Edição 64

Mensagem Profética

Dronda Bojaxhiu

Billy Graham

Boris Stroujko_shutters_fmt

Dronda Bojaxhiu estabeleceu um fundamento para a filha Gonxha (Agnes) Bojaxhiu, mais conhecida como Madre Teresa, sobre o qual ela construiu uma vida abnegada.

Madre Teresa jamais falou muito sobre a sua infância; apenas dizia que, pelo fato de ter tido uma infância feliz, ela se sentiu chamada para uma vida dedicada ao serviço pelos pobres. Seu irmão Lazar certa vez disse que este foi o exemplo deixado pela mãe deles, Dronda, que sempre estava ajudando pessoas menos favorecidas e que inspirou a filha Gonxha a dedicar a vida ao próximo como freira.

Nascida no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, filha de Nikola, um empreiteiro bem-sucedido, e de Dronda, Gonxha vivia numa comunidade de cerca de 20 mil pessoas — metade composta de muçulmanos e metade de cristãos. A família era devotada à Igreja Católica, sendo a oração e a frequência à igreja parte da vida cotidiana assim como respirar. Gonxha e sua irmã Aga cantavam no coro local e também no Coro da Juventude Albanesa de Skopje.

Alguns relatos dizem que, já aos 12 anos de idade, Gonxha compartilhava com a mãe seu desejo de se tornar freira, talvez motivada pela benevolência da própria mãe. Ela sempre foi interessada nas histórias sobre os missionários e suas obras e conseguia apontar o local de trabalho de cada um no mapa-múndi. Porém, alguns dizem que somente no fim da adolescência a mulher que ficaria conhecida como Madre Teresa decidiu obedecer ao seu chamado para a Igreja.

Qualquer que seja o caso, a família vivia em conforto material até por volta de 1919, quando o pai de Gonxha morreu em circunstâncias súbitas e misteriosas. A suspeita é de que teria sido envenenado por inimigos políticos. Da noite para o dia, a vida de Dronda e dos três filhos mudou. Agora, ela era a única responsável pelo bem-estar de todos, e assim a família se tornou mais unida.

Aos 18 anos de idade, Gonxha seguiu seu coração e viajou para Dublin, onde se filiou às Irmãs de Loreto, uma ordem missionária e educacional para moças, fundada no século XVII. Ela nunca mais veria sua mãe, a mulher que a sustentara com oração e devoção durante toda a sua infância.

Um ano depois de ir para Dublin, Gonxha foi enviada para Darjeeling, na Índia, como noviça das Irmãs de Loreto; em 1931, ela fez seus votos finais. Escolheu o nome de Teresa em homenagem às duas outras santas católicas: Teresa de Ávila e Teresa de Lisieux.

Teresa começou seus longos anos de serviço a Deus como professora de escola de Ensino Médio em St. Mary, Calcutá. Nos 15 anos seguintes, ensinou História e Geografia para jovens ricas.

Em 1946, Teresa viajou para Darjeeling para um retiro, e foi lá que recebeu seu “segundo chamado”. Ela sentiu-se chamada para desistir de sua posição privilegiada com as Irmãs de Loreto e ensinar as pessoas que viviam nas ruas.

Assim ela descreveu sua experiência: “Eu ouvi o chamado para desistir de tudo e seguir a Cristo nas ruas sujas, para servi-Lo entre as pessoas mais pobres entre os pobres”.

Não foi fácil. Precisaria convencer o arcebispo de Calcutá a deixá-la seguir seu coração até as ruas. Ela não viveria mais no conforto e na segurança e mudaria seu hábito de freira por um sári, mais prático, usado pelas mulheres indianas.

Depois de fazer um curso de Enfermagem a fim de preparar-se para trabalhar entre os enfermos, em 1948 Teresa recebeu permissão para viver como freira independente nas ruas de Calcutá. Sua casa era pouco maior do que uma barraca, e ela começou a ensinar as crianças que viviam nas ruas. Não tinha nenhum equipamento escolar além do quadro no qual escrevia. Literatura não era a única matéria que ela ensinava. Teresa também ensinava higiene básica às crianças; à medida que iam adquirindo confiança nela, as meninas a levavam às pessoas enfermas e pobres, às quais ela se oferecia para ajudar. Com poucos remédios para oferecer, a oração era a sua primeira arma contra as doenças.

Depois de um ano lutando sozinha e usando apenas os seus próprios recursos, a ajuda começou a chegar. Moças de vários lugares diferentes chegaram e se ofereceram como voluntárias, e rapidamente surgiu o grupo Missionárias da Caridade. Alimentos, roupas e suprimentos médicos também chegavam à sua porta. O grupo, com Madre Teresa como líder, fundou centros de tratamento e hospitais para leprosos, orfanatos, centros de tratamento de alcoólatras e centros de distribuição de alimentos para os pobres. Aqueles que buscavam ajuda recebiam amor e compaixão, dados com um sorriso.

Madre Teresa muitas vezes disse que ela era “um lápis de Deus, um lápis fino e pequeno com o qual Ele escreve o que quer”. Ela levaria o lápis de Deus a todo o mundo, desenhando um retrato da face divina para todos os que a conheciam, incluindo reis, presidentes e líderes mundiais.

Mesmo depois da morte de Madre Teresa, em 1997, o trabalho das Missionárias da Caridade continua, em grande parte porque ela ensinou, por meio do exemplo, a cuidar dos menos favorecidos. Embora Dronda não tivesse vivido para ver o trabalho da filha, aqueles que lutam contra a pobreza, as doenças e a falta de esperança sentem a sua influência.

Quando chegou o tempo, Jesus abriu mão dos privilégios da divindade e assumiu a condição de um escravo, tornando-se humano! E tendo se tornado humano, ele continuou sendo humano. Foi um incrível processo de humilhação. Ele não reivindicou nenhum privilégio especial. Pelo contrário, viveu uma vida abnegada e obediente e então morreu uma morte abnegada e obediente — e experimentou o pior tipo de morte: a crucificação (Filipenses 2: 7–8; paráfrase).

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GRAHAN, Billy. Mães que Mudaram o Mundo. Rio de Janeiro: Habacuc, 2005.

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