Edição 42

Lá Vem a História

A Bengala Mágica

Antônio Pérez Esclarín

15 de Outubro – Dia do Professor
Nossa Homenagem

O pequeno Juancho brincava na frente de casa quando passou um ancião muito elegante caminhando apoiado numa bela bengala, que caiu de sua mão justamente quando passava junto a Juancho. O menino apanhou-a rapidamente e a devolveu ao ancião, que lhe disse sorridente:

— Obrigado, mas não tem serventia para mim. Posso caminhar perfeitamente sem ela. Se você gosta, pode fi car com ela — e se afastou a bom passo, demonstrando que, com efeito, não precisava de sua bengala.

Juancho fi cou com a bengala entre as mãos e não sabia o que fazer. Era uma bengala comum e corriqueira, de madeira e com o cabo curvo. Depois de um instante, o menino começou a rebater o ar com sua bengala e, em breves momentos, se transformou num jogador de beisebol extraordinário, a ponto de rebater o quadrangular mais longo da história, que levaria sua equipe à vitória definitiva.

Juancho ficou com a bengala entre as mãos e não sabia o que fazer. Era uma bengala comum e corriqueira, de madeira e com o cabo curvo. Depois de um instante, o menino começou a rebater o ar com sua bengala e, em breves momentos, se transformou num jogador de beisebol extraordinário, a ponto de rebater o quadrangular mais longo da história, que levaria sua equipe à vitória definitiva.

bengala

Quando terminou de dar a volta ao campo entre os aplausos do público exaltado e o coração sossegou, após as saudações dos companheiros, Juancho montou na bengala, que, em seguida, se transformou num belo cavalo negro com uma estrela de prata na testa. Montado nele, percorreu países encantadores e resgatou donzelas belíssimas, que lhe agradeciam com beijos úmidos e emocionados.

A bengala mágica voltou a ser um simples pedaço de madeira, mas não tardou a ser um carro de corrida, uma batuta de orquestra, uma espada, um camelo de duas corcovas com o qual cruzou desertos intermináveis e até esteve a ponto de morrer sob uma espantosa tempestade de areia. Já entardecia quando voltou a passar o ancião elegante.

— Você gosta da bengala? — perguntou sorrindo a Juancho. O menino pensou que a bengala estava sendo pedida de volta e a entregou completamente enrubescido.

O ancião não aceitou:
— Não, você pode fi car com ela para sempre. Que farei eu com uma bengala? Você pode voar com ela, eu somente posso apoiar-me.

Ser professor é oferecer às crianças suporte para que possam voar com sua fantasia, percorrer os caminhos da imaginação, visitar estrelas e países encantados, falar com as mariposas, descobrir horizontes insuspeitados e descansar no peito da Lua.

Estimulemos nos alunos a capacidade de crer e criar para que nunca se deixem aprisionar pela mediocridade rasteira, sem alma, do materialismo que nos domina e esmaga, que não nos deixa sonhar.

cubos