Edição 39

Dicas de filmes

Dicas de Filmes

Escritores da liberdade

Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar atua nesta instigante história envolvendo adolescentes, criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Escritores da liberdade traz uma história baseada em fatos reais.

Um sonho de liberdade

Andy Dufresne (Tim Robbins) tem sua vida mudada quando acaba na prisão por ter assassinado sua esposa. Detalhe: ele é inocente. Na prisão, ele acaba virando amigo de Red (Morgan Freeman), e deve utilizar sua habilidade nos negócios para sobreviver em um ambiente hostil e suportar as injustiças. Baseado em conto de Stephen King, é considerado por muitos a melhor adaptação de um trabalho do autor para o cinema. Uma das principais alterações promovidas pelo filme está no personagem do afro-americano Morgan Freeman, conhecido como Red. Ele é descrito no livro como irlandês — daí o apelido, já que o cabelo ruivo é um traço marcante desse povo.

Documentário: Retrato em branco e preto

Um homem negro e de classe média escreve uma carta a um amigo estrangeiro na tentativa de explicar-lhe a real situação dos afrodescendentes no Brasil. Esse é o pano de fundo do documentário Retrato em Branco e Preto, filme que revela um Brasil preconceituoso e desigual. Essas pessoas, que representam mais da metade da população brasileira, vivem à margem das oportunidades de trabalho, educação, saúde e moradia, convivendo com o abandono das crianças e a violência policial. O filme mostra que, no Brasil, há uma sociedade etnocêntrica, desigual e racista. Retrato em Branco e Preto se apóia em pesquisas socioeconômicas e revela que a reprodução do preconceito se dá a partir da escola e pela mídia, que insiste em ser espelho de um povo brasileiro que não existe, com suas Xuxas, Angélicas e outros rostinhos alvos.

Indicações de Uso

Retrato em Branco e Preto é um ótimo estimulador de debates sobre a questão racial, a história e os direitos humanos. Um filme de linguagem acessível, que pode ser usado para alunos dos ensinos Fundamental e Médio, mas que também faz diferença em debates acadêmicos. Particularmente indicado para grupos que discutem questões de raça.

Uma onda no ar

Nos anos 80, em uma grande favela de Belo Horizonte, um grupo de quatro jovens amigos — Jorge, Brau, Roque e Zequiel — resolve fundar uma rádio comunitária, a Rádio Favela. A intenção deles é criar um veículo que divulgue a voz da comunidade para o mundo. Com uma programação ousada e espontânea, a Rádio Favela logo ganha popularidade e abrangência. O problema é que a atividade começa a incomodar as autoridades, especialmente a polícia. Uma Onda no Ar e seus personagens são livremente inspirados em fatos reais.

Documentário: O que é movimento negro

Documentário sobre o movimento negro no Brasil. Apresenta didaticamente a luta dos negros pela igualdade, desde os tempos da escravidão até os dias de hoje. O filme começa apresentando, no período colonial, as formas de luta e resistência dos negros escravos, como o Banzo e os Quilombos. Fala de Zumbi e das revoltas dos Malês e dos Alfaiates.

Foi em 1902 que surgiram as primeiras entidades (recreativas) de negros no Brasil. No mesmo período começaram a ser publicados os primeiros jornais do movimento negro, como O Progresso e A liberdade. O filme aborda as experiências da Frente Negra, da Legião Negra e do Teatro Experimental do Negro (TEN), com seu belo trabalho na área de arte-educação.

Durante a ditadura militar, os negros ficaram proibidos de se organizar, e, assim, as manifestações culturais ganhavam mais importância. Já na década de 1970, após a morte do estudante Edson Luiz, o movimento negro voltou a se manifestar, e, a partir da união de diversos grupos, foi criado o Movimento Negro Unificado (MNU), contra a discriminação racial. A luta pelo respeito às diferenças e pela igualdade, levou o Movimento a discutir como a escola reproduz o racismo, através dos currículos, dos livros didáticos e da formação dos professores. Levou também à organização da Associação de Mulheres Negras.

O vídeo mostra ainda o samba e o hip-hop, entre as formas culturais que colaboram com a luta negra pela “desmistificação do mito da democracia racial” existente no Brasil.

Indicações de Uso:

O que é Movimento Negro é indicado para aula ou debates que tenham a história dos negros no Brasil como tema. O vídeo é bastante didático, com linguagem acessível, imagens dos jornais e manifestações políticas e culturais dos negros no Brasil.

Documentário: Vista a minha pele

Vista a Minha Pele é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula.

Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa de estudo que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nessa escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.

Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a superação do padrão de beleza imposto pela mídia, em que só o negro é valorizado, à resistência de seus pais, à aversão dos colegas e à dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos — em sua maioria, muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada, e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos. O centro da história não é o concurso, mas a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final, ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais capacidade tem de convencer os outros de sua chance de vencer.

Indicações de Uso:

O vídeo pode ser usado na discussão sobre discriminação no Brasil. É um instrumento atraente, com linguagem ágil e atores conhecidos do público-alvo — adolescentes na faixa de 12 a 16 anos. Vem acompanhado de uma apostila de orientação ao professor para sua utilização em sala de aula, elaborada por educadores e psicólogos comprometidos com as questões de gênero e raça.

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