Edição 92
Dicas de filmes
Dicas de Filmes

Como estrelas na Terra
No filme, o protagonista é uma criança que não se enquadra no padrão de educação, que na Índia não é muito diferente do nosso. Com dificuldade de aprendizagem, devido à dislexia ainda não identificada, ela é tirada de uma escola e matriculada em outra. O pai não compreende, tratando-a de forma insensível e criticando duramente seu desempenho escolar. O aluno tem sua alma, seu ser, esvaindo-se a cada dia, anulando-se por completo. Eis que chega um novo professor que, aos poucos, interage com ele e se reconhece nele, descobrindo seu problema. Por ser um professor de Arte, promove um evento no qual consegue tirar o mal-estar, o distanciamento entre aluno e professor. Assim como no filme, precisamos nos aproximar de nossos estudantes, essa integração é fundamental.

O garoto da bicicleta
O filme conta a história de um menino de aproximadamente 11 anos que vive uma situação de abandono e rejeição por parte do pai. Sua forma de lidar com esse contexto é a negação e a revolta. O filme retrata o processo de transformação do menino, por meio de sua relação com uma cabeleireira que desenvolve profundo afeto por ele. Esse processo, entretanto, não é linear, mas marcado por avanços e retrocessos, caracterizando uma experiência muito comum no exercício do magistério, o que suscita no educador sentimentos de irritação e desânimo, podendo levá-lo a desistir de lutar.

O pequeno Nicolau
Este filme pode ser recomendado aos professores por duas razões: pelo entretenimento em si, já que é a versão em filme de uma série de livros já traduzidos para o português, do mesmo autor de Asterix, e é absolutamente hilário; e por retratar as escolas francesas dos anos 1950, com suas práticas de disciplina e de relacionamento educador-alunos. É o contexto do filme que é interessante, porque permite comparar mentalmente o que se exigia dos alunos e dos professores naquela época com o que se permite que ambos façam hoje em dia. A educação francesa à moda antiga é muito criticada por alguns educadores contemporâneos. Mas tanto a rigidez e a distância dos adultos em relação às crianças daquela época quanto o sumiço da hierarquia e das regras de conduta nos dias de hoje devem ser olhados com atenção para se achar o ponto de equilíbrio.