Edição 32

Projeto Didático

Projeto Chitinha Bacana

Professora Orientadora : Magnólia Cerqueira
Professora Supervisora do Projeto: Alcina Maria Santana do Bonfim

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Justificativa

Partindo do princípio de que só através da cultura se chega à educação, busco, com este trabalho, oportunizar, aos meus alunos da primeira série, o despertar para o desejo de resgatar, conhecer e preservar, fortalecendo, assim, importantes laços de admiração e respeito pelas suas raízes.

Estudando folclore, ligamos o assunto à chita e, envolvidos pela questão, fomos remetidos à História do Brasil.

Cientes da importância desse intercâmbio cultural que permeia e valoriza as tradições e os costumes do nosso povo, nós, que fazemos a escola — agente de mudanças —, aproveitamos a ocasião para proporcionar oportunidades que envolvam e articulem conteúdos e atividades do currículo escolar.

Ao garantirmos aos nossos alunos o acesso a essa janela cultural, acreditamos que contribuímos para o fortalecimento do processo educativo, no sentido de humanização, na vivência e caracterização das teorias estudadas e discutidas em sala. É preciso coragem e ousadia para mudar; pois, “se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, continuaremos a obter os resultados que sempre obtivemos”.

Objetivos Gerais

Conhecer a história e a importância da chita na cultura do Brasil.
Conhecer a importância e a utilização da chita no folclore do Nordeste.
Ampliar o conhecimento sobre alguns folguedos populares que têm como indumentária a chita.
Ampliar conhecimentos sobre o folclore brasileiro.
Refletir, resgatar e vivenciar os costumes e as tradições da nossa sociedade.

Objetivos Específicos

Expor às pessoas o tema estudado.
Demonstrar autonomia na recontagem de fatos tradicionais ligados à história e à vida útil da chita.
Recontar fatos vividos ou assistidos referentes ao folclore, respeitando algumas de suas características.
Produzir textos escritos coesos e coerentes, obedecendo ao tema abordado.
Estabelecer relações entre as informações obtidas e as situações vivenciadas.
Identificar a chita como parte integrante da história e da cultura do povo brasileiro.
Saber o porquê de estar evidenciando e ligando a chita ao nosso folclore.
Conhecer a chita, bem como suas características.
Refletir e posicionar-se criticamente ao saber quem e por que só determinadas pessoas usavam a chita.
Organizar as informações colhidas e os trabalhos realizados para expor à comunidade escolar (culminância).

Atividades Realizadas

Pesquisa, estudo, debate.
Leitura de textos e produção escrita.
Trabalho com mapa: reconstrução da trajetória da chita pelo mundo.
Apreciação de músicas, brincadeiras e danças folclóricas, principalmente as que evidenciam, de alguma forma, a chita.
Confecção de objetos diversos utilizando chita.
Visita a museu, feirinhas de artesanato que tenham objetos de chita — registros fotográficos.
Atividades lúdicas em geral.

Avaliação

A avaliação se processará de forma contínua e sistemática através de registros em desenhos, textos, exposições orais e atividades diversas nas quais serão observados:

O grau de envolvimento do aluno.
O domínio dos procedimentos básicos já trabalhados e a ampliação de sua compreensão em relação aos fatos e conceitos abordados.

Ou seja: ao longo do processo, o aluno deverá:

Demonstrar compreensão do sentido global do que é dito e de textos lidos.
Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto, formular e responder perguntas, explicar e ouvir explicações, manifestar e acolher opiniões, adequar as colocações às intervenções precedentes, propor temas, transmitir recados e informações.
Recitar parlendas, trava-línguas e cantar cantigas infantis respeitando as características próprias desses textos de tradição oral.
Recontar lendas e a história da chita de forma autônoma e com fluência, buscando aproximação com as características do texto-fonte.
Fazer exposição oral para o professor, os colegas e a comunidade.
Demonstrar compreensão do que estiver lendo, falando e fazendo.
Demonstrar segurança em suas explicações.
Elaborar esquemas simples com informações sobre a trajetória ou a evolução da chita no mundo.
Manusear e localizar em mapas a trajetória da chita pelo mundo até chegar ao Brasil.
Desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura popular com ênfase nas atividades rítmicas, expressivas e criativas.
Socializar algumas experiências vistas ou vividas em relação ao tema.
Descrever personagens do nosso folclore.
Expressar atitude de respeito pelo tema abordado.

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Culminância
22 de agosto – Dia do Folclore, às 9h30.

Esta aconteceu no pátio do Colégio Santíssimo Sacramento através de exposição, da fala e dos trabalhos artesanais com chita, feitos tanto pelos alunos quanto por suas mães.

Para a abertura do evento, foram convidados:

Coral do Sesi, regido pelo maestro Fernando.
O jornalista, escritor e poeta Sr. Cavalcante.
Um grupo de alunos, representando a dança do bumba-meu-boi, sob a orientação da professora Alizete Maneira.
Um grupo musical composto da professora Alizete e sua família.
Um repentista: Sr. João de Lima.
A participação especial de algumas crianças desfilando com trajes de chita.
Convidamos, também, para fazer o registro desse momento tão significativo, uma TV da cidade e a revista Construir Notícias, renomada nacionalmente por sua estrutura e competência educativa.

Na ocasião, contamos com a presença dos alunos do Colégio, seus parentes e amigos, que, com certeza, saíram enriquecidos de muita beleza e cultura.

Projeto Chitinha Bacana

Chita – Tecido de algodão com desenho de grandes flores coloridas. Surgiu na Índia e, devido às grandes navegações, conquistou a Europa.

Chita quer dizer variado. E essa é a maior qualidade desse tecido que, também devido às grandes navegações e por causa da diversidade de estampas que pode carregar, notadamente as florais, tornou-se popular.

A Chita pelo Mundo
Antes de Chegar ao Brasil

Na Itália, a moda de tecidos florais assumiu importância exagerada durante muito tempo. Séculos depois, a padronagem desse tecido recebeu a influência das expedições e das grandes viagens pelo mundo.

Nos Estados Unidos, que já possuíam as primeiras máquinas de estampar, o tecido ganhou força com flores miúdas (ainda tão comum nos dias de hoje). Por ser um pano ordinário de algodão, era trabalhado à mão em bancas de estampar pelo impressor e pelo pintor de cores, ajudado por aprendizes.

A Chita no Brasil

A história da Chita traz muito da trajetória do Brasil. Do passado, ela tem a marca do castigo, da festa, da criação, da arte, do trabalho, da simplicidade, da malícia e, ao mesmo tempo, uma alegria escancarada que combina cores e misturas descontroladas nas estampas que vestiam escravos, camponeses, tropicalistas, personagens literários, teatro, novela e cinema, sem perder sua inocência.

A chita veio para o Brasil trazida pelos portugueses. Aqui, como em outros lugares inicialmente, era um pano usado para forrar mesas em casa de pau-a-pique. Depois, foi sendo utilizada em cortinas, colchas de cama, colchões, etc. Mais tarde, pessoas que trabalhavam na roça e de baixo poder aquisitivo começaram a usá-la como roupa.

Com a transferência da Casa Real portuguesa para o Brasil, deu-se início à indústria têxtil em solo nacional. Pois, com a Família Real, chegaram ao Brasil os primeiros empresários do ramo, que aqui montaram fábricas de estamparias para efetivar a produção local de algodão estampado. O uso dessa matéria-prima aparentemente comum caiu no gosto do povo. Com a força do colorido brasileiro estampado na fauna e na flora e com um toque de brasilidade todo especial, o tecido popularizou-se e virou moda.

Hoje, o que se chama de chita não é mais que puro algodão, nem todo pano de algodão estampado é chita. As estampas são muitas e não são só flores. O pano que, no início, servia de toalha de mesa hoje empresta sua estampa para designers que são a sensação de grandes nomes do Brasil. O requinte fica por conta da harmonia ímpar das cores e das estamparias que, unidas ao corpo da brasileira, adquirem movimento e vida transformando-se numa diversidade única e bela.

E, assim, o mais simples dos tecidos de algodão estampado, com suas cores e sua “brasilidade”, ganhou fama. Os grandes nomes da moda deram à chita um tratamento e um refinamento de tal forma que é com ela que eles representam o Brasil no exterior. Até a alta costura resolveu apostar na chita. Recentemente, estilistas brasileiros e designers de calçados mostraram versões fashion do tecido no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, na exposição Chita na Moda. Numa visão que forja o nosso futuro a partir das nossas“raízes culturais”.

A chita, para nós, brasileiros, não é apenas um tecido. É uma história de vida. Vida de um povo, vida de um país.

Pesquisa e elaboração: Profa. Magnólia Cerqueira

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