Edição 11

Matérias Especiais

Região Centro-Oeste

Mito

O Negro d’água

Do mesmo modo como o Norte tem a Boiúna e o Cobra Norato e o Sudeste o Caboclo d’água, o Centro-Oeste apresenta o seu Negro d’água. Seja no Araguaia, no Xingu, no Paraguai e ao longo dos corixos do Pantanal, ele é uma figura mítica. Todo mudo diz que já o viu, mas não há fotografia alguma dele, dizem que ele é meio-peixe e meio-homem, mas com uma cara toda esquisita, com orelhas compridas como as de um macaco e uma espécie de crista, parecendo de peixe, sobre a cabeça. Gosta de derrubar as canoas dos pescadores que não lhe dão um pedaço no início da pescaria. Suas mãos e pés se parecem com os de um pato, os dedos unidos e presos. É preciso respeitá-lo porque ele é muito forte e perigoso.

Lenda

Os dois pássaros

Diz uma velha lenda que quando estavam fugindo para o Egito, escapando dos soldados de Herodes, a Virgem Maria, São José e o Menino Jesus, num determinado momento, não tinham onde se esconder. Iam ser apanhados. Foi quando o joão-de-barro abriu sua casa e os colocou lá no fundo, mandando que ficassem quietinhos e em silêncio. Quando os soldados de Herodes passaram, perguntaram ao passarinho se ele tinha visto um casal carregando uma criança. O joão-de-barro disse que não, e que há muito tempo não passava ninguém do jeito que eles estavam perguntando. E estava dizendo a verdade porque a descrição que eles fizeram não condizia com a verdadeira da Sagrada Família. Neste momento, o bem-te-vi resolveu dar uma de dedo-duro e cantou “bem-te-vi”. Só que os soldados não entenderam o que o passarinho dizia. É por isso que até hoje o bem-te-vi só consegue cantar desse jeito e o joão-de-barro é o único pássaro que tem uma casa de verdade para morar.

Folclore

Danças típicas: congada, folia de reis, roda de São Gonçalo, moçambique, cururu, marimbondo, serra moreninha, recortado.
Festas tradicionais: cavalhada, rodeios, festa do Divino, do Rosário.
Artesanato: cerâmica, objetos de madeira, artigos de prata com pedras semi-preciosas, cristais, esteiras, redes, cestas.
Mitos: O negro d’água, O Anhangüera.
Lendas: Origem das estrelas, As lágrimas de Potira, Procissão das Almas, Os dois pássaros.
Culinária: peixe com banana, empadão goiano, galinhada, farofa de banana, sopa de paraguaia, bolo mandioca, moranga.
Músicas: Rodada de Siriri e Caruru, Rosa, Papai Curumiassu, Bendito.

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