Edição 32

Matérias Especiais

Amazônia

São Gabriel da Cachoeira, a 1,6 mil quilômetros a noroeste de Manaus por via fluvial, tem uma reserva florestal e três parques nacionais, entre eles o do Pico da Neblina. Lá, o Rio Negro tem muitas corredeiras, com pedras no leito e ilhas que emergem no período da vazante. Há bons hotéis de selva e muitos programas para aventureiros.

O triângulo Atalaia do Norte–Tabatinga–Benjamin Constant é um barril de pólvora. Tráfico de cocaína, contrabando de madeira, política na base da bala e matança de índios fazem parte do cotidiano desse pedaço de Amazônia entregue ao crime.

No Vale do Javari, está a maior concentração de povos indígenas isolados do Brasil. Entre seis e nove nações reúnem 2,5 mil índios.

Os índios corubos, isolados na floresta, foram atacados por madeireiros e, assustados com os brancos, respondem com pauladas a qualquer tentativa de aproximação.

Barcelos foi a primeira capital do Amazonas. Hoje tem, na exportação de peixes ornamentais, uma das principais atividades econômicas. No seu território, fica Mariuã, o maior arquipélago fluvial do mundo, com setecentas ilhas. A cidade também é famosa pelas construções antigas da época da colonização e pela pesca do tucunaré.

Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus, é a Amazônia das cachoeiras e cavernas. Lá, a floresta é menos densa e tem aparência de bosque. O solo, cuja plataforma é de arenito e areia, não sustenta árvores muito grandes. Há diversas trilhas ótimas para trekking no meio da mata.

Lá nasceu a Lenda das Amazonas, que acabou dando nome ao rio e, mais tarde, ao Estado e a toda a região. No século 16, o conquistador espanhol Francisco Orellana, o primeiro a percorrer todo o trecho navegável do rio, então chamado de Mar Doce, narrou um confronto com belas índias guerreiras. Numa referência às amazonas da mitologia grega, batizou o rio. Ninguém jamais comprovou a existência dessas índias.

Todo ano, de 28 a 30 de julho, acontece o Festival Folclórico de Parintins, o grande carnaval da Amazônia. No lugar de escolas de samba, desfilam bois-bumbás com temas indígenas e da cultura cabocla.

Os índios saterés-mauês estão empenhados em restaurar suas tradições. Uma delas é o ritual de iniciação dos garotos quando entram na puberdade, chamado dança da tucandeira. Os meninos colocam a mão numa luva de palha cheia de formigas bravas, as tucandeiras, e passam o dia levando picadas. O veneno das formigas é eficaz na imunização de várias doenças.

Fonte: Revista Os Caminhos da Terra – nº 11 – Edição 55 – p. 46 e 47.

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