Edição 85

Matérias Especiais

Comunicação com amor entre professor e aluno

Jéssica Maria Dornelas de Souza

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Introdução

“O professor autoritário; o professor licencioso; o professor competente, sério; o professor incompetente, irresponsável; o professor amoroso da vida e das gentes; o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca” (FREIRE, 1996, p. 73). Cientistas, antropólogos, psicólogos e educadores têm afirmado que o ser humano é uma criatura culturalmente programada e programável, e os professores fazem uso diariamente de métodos e técnicas de ensino diferenciados; no entanto, todos têm o poder comum de marcar a vida de seus alunos; é mister, então, que educadores (independentemente do nível de ensino) tenham o comprometimento de relacionar-se com amor. Num contexto geral, professores prendem-se em criticar (alunos e salários) e esquecem que o foco para se chegar a uma aprendizagem significativa é depositar, dentro de seu íntimo, valores como: gentileza, paciência, capacidade de perdoar, cortesia, humildade, generosidade e honestidade; para que através dessas características possam estabelecer com seus alunos uma relação de mútuo respeito, transbordando o conhecimento científico com a linguagem internalizada do amor.

A relação professor-aluno determina interferência positiva ou negativa no processo de ensino-aprendizagem. A capacidade do professor de sentir, reagir, planejar e decidir torna-o capaz de alterar o curso dos acontecimentos. Os melhores professores são aqueles que avaliam, analisam e sistematizam o comportamento e a comunicação entre seus alunos, estabelecem interação, demonstram afetividade e apresentam soluções.

Ralph Waldo Emerson, citado no livro O Amor como Estilo de Vida, fala: “Uma das belas compensações da vida é que nenhum ser humano pode sinceramente tentar ajudar o outro sem ajudar a si mesmo” (EMERSON apud CHAPMAN, 2009, p. 14). Se o professor sinceramente colocasse, como ponto de partida de seu trabalho, o caráter de explicar, tendo preocupação em identificar fatores que causam ou colaboram com entraves na aprendizagem, ele não somente ajudaria os alunos, como seu dia a dia seria muito mais saudável. O educador deve se ater a demonstrar amor pelos educandos com:

Palavras de afirmação (muitos professores só criticam e observam os pontos negativos de seus alunos; no entanto, todo ser humano tem qualidades a serem exploradas).

Tempo de qualidade (preocupados com metas, planejamentos, relatórios e notas, muitos professores restringem o tempo somente para ministrar suas aulas, não dando abertura aos alunos para tirarem dúvidas que venham a surgir ou fazerem indagações que permitam alargar seus conhecimentos).

Presentes (diferenciar suas aulas com vídeos, músicas, passeios extraclasse ou até mesmo ministrar a aula em outro ambiente é um presente que deve ser dado).

Atos de serviço (aluno tem vida social e problemas assim como o professor, mas, por uma questão de hierarquia, o professor deve oferecer ajuda sempre que perceber algo diferente em seu aluno; muitas vezes, uma palavra de conforto faz toda a diferença).

Toque físico (cumprimentar dando as mãos ou um abraço respeitosamente faz o aluno sentir-se amado e mais atento ao que o professor irá falar).

Todos admiram um professor que demonstra amor pela profissão e pelos alunos; já aquele que demonstra ser individualista sente-se isolado e abandonado. O amor verdadeiro é algo que parte internamente, mas só se realiza através de atitudes e ações. A análise e influência do professor quanto à afetividade e aos aspectos psicológicos no processo de aprendizagem do aluno por vezes acontecem em meio às dificuldades, pois é a oportunidade de o professor experimentar e compartilhar o amor para com seu aluno. A principal barreira entre professor e aluno é a falta de atitude por parte daquele. A solução para problemas em sala de aula é começar pelos pequenos gestos de gentileza. De acordo com Polity,

É necessário que pais e educadores compreendam que colocar certas restrições à ação dos alunos faz com que estes desenvolvam uma relação afetiva segura com o educador e passem a respeitá-lo por esse comportamento. A existência do amor do professor pelo seu aluno não deve ser confundida com falta de autoridade. Entende-se que o professor deva sempre colocar-se como adulto na relação, isto é, favorecer o vínculo afetivo, mas não se furtar a pôr os limites, tão necessários para que o aluno cresça dentro de referenciais claros e seguros (POLITY, 1988).

Nada vale o conhecimento de um professor se ele não souber expressá-lo. Não é somente por palavras que se estabelece uma boa comunicação. A palavra apresenta 7% da capacidade de influência; para comunicar-se bem, o professor precisa formar uma estrutura que lhe dê mais poder na comunicação, como o tom da voz, que representa 38% dessa influência; e a fisiologia (postura corporal dos interlocutores), 55%. Segundo Freire (1996),

O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula, assim, é um desafio, e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.

sala-de-aula_professor__opt1 Chaves para um relacionamento com amor

Alguns dos problemas enfrentados hoje pela relação professor-aluno, no contexto da comunicação, consiste no fato de que o professor acha-se um excelente comunicador, mas na verdade é um perfeito pesquisador ou humanista demais, a ponto de se tornar psicólogo particular de seus alunos; professores que estão mais preocupados em expor sua matéria e acreditam que desempenham um excelente papel transmitindo conhecimentos e que é obrigação do aluno escutar atentamente e compreender.

Conforme Fleuri (1997), a prática pedagógica autoritária acaba gerando situações de conflito e prejudicando o relacionamento entre professor e aluno. O primeiro faz da sala de aula um local onde tudo é estabelecido por ele e pelas normas da instituição, acatadas passiva e comodamente, vendo o aluno como um receptor de conhecimentos; nesse caso, não há espaço para discussão nem momento para esclarecimento de dúvidas.

Passam-se décadas e o conceito do sistema de ensino é sempre o mesmo: o professor transmite conhecimentos, o aluno absorve as informações transmitidas para passar de ano; no entanto, a emissão e a recepção dessas informações para uma comunicação eficiente se faz através de pilares básicos, como gentileza, paciência, capacidade de perdoar, cortesia, humildade, generosidade e honestidade. A aprendizagem significativa consiste em respeito mútuo, auxílio e criatividade.

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1.1 Gentileza

“Nenhum gesto de gentileza por menor que seja é vão” (Esopo citado por CHAPMAN, p. 24). Quando um professor trata seu aluno com gentileza e reconhece e acolhe com afeto suas necessidades, enxerga seus valores e potencializa seu poder de reação praticista. Sócrates, grande filósofo grego, em uma de suas célebres frases diz: “Cuidado com a aridez da vida ocupada”; o professor muitas vezes preocupa-se em preparar aula, corrigir trabalhos, elaborar relatórios, projetos, realizar listas de frequência, dispensando o poder de valores, como a gentileza, por estar muito preocupado com suas responsabilidades cobradas pela instituição em que está inserido. É necessário que o professor jamais subestime o poder das palavras gentis, pois, naquele momento, pode mudar o pensamento de seu aluno. As palavras gentis expressam reconhecimento e alegram a vida de todos. As reações dos educandos são determinadas pelo trabalho que seu professor pratica; esse trabalho deve diariamente estar atrelado a um pensamento de buscar valores que estão perdidos na sociedade atual. Quando um professor se apega a pensar negativamente a respeito de uma turma ou um aluno, deve ser capaz de se abstrair desses pensamentos e trazer à tona os valores positivos, pois não existe nada absolutamente ruim.

Quando os conceitos do professor estão desarranjados, sua mensagem é confusa e insegura, e os alunos, por sua vez, não conseguem absorver o assunto. Quando estão abusivamente organizadas, o professor não gosta de ser interrompido nem de acolher subsídios de seus alunos, pois exclui tudo o que ameaça transtornar a estrutura mental que traz preparada. A comunicação eficiente é feita por palavra, tom de voz, gestos, contexto, tudo conectado na mensagem que é transmitida.

Vários estudos científicos comprovam que atos de gentileza têm a capacidade de reverter sentimentos de depressão, hostilidade e isolamento. Como consequência, problemas de saúde relacionados ao estresse comumente melhoram depois que se ajuda alguém, ou seja, tratar o aluno com gentileza aumenta a autoestima (soma da autoconfiança e do autorrespeito) e o otimismo, além de proporcionar contentamento.

Para viver em uma zona de conforto, o professor costuma evitar o desconhecido, procura fazer apenas o que está familiarizado a fazer, no entanto, num mundo de eterna transformação, faz-se necessário não preservar padrões arcaicos de ensino e prezar pelos sete pilares de uma relação com amor para com seus alunos. Se há gentileza na relação professor-aluno, este a passará para seus colegas e familiares, pois a ação faz o homem. O papel do professor não é somente reclamar e desejar que seus alunos aprendam, e sim mostrar a maneira mais prática para se chegar a esse aprendizado; a sensibilidade regada pela gentileza reforça as relações interpessoais no convívio diário e transfere aos aprendizes o caminho para ser um excelente profissional, pai, marido, um ser social benquisto pela coletividade.

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1.2 Paciência

O professor deve estar atento e aceitar as deficiências de todos os seus alunos e não crer que, se um entendeu, todos têm obrigação de entender também. O trabalho do professor vai além de falar sobre uma disciplina, deve se preocupar em verificar se houve uma aprendizagem ou não, e para isso é necessário paciência.

O professor deve prezar por um ambiente tranquilo e confortável que conduza as aulas a questionamentos, e não a revisões para prova; o professor deve ser um apoiador do conhecimento, e não o próprio conhecimento; precisa identificar erros e ajudar a corrigi-los, e não rejeitá-los, dando aos alunos uma nota ruim. Um professor limitado não percebe os detalhes de sua sala, é passivo, deixa-se levar, não consegue dirigir sua aula, simplesmente não se destaca, por mais que se esforce.

Ler livros, jornais e revistas de boa qualidade, assistir a filmes, ouvir músicas que tragam aprendizagem significativa e comparecer a palestras, cursos ou debates desenvolvem sensibilidade e aumentam distinções na relação em sala de aula de maneira adequada, mas não devem ser feitos por obrigação; trabalhos como esse devem ser galgados com paciência e gentileza.

Quando um professor demonstra paciência, lembra a si e à sala de aula o caminho para o relacionamento saudável. A paciência do professor fala a seu aluno rebelde: “Eu quero entender o que está acontecendo com você, qual é o sofrimento que o faz ser tão agressivo” (CHAPMAN, p. 61). A paciência é a disposição para entender o agente por trás da agressividade, é compreender os sentimentos, pensamentos e comportamentos do outro. Um professor que em seu discurso expõe palavras ríspidas e condenatórias cria tensão; por isso, ao frustrar-se em sala, o professor tem duas escolhas, atacar com palavras afrontosas ou indagar, escutar e tentar entender. Um aluno que se sente amado é muito mais produtivo.

Lair Ribeiro relata que há cinco atos básicos da linguagem exteriorizada: “[…] solicitação, oferta, promessa, declaração, asserção” (RIBEIRO, p. 22). O professor que não consegue solicitar não tem poder nenhum sobre a turma. Para que uma solicitação seja aceita, é preciso criar um contexto favorável; no entanto, montar um ambiente favorável requer prática, paciência e persistência. Ser impaciente não colabora para uma melhor situação. O professor deve trazer consigo o pensamento de se concentrar sempre na solução, e não no problema.

1.3 Capacidade de Perdoar

Alguns professores aproveitam suas aulas para se autopromover, usando conceitos ou termos desconhecidos para seus alunos somente para se vingar de algumas atitudes distorcidas destes, gerando, assim, conflitos em sala e impondo medo: seus alunos obedecem, mas não por respeito ao professor, e sim por receio de que algo aconteça em seu rendimento. O professor precisa aprender a perdoar, pois ele tem mais experiência e conhecimento sobre a disciplina e a vida; o perdão é um elemento essencial nas relações, e não uma muleta; deve ser sincero, porque assim fica muito mais simples combater problemas que venham a existir numa turma.

É normal que os alunos se sintam obrigados a dar algo em retribuição a quem lhes deu primeiro. Pequenos gestos de atenção, informação, concessões e simples benefícios estabelecem uma afinidade; no entanto, esses gestos não devem ser mercantis, porque toda relação positiva se funda através do amor. O movimento básico das relações dá-se onde o interior flui para fora e o exterior para dentro; ou seja, se o professor carrega, dentro de si, capacidades como gentileza, paciência e capacidade de perdoar, o ambiente externo flui muito melhor, e a resposta para essas capacidades é recebê-las de volta.

O ser humano sempre quer o que não tem, e alunos estão acostumados a serem tratados como meros telespectadores de um professor que trabalha por dinheiro. Quando se deparam com um professor diferente, que se preocupa em ampliar o vocabulário deles, explicando acepções e diferentes aplicações dos novos termos, que abre portas para renovar confiança, que admite seus erros, repara danos e procura sempre acertar, toda barreira é quebrada e a socialização e aprendizagem acontecem de maneira muito mais eficaz.

Quando o professor carrega raiva de seus alunos e as remói todas as vezes que entra na sala de aula, o mais prejudicado é ele mesmo, pois a raiva inicial se transforma em amargura, podendo gerar até doenças psicológicas e afastá-lo do cargo, gerando traumas familiares. “A raiva deve ser uma visita, não uma moradora” (CHAPMAN, p. 94).
professor_aluno_Deposit_opt1.4 Cortesia

Para Freitas (1998, p. 74), “A professora se comporta como se fosse a proprietária da sala de aula, bem como de tudo que está ali dentro: a mesa, o quadro, o giz e, inclusive, os alunos. É por isso que ela se sente no pleno direito de manipulá-los conforme sua vontade”.

O professor deve enxergar que seu aluno tem valor e que a pressa em obedecer ao conteúdo programático não vale tanto a pena se seu aluno não retiver esse conhecimento. A autoridade do professor ajuda a criar um contexto favorável se demonstrar profissionalismo, conhecimento, credibilidade e cortesia. A autoridade veraz não se faz pela força, mas se mantém por uma atitude cortês. A cortesia acalma, proporciona alívio de conflitos e melhora a capacidade de lidar com atividades e problemas futuros.

Alguns professores falam de modo tão acelerado ou articulam vocábulos tão mal que muitas das ideias não são alcançadas pelos alunos. Outros professores discorrem em voz tão baixa que não conseguem a atenção dos alunos. A cortesia leva o professor a se colocar no lugar de seu aluno e a analisar seus erros, desculpando-se com ações que passem uma maneira mais afetuosa de se articular, pois prestar atenção é uma forma cortês de dizer ao seu aluno que se preocupa com seu aprendizado e confia no seu potencial.

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1.5 Humildade

Dentre as muitas deficiências arraigadas no professor, a mais tendenciosa é o monólogo; comunicação sem diálogo demonstra falta de interesse pelo conhecimento. Alguns professores acreditam que, quanto mais apáticos e “bem disciplinados” forem seus alunos, mais proveitosa será a aula. Enganam-se e precisam urgentemente refletir que o primeiro passo para alcançar a humildade é reconhecer o próprio orgulho e retirar de seu íntimo desejos de aclamação, porque por si só a profissão já o deixa aclamado pelos seus aprendizes, mas o reconhecimento completo só se dará se valorizar a si e também aos educandos.

É natural do aluno não dar a devida atenção ao que o professor diz. Por diferentes razões (relacionamentos amorosos, esportes, trabalho, família, saúde, desinteresse pela matéria); mas cabe ao professor, com sinceridade, cortesia, humildade e bom-senso, chamá-lo reservadamente e questionar a falta de atenção, motivando-o para desenvolvimento futuro. O professor deve despertar o autoconhecimento e a autorrealização de seu aluno.

Fernandez (1991, p. 47) alude que “Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos”. A afinidade professor-aluno é essencial na aprendizagem, pois dinamiza e dá sentido ao processo educativo. A verdadeira humildade do professor consiste em procurar se colocar no lugar de seu aluno. Apesar de se sujeitar a regras institucionais, como programas e normas, a humildade configura o cerne do processo educacional, mostra a competência e o caráter do professor.

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1.6 Generosidade

Podem-se observar dois aspectos da interação professor-aluno: comunicação e afinidade. Essa relação deve estar baseada na confiança, na cordialidade, no respeito e na generosidade, envolvendo empatia, compaixão, transparência e capacidade de ouvir, dirigindo o educando ao fortalecimento de alicerces éticos e não se limitando apenas a conteúdos programáticos.

A atitude do professor molda confiança e fundamenta a autorrealização do trabalho feito com amor e da aprendizagem significativa. De acordo com Libâneo (1994, p. 251), o professor, além de transmitir informações, deve ouvir seus alunos:

Não estamos falando da afetividade do professor para com determinados alunos nem de amor pelas crianças. A relação maternal ou paternal deve ser evitada, porque a escola não é um lar. Os alunos não são nossos sobrinhos e muito menos filhos. Na sala de aula, o professor se relaciona com o grupo de alunos. Ainda que o professor necessite atender um aluno especial ou que os alunos trabalhem individualmente, a interação deve estar voltada para a atividade de todos os alunos em torno dos objetivos e do conteúdo da aula.

A generosidade deve estar voltada para todos os presentes em sala; o professor não deverá ter uma atitude mesquinha, pois empobrecerá o relacionamento em vez de fortalecê-lo.

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1.7 Honestidade

Há uma falta de definição do para que estudar, do que gera a evasão, de qual o problema real da reprovação e da violência existente na relação professor-aluno. O professor e sua sala de aula precisam estar abertos, ser transparentes para discutir temas como esses, pois o relacionamento sólido é construído através da permissão de conhecimentos transversais. É conflitante e difícil de ser trabalhado, mas a honestidade pode atenuar esse conflito. A confiança deve ser recíproca, mas, se não pode ser total, o professor deve ter prudência fazendo-se gostar, mas também gostando de seus alunos. Vasconcellos (2001, p. 57) completa:

O autêntico professor é aquele que necessariamente faz memória, recorda os mitos, os sonhos, as utopias e as tradições, as aprendizagens do passado, a cultura, ao mesmo tempo que analisa o presente e projeta o futuro.

empresario_varias_emoco_opt2 Motivação para amar seu aluno

Henry Drummond (CHAPMAN, p. 237) é citado com a seguinte frase: “Quando pensar em sua vida, descobrirá que os momentos em que realmente viveu foram aqueles em que você agiu movido pelo espírito do amor”. Para que um professor seja realmente um excelente comunicador, é necessário observar, sintonizar e acreditar que pode fazer a diferença na vida de seus alunos.

O professor pode intervir, aperfeiçoar e concretizar a relação professor-aluno explorando possibilidades, discutindo e abrangendo as hipóteses e compreensões.

O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve lhes dar atenção e cuidar para que aprendam a se expressar, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e opiniões mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades (LIBÂNEO, 1994, p. 250).

estudante_adolescente_D_opt3 Considerações finais

Ser professor é fazer diariamente três perguntas-chave: o que posso fazer para ajudar meu aluno hoje? Como posso tornar sua aprendizagem significativa? E como posso ser um professor melhor?

Hoje, o perfil do professor deve vir atrelado a uma nova postura, estimulando o amor, a proatividade e as habilidades de socialização, conectando-se num processo de interdependência, de colaboração, de interatividade, que provoque o pensamento ilimitado. E, para que essa postura seja passada e aceita por seus alunos, valores morais, como: gentileza, paciência, capacidade de perdoar, cortesia, humildade, generosidade e honestidade, devem servir para descortinar caminhos para uma boa relação professor-aluno no contexto ensino-aprendizagem. Mosquera (1984) expõe que:

O bom professor é aquele que desenvolve habilidades que atendam a mudanças drásticas na própria cultura; faz-se necessário, então, conhecimento preciso das diferenças que existem entre os alunos, assim como do quadro cultural que rodeia a escola, para melhor definição de necessidades e expectativas que levem a desempenhos em graus e prontidão pessoal.

Atitudes diárias com amor e respeito, negando violência, trazem alegria e inserção.

Jéssica Maria Dornelas de Souza é educadora.
Contato: jessicadornelas@hotmail.com

Referências

CHAPMAN, Gary. O amor como estilo de vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991.

FLEURI, R. M. Educar para quê? Contra o autoritarismo da relação pedagógica na Escola. São Paulo: Cortez, 1997.

FREITAS, L. B. L. A produção da ignorância na escola: uma análise crítica do ensino da língua escrita na sala de aula. São Paulo: Cortez, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

POLITY, Elizabeth. Ensinando a ensinar. São Paulo: Lemos, 1988.

RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da influência (neolinguística aplicada à comunicação). Rio de Janeiro: Objetiva, 1993.

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