Edição 59

Projeto Didático

Expovila

“Escola Vila Sézamo
Recife – PE”

Diante do crescimento das necessidades escolares de um projeto de intervivência e intermultitransdisciplinaridade dos conteúdos abordados em sala de aula, a Escola Vila Sézamo propôs uma nova forma de trabalhar tais metodologias. A Expovila, como é chamada a feira de conhecimentos da escola, traz um novo formato, de abrangência mais holística das disciplinas do currículo básico. Trabalhar projetos em sala de aula, já faz um tempo, é quase que pré-requisito para todos os professores, mas trabalhar de forma coesa entre professores e alunos, coordenação e direção é o desafio que a Escola Vila Sézamo se propõe a realizar todos os anos.

O trabalho ocorre após a escolha do tema gerador, que dará um norte a professores e alunos com seus projetos didáticos específicos. Cada professor fica responsável por elaborar o projeto que versará e pesquisará, dentro de sua área de atuação um tema específico. Os alunos ficam encarregados de, após uma divisão de grupos, construírem seus próprios projetos com todas as etapas necessárias (introdução, objetivos, metodologia, resultados, cronograma e bibliografia).

Ao definirem os grupos, os alunos passam a ter uma orientação específica com o professor da disciplina escolhida como fonte principal da ideia do projeto. O professor passa agora a ser orientador dos projetos dos alunos interessados em sua disciplina. Mensalmente, os alunos dedicam uma aula de cada disciplina para construir e debater sobre seus projetos com o grupo, tendo em vista a necessidade de encontros periódicos para a implantação de metas e planos de execução dos seus projetos.

O acompanhamento dos alunos pelos professores orientadores apresenta-se como uma possibilidade de dividir conhecimentos através de um professor mediador, e não mais daquele professor dedicado a apenas transmitir um conteúdo específico, como uma máquina. Essa proposta, elaborada pelos professores em conjunto com os alunos e a direção, está, a cada ano que passa, se apresentando como forma ideal para o crescimento do conhecimento dos alunos, tanto com relação a seus conteúdos didáticos quanto a seus processos de participação e convivência.

A Expovila geralmente ocorre no mês de novembro e possui a proposta de ultrapassar os limites dos muros da escola. Faz algum tempo, a feira ocorre em praças públicas e teatros de grande porte, como forma de apresentar à sociedade as pesquisas e os resultados dos alunos durante os meses de construção e trabalhos dedicados aos projetos.

Pode-se perceber a participação e integração dos alunos nos projetos escolhidos e elaborados por eles mesmos. Isso nos lembra a metodologia trabalhada por John Dewey na Escola Experimental da Universidade de Chicago, a qual tinha por caminho de formação do conhecimento as atividades práticas voltadas a projetos e desafios propostos por professores em conjunto com os alunos1. Os alunos não chegariam à sala de aula como folhas em branco, mas com conhecimentos e práticas já trazidas na sua bagagem de vida.

Os desafios da construção do projeto, da elaboração do plano de atividades e a transformação do espaço em um ambiente lúdico e cheio de conhecimentos ficam a cargo dos alunos e dos professores orientadores. Com o objetivo de estimular os alunos à pesquisa, a proposta de espaços temáticos que agreguem diversas formas de conteúdo e apresentem a transdisciplinaridade proposta pelo tema é condição sine qua non para o enriquecimento da Expovila.

Concluímos, então, que o trabalho voltado para o estímulo ao estudo e à busca do conhecimento é a alternativa que melhor se adapta aos anseios da juventude atual. Juventude esta “plugada” na Internet, nas redes sociais e nos dispositivos móveis de acesso ao mundo virtual. Transformar a informação acessada por esses meios em conhecimento é o grande desafio dos novos alunos e futuros cidadãos.

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