Edição 12

Ambiente-se

A Árvore que fez a nossa história

No Dia da Árvore, 21 de setembro, escolhemos o PAU-BRASIL para comemorar a data. Essa homenagem é dirigida às ações de conscientização da importância e preservação de matas e florestas. Nossa intenção é de trabalhar com os alunos sua história nos ciclos: Econômico, do Desprezo e Restaurador.

HISTÓRIA DO PAU-BRASIL
EM CICLOS

O pau-brasil é conhecido dos brasileiros devido ao fato de ter originado o nome do nosso país e ter gerado o ciclo econômico que representou. Sobre ele, existe uma grande ameaça de extinção. Sem dúvida, representa um marco histórico do País, e, no entanto, poucos têm conhecimento sobre seu ciclo econômico, suas características botânicas e as implicações históricas envolvidas.

CICLO ECONÔMICO (1500 a 1875)

Em 1500, na chegada de Cabral, Pero Vaz Caminha descreveu: “mataria que é tanta, e tão grande, tão densa e de tão variada folhagem, que ninguém pode imaginar”. Diante da exuberância encontrada pelos portugueses, estes descobriram a existência de uma riqueza para eles inesgotável: o pau-brasil. Os índios brasileiros já utilizavam esta árvore para a confecção de arcos, flechas e a pintura de enfeites, com um corante vermelho intenso extraído do cerne. O ciclo econômico teve início em 1503 e, até 30 anos após a chegada dos portugueses, era o único recurso explorado pelos colonizadores. Com a exploração, a terra do pau-brasil tornou-se de muita importância e, em pouco tempo, Pindorama (denominação tupi que significa Terra das Palmeiras) oscilou entre os nomes oficiais Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra do Brasil e, logo em seguida, apenas Brasil.

O carregamento da madeira era enviado para Portugal e, de lá, a matéria-prima era enviada para Antuérpia, na Bélgica, de onde seguia para os principais consumidores: Inglaterra, Alemanha e Florença, na Itália.

A exploração era monopolizada pela Coroa, sendo que, mesmo após a implementação das capitanias, seus donos não podiam explorar a madeira nem tão pouco impedir que representantes da Metrópole o fizessem.

Em 1850, com a comercialização de anilinas sintetizadas, inicia a era da queda da importância comercial do pau-brasil. Mesmo assim, até 1875, ele ainda era um dos nossos mais importantes itens comerciais.

CICLO DO DESPREZO (1876 a 1970)

Na época das Capitanias Hereditárias, a de Pernambuco foi uma das que mais prosperou, graças à cultura da cana-de-açúcar. E essa cultura, mesmo ali, onde se localizava a capital do pau-brasil, o derrotou. Substituído por culturas mais rápidas e de lucro fácil, permitiu um século de abandono e desprezo, principalmente após 1876, pelo Império.

CICLO RESTAURADOR (1971 aos nossos dias)

O Movimento em Defesa do Pau-brasil teve início em Pernambuco, em 1970, por iniciativa do professor Roldão de Siqueira Fontes, mais tarde apoiado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, através do seu Reitor, Prof. Adierson Erasmo de Azevedo e do Governo Federal, que partiram para uma campanha nacional. Logo depois, foram plantadas 50.000 mudas pela UFRPE e pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento – DNOS, nas margens da barragem do Rio Tapacurá.

O PAU-BRASIL
Célia Soares

É Caesalpinia echinata
O nome do pau-brasil
Que deu nome a nossa Pátria
Terra de encantos mil.

País único no mundo
Que nome de planta tem
A cruz da primeira Missa
Foi desta árvore também.

Foi boa fonte de renda
Que deu dinheiro à nação
Juntamente com araras
A primeira exportação.

O pau-brasil acabou-se
Por ser tão mal explorado
Foi considerado extinto
E na Rural restaurado.

Começou-se uma campanha
Pro pau-brasil semear
Mudas pra todo o País
Saem do Tapacurá.

Com pétalas amareladas
De perfume embriagador
A madeira cor-de-brasa
Ao nosso meio voltou.

Três de maio é o seu dia
Por uma Lei Federal
Saudamos o pau-brasil
A Árvore Nacional.

Fonte: Universidade
Federal Rural de
Pernambuco – UFRPE –
Estação Ecológica do Tapacurá

Atualmente o pau-brasil faz parte do projeto desenvolvido pela UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – UFRPE, na ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ – EET.

A EET foi criada pela Resolução nº 51/75, de 18.03.75 do Conselho Universitário da UFRPE; tem como atribuições uma ampla faixa de atividades, todas dentro do campo da ecologia operacional. Criou-se, pela primeira vez no Brasil, um organismo capaz de dar sentido prático às discussões e debates tão amplamente suscitados hoje no campo da ecologia e de indiscutível sentido econômico em face do atual esforço desenvolvimentista.

A Estação Ecológica do Tapacurá tem sua estrutura dentro da organização da UFRPE (Pró-reitoria dos Campi Avançados) como um dos seus instrumentos de pesquisa e ensino.

PESQUISA:
Preservação dos Recursos Naturais da região.
Desenvolvimento de pesquisas nas áreas de Botânica, Zoologia e Ecologia.
Desenvolvimento de hábitos de conservação de recursos florestais e da fauna da Mata Atlântica.
Produção de mudas de espécies frutíferas e florestais com destaque especial para o pau-brasil, pau-jangada e ipê.
Incentivo à educação ambiental, por meio de recursos e visitas ecológicas, especialmente para alunos de 1º e 2º graus, de escolas públicas e privadas.

EXTENSÃO:
Doação de mudas produzidas na Estação para campanhas de educação ambiental.
Doação e venda de mudas para reflorestamento.
Visita de alunos de 1º e 2º graus, visando a educação ambiental.
Visita de alunos e professores de cursos de pós-graduação na área de Genética.

ENSINO:
Aulas práticas de Ecologia de Mamíferos para alunos dos cursos de graduação da UFRPE.
Aulas práticas de Biologia para alunos de 1º e 2º graus, das redes pública e privada de ensino.

Texto adaptado com base em pesquisas nas seguintes fontes:
Documentação da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE.
http://www.institutopaubrasil.org.br – texto de Ana Lúcia Ramos Auricchio

cubos