Edição 15
Projeto Didático
A poesia cutuca, mexe com a gente, é lúdica…
Neste bloco, pôs-se em evidência aspectos dialógicos e plásticos, concretizando o ludismo próprio da linguagem poética.
A cavalhada
Ascenso Ferreira
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Roxas,
verdes,
brancas,
azuis…
Alegria nervosa de bandeirinhas trêmulas!
Bandeirinhas de papel bulindo no vento!…
Foguetes do ar…
— “De ordem do Rei dos Cavaleiros,
a cavalhada vai começar!”
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Roxas,
verdes,
brancas,
azuis…
— Lá vem Papa-Légua em toda carreira
e vem com os arreios luzindo no sol!
— Danou-se! Vai tirar a argolinha!
— Pra quem será?
— Lá vem Pé-de-Vento!
— Lá vem Tira-Teima!
— Lá vem Fura-Mundo!
— Lá vem Sarará!
— Passou lambendo!
— Se tivesse cabelo, tirava!…
— Andou beirando!…
— Tirou!!!
— Música, seu mestre!
— Foguetes, moleque!
— Palmas, negrada!
— Tiraram a argolinha!
— Foi Sarará!
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Fitas e fitas…
Roxas,
verdes,
brancas,
azuis…
— Viva a cavalhada!
— Vivôô!!!
— “De ordem do Rei dos Cavaleiros,
a cavalhada vai terminar!”
Dos brinquedos XIV
Marcus Accioly
— Vamos brincar de tourada?
— Disso não, de vaquejada!
— Quero brincar de Trancoso.
— Conta um desses que amedronta.
— “Era uma vez um papão
do reino do Faz-de-conta…”
— Fala não que ele te pega!
— Quer brincar de cabra-cega?
— Não, vamos brincar de circo!
— Começa a brincar que eu brinco.
— Meus senhores e senhoras!
— Caldeirões e caçarolas!
— O circo vai começar.
— E o palhaço vai falar.
— Bom-dia, Joaquim Beiçola!
— Boa-tarde, João Ventola!
— Distinto público e artistas!
— Poleiro de equilibristas!
— Tem trapezistas?
— Tem não, que se esborrachou
no chão.
— Tem domador?
— Nem lembrança,
foi comido por uma
onça.
— E a bailarina?
— É perfeita.
Transformou-se em
borboleta!
— Charanga?
— Toca aos sopapos,
cigarras, grilos e sapos!
— Que tem mais?
— Não falta nada.
— O circo tem empanada?
— Tem lona azul do
espaço.
Ai, circo, só tens
palhaço!
Personagem: — Nossa! Estou encantado!
Personagem: — É! Viajamos bastante na poesia, heim?
De pulo em pulo… de salto em salto… descobrimos poesia até
na Internet! E com linguagem cibernética!
Personagem: — É mesmo!? Mostra pra gente!
Música Techno: Breathe (Prodigy)