Edição 62

Dicas de leitura

Dicas de filmes

O Peregrino

O clássico de John Bunyan é estrelado por Liam Neeson. O jovem peregrino chamado simplesmente Cristão, atormentado pelo desejo de se ver livre do fardo pesado que carrega nas costas, segue sua jornada por um caminho estreito — indicado por um homem chamado Evangelista —, pelo qual se pode alcançar a Cidade Celestial. Na narrativa, todas as personagens e os lugares com os quais o peregrino depara-se levam o nome de estereótipos — como: Hipocrisia, Boa Vontade, Sr. Intérprete, Gigante Desespero, A Cidade da Destruição, O Castelo das Dúvidas, etc. —, de acordo com seus estilos, características e personalidades.

O Balão Branco

A menina Razieh (Aida Mohammadkhani) quer um novo peixinho dourado como presente de Ano--Novo, um peixinho que viu numa loja e que julga ser muito mais belo que os que tem em seu quintal. Com muito esforço, convence sua mãe a lhe dar o dinheiro, mas chegar até a loja onde o peixinho está à venda será outra aventura. Para ela, é uma grande experiência de liberdade e responsabilidade, que se torna mais desafiadora por vários obstáculos — os adultos ou parecem querer se aproveitar de sua ingenuidade ou não lhe dão a menor bola. Primeiro longa-metragem de Jafar Pinahi. Um filme simples, sensível e divertido.

Compromisso Precioso

O maior compromisso da vida de John Brighton (Ken Howard) é ver sua esposa Ellen (Barbara Babcock) bem a ponto de superar todas as dificuldades provindas da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. O casal não acredita no laudo médico, mas as lembranças de Ellen tornam-se cada vez mais vagas, a ponto de ela esquecer até mesmo o nome de seus filhos.

Esse acontecimento mostra que a esperança tem de ser vislumbrada para que cada dia seja vivido com entusiasmo, pois pode chegar um momento em que as coisas mudem — a doença persistirá —, mas o carinho e a dedicação poderão transformar qualquer laudo médico em nada, fazendo evaporarem--se as teorias da ciência e mostrando o milagre divino do amor.

Crônica de um Verão

Paris, verão de 1960. O cineasta e etnólogo Jean Rouch, acompanhado pelo sociólogo Edgar Morin, leva sua câmera às ruas para coletar a resposta dos pedestres à pergunta: “Você é feliz?”. No entanto, aquilo que começa como uma simples enquete logo se transforma em um ambicioso e imprevisível retrato de um grupo heterogêneo, composto por jovens estudantes, operários e imigrantes que expõem suas concepções sobre a vida e a política, suas dúvidas e angústias, seu cotidiano. Ao fim desse processo, os realizadores reúnem os entrevistados para registrar suas reações à projeção do material filmado, momento em que as fronteiras entre verdade e ficção são postas em crise.

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