Edição 77
Editorial
Editorial
Prezado Educador,
Prezada Educadora
Adesivar carros com desenhos da família virou moda por afirmar família como nosso maior “porto seguro”, “projeto de Deus”, nossa “célula-âncora da sociedade”. Mas para essa ideia surtir efeitos para além da estética, é importante perguntar sob quais condições estruturais, sociais e culturais estão postas as nossas famílias, sob pena de frustrarmos as nossas expectativas para com elas e para com a referida moda.
No contexto educacional em que vivemos, é comum ouvirmos que o problema principal dentro da escola são os pais, e não os alunos. Para tentarmos compreender um pouco melhor o que causa essa afirmação, vou citar uma palavra-chave para todo esse conflito que estamos vivenciando: AUSÊNCIA.
Diante dessa ausência presencial e de compromisso, surgem conflitos que comprometem o andamento escolar:
• Não comparecer quando os pais são convidados às reuniões de pais e mestres.
• Não acompanhar o rendimento escolar e a realização das tarefas e dos trabalhos.
• Deixar sob responsabilidade da escola a tarefa de educar as crianças, inclusive instituindo valores que já deveriam trazer de casa.
• Achar que seu filho é sempre o “certo”, o “bonzinho”, e o outro é quem sempre provoca e começa os conflitos, nunca seu filho.
• Criar os filhos numa cultura de egoísmo: “Não empreste nada, não divida seu lanche e, se apanhar, dê também”.
• Criar barreiras entre filhos e educadores.
• Não valorizar os educadores, entre outros.
Enfim, devemos perceber em nossa vida familiar que, apesar de todas as dificuldades geradas pelos valores da cultura emergente, a busca do equilíbrio e do limite é fator primordial para uma mudança em nossa sociedade.
Um grande abraço.