram preparados no próprio Instituto. Foi um período muito ativo, muito satisfatório, muito positivo. Mantínhamos contato direto com os professores e com os alunos. Enfim, trabalhávamos em todas as etapas e com todos os envolvidos no ensino e no aprendizado. Era um trabalho realmente formidável.

LS – E o Instituto de Educação era o máximo na época…
RVAS – Era sim, o Instituto tinha muita estrutura.

CN – Como nasceu a idéia da Fundação?
LS – A idéia começou com a Maria Luiza Barbosa. Ela fazia parte do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, em Botafogo. A partir de um convite enviado pelo Ibby para o Centro de Pesquisas, ela foi designada pelo Dr. Péricles Madureira do Pinho para participar de um congresso em Madri e ver se, de fato, valia a pena mexer com literatura infantil aqui no Brasil. Era a primeira vez que o Ibby convidava um país da América Latina para participar dos seus encontros. E a Maria Luiza voltou muito animada com essa história de trabalhar com livros infantis e juvenis. Aí, ela me convidou para ajudá-la a agitar a idéia de criar uma Fundação aqui no Brasil, sem verbas, sem saber direito o que fazer, por onde começar, quem procurar, para onde ir. Mas a Maria Luiza foi minha companheira de bandeirantes durante anos, e eu estava com muita vontade de trabalhar num projeto estimulante. Então, topei na hora.

CN – E como foi esse começo?
LS – Íamos, duas vezes por semana, a uma sala na Voluntários da Pátria, na casa do Centro de Pesquisas, onde atualmente é a reitoria da UniRio. O Dr. Péricles nos disponibilizou uma sala, uma secretária, uma máquina de escrever e algumas estantes. Então, começamos a reunir as poucas editoras e os poucos autores que trabalhavam na área, para trocar idéias e pensar em iniciativas. E no dia 23 de maio de 1969, criamos uma fundação de direito privado, para ficarmos bem independentes do governo.

CN – Quando criaram a FNLIJ, você e a Maria Luiza já entendiam de literatura infantil?
LS – Não, nós não conhecíamos nada de literatura infantil, a não ser o que já havia lido para os meus filhos e o que nossas mães tinham lido para nós, o que era basicamente os contos tradicionais e Monteiro Lobato. Então, falamos com uma moça amiga nossa, pintora, Mariann Pedrosa, para que ela nos ajudasse com a questão da ilustração, que considerávamos tão importante. A Mariann nos disse que não teria tempo para se dedicar a essa tarefa, mas nos indicou a sua tia, Dona Ruth, que já era especializada em literatura infantil. E a Dona Ruth sabia tudo do assunto. Eu dizia que ela era o nosso cérebro eletrônico. Naquele tempo, não havia computador, só havia um negócio enorme chamado cérebro eletrônico. E a Dona Ruth sabia realmente tudo, conhecia todos os livros, todos os autores… Ela foi uma verdadeira fonte de conhecimento e inspiração para a gente, e teve a maravilhosa idéia de criar o boletim informativo da FNLIJ, que existe até hoje, documentado.

CN – Então, vocês criaram a FNLIJ antes mesmo de mergulharem de cabeça na literatura infantil, numa bela ansiedade criativa. Quais foram as grandes dificuldades desse início?
LS – Gosto muito de uma frase que diz assim: “É caminhando que se faz o caminho”. Sempre usei essa idéia como filosofia de vida. Não adianta a gente ficar de braços cruzados, esperando, pensando demais. E, então, criamos o estatuto da Fundação e tivemos de seguir as próprias pretensões que estabelecemos para a FNLIJ: promover o hábito da leitura, divulgar os autores, divulgar a literatura infantil brasileira, participar dos encontros do Ibby. Fui eleita diretora-executiva. E a Dona Ruth foi escolhida como a nossa Ministra das Relações Exteriores. Ela falava inglês e francês muito bem. E já conhecia as pessoas da área.

CN – Como era esse trabalho de relações exteriores?
RVAS – Comecei a ir a feiras de Bolonha, fui à Venezuela, fui à Colômbia, comecei a viajar em nome da FNLIJ, ia aos congressos do Ibby. E fui eleita para o comitê executivo do Ibby. A receptividade das pessoas no exterior foi muito boa. Eles tiveram uma abertura muito grande para o Brasil. E até hoje o Ibby continua com as suas atividades, promovendo a leitura no mundo todo.
LS – Primeiro, foi uma luta para conseguirmos um apoio. E depois de um longo caminho e várias recusas, conseguimos o apoio do Ministério das Relações Exteriores. Esse foi o caminho perfeito. E, assim, depois de conseguirmos o apoio, não sabíamos que livros selecionaríamos para a feira, que livros representariam a literatura infantil brasileira. Foi muito difícil, porque a produção era muito ruim, sem cuidado nenhum, principalmente do ponto de vista gráfico. Mas o fundamental foi que começamos a manter contato com a produção de literatura inglesa, japonesa, americana, francesa, alemã. Eles estavam muito adiantados e já produziam livros lindos. Então, era importantíssimo que os autores, os editores e a própria FNLIJ começassem a aprimorar o seu senso crítico, começassem a ver de fato o que era literatura infantil…

CN – Vocês precisavam enriquecer o olhar?
LS – Exatamente. E, na feira de Bolonha, era a Dona Ruth quem carregava os livros na mala, para organizá-los no estande pequenininho que a Fundação tinha na época. E Dona Ruth mantinha contato com todo mundo, com todos os outros representantes do Ibby de todos os países. A participação dela era decisiva para o nosso sucesso.

CN – E como é que foi esse contato de vocês com os livros de qualidade? Foi um contato de susto?
RVAS – Sim, foi um contato fundamental para nós, ver toda aquela qualidade literária tão assombrosa. Esse conhecimento ampliou demais a nossa experiência.
LS – Foi uma luta muito grande convencer os editores da importância de investir na qualidade da literatura infantil. E Bolonha nos ajudou muito nesse sentido. Quem também nos ajudou muito foi a Flávia da Silveira Lobo…
RVAS – Sim, a Flávia foi uma das grandes batalhadoras da literatura infantil brasileira.
LS – É verdade, a Flávia era uma batalhadora e era muito cheia de vida, cheia de boas opiniões, tinha muita segurança em tudo o que dizia. Ela era autora e professora universitária. Flávia fez um belíssimo trabalho para o Ministério da Educação, uma enciclopédia sobre mamíferos e outra sobre aves do Brasil, com ilustrações lindíssimas. E o MEC nunca reeditou esse trabalho, infelizmente. Então, ela criou uma editora chamada Fauna. E como uma lobatiana apaixonada, nos mostrou muito como deveria ser a linguagem coloquial da literatura infantil brasileira. Além disso, a Flávia deu muitas oficinas importantes, e influenciou muita gente que entrou para a história da nossa literatura. Lygia Bojunga e Maria Mazzeti, por exemplo, fizeram oficinas com ela. Depois, Dona Ruth, Regina Yolanda, Leni Werneck, Ana Maria Machado e outras pessoas traziam do exterior livros e catálogos que elas achavam interessantes para enriquecer o nosso conhecimento.

CN – Onde vocês se reuniram para ver esses livros, trocar idéias e conhecimentos?
LS – Nós nos reuníamos na Divulgação e Pesquisa, uma pequena livraria da Celina Rondon. Hoje a Celina está na Casa de Rui Barbosa. Mas a livraria dela ficava no Jardim Botânico. Convidamos os sócios da FNLIJ, autores e ilustradores para participarem desses encontros, para motivar as pessoas a também irem a Bolonha, para estimular as pessoas da área a investirem cada vez mais na qualidade da literatura infantil.

CN – Na época, eram poucos ilustradores?
LS – Eram realmente poucos. Na década de 70, basicamente eram o Gian Calvi, o Rui de Oliveira e o Eliardo França. Foi nessa década, aliás, que surgiram os grandes autores: Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Marina Colassanti, Ruth Rocha… Mas os ilustradores só começaram a surgir na década de 80, porque os editores levaram dez anos para perceber a importância de investir na beleza dos livros. Entretanto, sempre que falam da literatura infantil, as pessoas citam um tal boom da década de 70. Mas, na realidade, não houve boom nenhum. As coisas foram caminhando muito devagar, muito aos poucos, demorou mais de dez anos para a produção começar a andar de verdade. A Ática foi a primeira editora a ter uma profissional especializada para cuidar de literatura infantil. O nome dela era Regina Mariano. E o trabalho da Regina foi importantíssimo para a evolução da literatura infantil no País. Numa bienal, em 1978, a Regina lançou 28 livros, em séries para crianças. Uma dessas séries foi a da Mary e do Eliardo França.

CN – Em uma entrevista ao Notícias do Salão, Elizabeth Serra disse: “A Fundação sempre se preocupou em analisar o livro infantil e juvenil como uma obra de arte, que ultrapassa a mesmice, provoca o pensamento e alimenta a imaginação”. O que torna um livro para crianças e jovens uma obra de arte?
LS – O livro precisa ter originalidade, precisa ter uma trama, precisa ter uma linguagem criativa, precisa ter encantamento, precisa ganhar as crianças e os jovens, precisa ter os seus diferenciais. E em relação às ilustrações, a imagem precisa realmente fugir dos estereótipos, também com originalidade, sem legendar o texto. A ilustração tem que valorizar o texto, ser surpreendente, fazer o leitor viajar, para que a gente fique horas olhando a imagem e imaginando um monte de coisas.

CN – Ao longo desses 35 anos, a FNLIJ vem sempre divulgando histórias mágicas e maravilhosas da literatura infantil. O que há de mais encantador na própria história da Fundação?
LS – Acho que a própria história da existência e da sobrevivência da Fundação é encantadora. De fato, não há nada mais encantador do que a resistência, a persistência, a continuidade da FNLIJ. Cada pessoa que vestiu a camisa da Fundação foi uma heroína, sempre em busca de soluções e caminhos para valorizar a literatura infantil e juvenil no Brasil.

CN – Que episódios foram mais marcantes no início da Fundação?
LS – Um dos episódios mais importantes do início da Fundação foi em 1972, na Bienal de São Paulo. Foi um seminário internacional organizado pela FNLIJ. Leni Werneck fez a parte da organização, e Dona Ruth foi a responsável por convidar grandes especialistas estrangeiros para participarem do evento. E o seminário foi um sucesso, teve uma excelente repercussão aqui no Brasil. Foi a primeira vez que especialistas estrangeiros tão importantes vieram ao Brasil dar palestras sobre literatura infantil. E o sucesso foi tão grande que, em 1974, o Rio de Janeiro foi a sede do Congresso Internacional do Ibby. Para isso, tivemos um apoio muito importante do Ministério da Educação, na época com o Ney Braga, e fechamos várias outras parcerias. Recebemos 500 pessoas do Brasil e da América Latina para participarem, também contando com grandes palestrantes internacionais.

CN – Então o Ibby também tinha um grande interesse em entrar no Brasil?
LS – Sim, uma das coisas mais interessantes que a gente descobriu nesse congresso de 1974 foi o motivo que levou o Ibby a nos propor a realização do evento. Porque o Ibby pretendia ser uma entidade internacional, mas, até então, na realidade, era uma entidade européia. Eles iam comemorar 20 anos de existência sem que nunca tivessem feito um congresso fora da Europa. Aqui no Brasil, foi a primeira vez que o Ibby fez um congresso fora do seu continente. E esse foi um congresso maravilhoso, deu tudo muito certo, ficamos realmente muito felizes com os resultados e com toda a repercussão do encontro.

CN – Que presente a Fundação mais gostaria de ganhar, para comemorar esses 35 anos?
LS – Se conseguíssemos uma subvenção permanente do governo, seria um grande presente para a Fundação. A FNLIJ precisa de estrutura financeira para pagar as coisas simples de todo dia, para não se preocupar com as coisas básicas. Assim, seria possível crescer cada vez mais e ampliar as suas ações pelo Brasil, com novos projetos e novas idéias. Também seria um grande presente se pudéssemos dinamizar o nosso Centro de Documentação, que foi uma iniciativa da Dona Ruth. Logo no início, ela nos disse: “Precisamos escrever às editoras que nos enviem um exemplar de cada livro publicado. E também temos que fazer um boletim informativo da FNLIJ”. Essas idéias e inicitivas da Dona Ruth foram fundamentais para a Fundação. Nesse sentido, tivemos um apoio importantíssimo da editora Brasil América.
RVAS – A verdade é que a Laura é uma fada. Por isso, as coisas deram tão certo…
LS – Mas eu não trabalhei sozinha, Dona Ruth. A Fundação sempre teve muitas fadas trabalhando por ela.

CN – O que a Laura mais tem de fada, Dona Ruth?
RVAS – As fadas fazem as coisas surgirem sem a gente perceber, com sutileza, com encanto. As fadas trabalham em silêncio. E a Laura é assim, ela é uma fada que faz as coisas surgirem sem fazer alardes. A Fundação é uma dessas realizações feitas pela Laura, feitas em silêncio…

CN – As verdadeiras fadas não são escandalosas, são sutis…
RSVA – Sim, sim… As fadas de verdade têm as suas varinhas escondidas.
LS – Mas sozinha uma fada não consegue nada, mesmo com todas as varinhas do mundo.

 

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