Edição 126
Mensagem inicial
De professor a educador
A vida das lagartas é fantástica.
No bojo de um corpo misterioso,
no escuro de uma densa membrana,
há o mistério, a borboleta.
Um dia ela voará.
Está tudo pronto para o voo.
É só esperar.
Esperar o momento da maturidade.
Chegando, o momento de magia do voo
maravilha os presentes.
Suas cores imaginadas
parecem vir de um fantástico artista!
Assim é o ser humano.
Sua saída do outro implica um primeiro voo…
Voo ainda inconsciente.
Voo para uma nova maturação…
A família, a sociedade e a escola…
A escola é parte essencial do novo útero,
da lagarta que cresce…
E que precisa saber da borboleta que vem…
Saber da borboleta que vem
e saber da magia da vida.
Saber que ele não é apenas fruto do que vem de fora.
A escola deve prepará-lo para esse segundo voo.
Prepará-lo para a escolha das cores das asas…
Sua forma…
Seu querer voar…
Seguramente seu voo não será o do professor,
nem o de sua família,
nem o de qualquer outro de sua época.
Deverá ter a singularidade de uma “Mona Lisa”…
Assim é o nascer de novo…
Nascer para querer ser livre.
Não será o projeto pronto de uma borboleta,
mas criará seu próprio projeto de voo…
Para tanto, é indispensável, educadores,
formadores de Homens,
parteiros de uma nova geração
que voem além das sombras presentes.
ALVES, Maria Dolores Fortes. De professor a educador. Rio de Janeiro: Wak, 2006.