Edição 131
Prazer de ler
Prazer de Ler
Olá, pessoal! Eu me chamo Beto Brito. Sou filho da feira, irmão da chuva, parente das sanfonas e rabecas, herdeiro do cordel, descendente dos rios e das estradas sertanejas, dependente do cheiro de terra molhada, cria do Sol, contemplador da Lua e das estrelas. Minha vida bem que poderia ter sido primogênita da literatura e da música numa viagem sem volta ao reino das emoções sensoriais, mas fui submetido a ambas com todos os meus desejos de contemplação ao que há de mais sagrado na existência do ser humano: a sua liberdade existencial. Através dessa áurea desbravadora, eu procuro dar meu testemunho ao mundo sob a ótica interpretativa na contemplação das minhas criações, através das quais eu acredito que esteja contribuindo para uma compreensão menos entediada de nossa própria história. Temos a necessidade instintiva de aprender a criar, inovar, desbravar e desafiar a nós mesmos para que nos sintamos interligados com a natureza à qual pertencemos e, assim como ela faz em todos os seus ciclos diários finitos e infinitos, equilibremos a falta de poderes milagrosos divinais.
As minhas expressões literárias são reflexo dos cangapés e das cabriolas na lagoa imaginária de um menino travesso, que não tem receio de se afogar, mas tem medo da escuridão. Nela, eu mergulhava para tentar descobrir os segredos que não conseguia desvendar de sua margem. Não descobri muita coisa, mas aprendi a nadar, pescar, tocar o seu leito enlameado e retornar para a superfície com ar de vencedor. Dessa mesma forma, foi a minha vida, sempre curioso com todos os “segredos” que permeavam a minha curiosidade constante. E foi assim, mergulhando nesse mar de perguntas e pensamentos, que acabei na areia da praia, a praia de João Pessoa, no Estado da Paraíba, onde moro hoje, navegando nas águas de minhas próprias descobertas.
Falas do povo: Esse é um livro, como o próprio nome já o define, que trata dos ditados populares do nosso povo, principalmente o povo nordestino, que tem sempre uma boa expressão para cada ocasião; vejamos algumas delas:
Só se tem muitos amigos
com dinheiro na poupança.
Candidato faz promessa,
mas só fica a esperança.
Quem trabalha com vontade,
fé em Deus, um dia alcança.
Vale mais água do céu
do que ser de boa rega.
Vi um sapo que dizia:
— Urubu nenhum me pega.
Criancinha já não brinca
de pião nem cabra-cega.
Lendas do folclore popular: Nessa obra, há um apanhado das lendas folclóricas de vários estados do Brasil. Cada uma delas nos conta uma pequena história com uma pontinha de lição para a nossa reflexão.
O Brasil tem muitas lendas
de medo, amor e coragem.
Do Oiapoque ao Chuí,
vou ser a nossa viagem.
Sobre índio, homem, bicho,
vou relatar no capricho
igualzinho uma filmagem.
Onde tem um bom roçado
tem um anjo corredor,
ele bate nas cancelas
pra pegar quem não calou,
faz barulho e bate forte
pra levar, quando tem sorte,
o menino que chorou.
Uma mula sem cabeça
numa tarde se casou;
o seu noivo, um lobisomem.
Desse caso germinou
um cruel homem-cavalo,
só de medo eu nada falo,
besta-fera já chegou.
Álcool e fumo: mantenha distância: Nesses ricos versos de cordel, o poeta Beto Brito nos traz um importante alerta contra dois vilões da nossa juventude: a bebida e o cigarro. Mostrando todos os malefícios que as duas drogas podem provocar à nossa saúde, Álcool e fumo: mantenha distância é informativo, atrativo, engraçado e brilhantemente ilustrado, para que os jovens leitores tenham mais um aliado com que contar no combate aos vícios. Inspire-se na leitura desse poema e leve para sua vida a compreensão do que é a verdadeira felicidade.
Bazófias de um cantador pai-d’égua – o maior cordel do mundo: Oficialmente, são aproximadamente três mil versos, em formato de sextilhas, septilhas e outras formas, que dão vida ao maior cordel do mundo. O passeio literário vai da Pangeia até o Apocalipse, com passagem pelo espaço sideral, um mergulho nas fossas oceânicas do presente, passado e futuro da história da humanidade.