Edição 91
Editorial
Editorial
Prezado Educador,
Prezada Educadora,
A temática desta edição nos remete ao poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu, que inicia assim:
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[…]
E que nos faz refletir sobre a educação na perspectiva de formação cidadã, me levando a pensar numa adaptação para esse belo poema:
Oh! que saudade que tenho
Da minha vida escolar,
Da minha escola querida,
Que o tempo me faz lembrar!
Que disciplina, que respeito, que alegria,
Naquelas salas tão cheias de meninos e meninas
Que gostavam de BRINCAR e ESTUDAR!
Fazendo uma reflexão entre os tempos educacionais, concluímos que muito ainda precisa ser feito por nós educadores para formar cidadãos. Partindo do princípio de que “Não há educação de qualidade sem bons professores!” e que, apesar de todas as discussões e cobranças nesse sentido, hoje é uma questão de necessidade e urgência a institucionalização de uma Educação mais humana e cidadã.
Estamos em tempos de crise de diversas naturezas: de valores, cultural, comportamental… educacional.
Assim, podemos nos avaliar vivendo o tempo de uma sociedade em transição, mergulhada em crises e reconhecida como sociedade de consumo, onde tudo é descartável, não havendo espaço para a consolidação de valores que norteiem uma educação humanizada e cidadã. Muito pelo contrário, nesse tempo de hoje, com a comunicação democratizada e a tecnologia a favor do conhecimento, há um vácuo de valores como respeito mútuo, disciplina social, humanização e honestidade. Esses valores foram pervertidos e passam a ditar o que é válido como modernidade e a ser os modelos seguidos no mundo da política, da religião, do esporte, da educação… E, com essas transformações, perdemos os referenciais éticos e mudamos os paradigmas que vão de encontro a uma proposta de educação cidadã.
Esse contexto nos leva à formação de um sistema social em que o que vale é a imagem, que avalia você pelo que você tem, e não pelo que é ou venha a ser. Por esse entendimento se explica a falta de norteamento, principalmente nos jovens, que indica os altos índices de agressão, depressão e desencaminhamento de vidas.
Por fim, para a constituição de uma sociedade que tenha uma educação de cidadãos para um convívio harmonioso, as instituições escolares não podem se ocupar apenas com conteúdos acadêmicos, deixando de lado a formação humana e cidadã. Não se pode educar desconsiderando a grande importância da educação em valores no processo educacional hoje, que exige uma visão ampliada da formação para a vida em busca de uma sociedade saudável.
Um grande abraço.