Edição 46

Dicas de filmes

Dicas de filmes

Ilha das flores

O filme apresenta, com linguagem pseudocientífica, a trajetória de um tomate do momento do plantio até chegar ao consumidor final ou até apodrecer, ser descartado e levado para um depósito de lixo na Ilha das Flores, perto de Porto Alegre (RS). Acompanhando o roteiro do tomate, passa-se por toda a escala social — o agricultor, o vendedor, a dona de casa, o dono do lixão — e chega-se até os miseráveis que se alimentam com os detritos rejeitados pelos animais.

Indochina

Mulher, nascida na Indochina, filha de franceses, administra a plantação de borracha herdada do pai e a propriedade de sua amiga indochinesa morta, cuja filha adota. A presença do imperialismo francês é acintosa no trato com os empregados, na arrogância com que se posicionam seus representantes, na invisibilidade e na submissão aparente das pessoas. Todos os ingredientes para a revolta da população — que já contava com o apoio da antiga URSS — e a sequente Guerra do Vietnã estão presentes, tornando compreensível esse conflito.

O invasor

Dois sócios de uma construtora contratam um assassino profissional para matar um terceiro sócio, pois querem mudar os rumos dos negócios (leia-se: participar de certas maracutaias). Cumprido o acordo, o assassino resolve trabalhar na construtora e interferir na empresa; conquista a filha do homem que assassinara, passando a morar em sua casa. Faz-se ameaçadoramente presente em todas as facetas da vida dos amigos e sócios. Um deles, contudo, não consegue conviver com essas pressões, inclusive com a “boa consciência” e falta de culpa do outro. Sentindo-se ameaçado a ponto de perder a sanidade mental, vai à polícia delatar seu sócio.

Quando tudo começa

Diretor de escola pública infantil multirracial em pequena cidade da França com alto índice de desemprego vê-se confrontado no seu dia a dia profissional com questões que fogem do âmbito do colégio, mas que se refletem no desempenho e no comportamento dos alunos. Embora aconselhado a não se envolver com os problemas crônicos da comunidade, não consegue permanecer indiferente à miséria, à falta de assistência social, à indiferença do governo e aos sérios conflitos domésticos vivenciados pelas crianças. O filme retrata uma nova França em busca de novos caminhos e convivências; a realidade ali mostrada pode ser relacionada à situação de nosso país. Foram utilizadas histórias reais, relatadas por professoras de Educação Infantil, e o tom quase documental empresta sinceridade sem par ao filme.

Minha vida em cor-de-rosa

Garoto francês de aproximadamente 10 anos gosta de se vestir com roupas de menina. Bastante fantasioso, brinca inocentemente com amigos e amigas, sempre fazendo papel feminino: de fada, de princesa, de filha, etc. Sofre terríveis pressões na escola, em casa e na vizinhança. O pai quer, por meio da força, transformá-lo no estereótipo do “macho”. A questão social e o julgamento dos vizinhos e colegas de trabalho é o que mais aborrece o pai, ou seja, ele está preocupado com sua própria imagem perante o círculo de poder que o cerca. Curiosamente, esse filme é apresentado como se fosse uma comédia. Embora haja cenas engraçadas, leves, o que fica mais aparente é a violência cometida contra o garoto.

cubos