Edição 22

Projeto Didático

Estudo In Loco Une Teoria à Realidade

Mochila nas costas, o velho tênis, boné, máquina fotográfica, apostila, estojo com lápis, caneta e alguns documentos. Tudo pronto para o estudo de campo dos alunos da 4ª série do Ensino Fundamental do Colégio Damas.
Parte integrante do Escola Fora da Escola — projeto pedagógico que verifica in loco o que os estudantes aprenderam em sala de aula —, o projeto Imiramirim visa estimular a aprendizagem através de um estudo do meio e de atividades interdisciplinares. A proposta educativa do Damas, ao priorizar a formação de um “Homem Novo”, culto, crítico e evangelizado, impulsiona o desenvolvimento de projetos alicerçados no pensar, no sentir e no agir, condições essenciais à vivência da cidadania e de um mundo melhor para todos. Por isso, acredita-se que, com a implementação dessa excursão pedagógica, o contato direto com o ecossistema e com a realidade social proporciona, significativamente, a inserção do aluno no mundo em que vive, oferecendo a ele a possibilidade de vir a ser um sujeito de transformação.
Para tanto, durante os dois dias da expedição, aspectos fundamentais como vegetação, relevo, acidentes geográficos, ação do vento (dunas), das águas (falésias) e tantos outros de que, às vezes, não nos damos conta, foram explorados pelo olhar dos jovens pesquisadores. Passando por lugares históricos e culturais, como o Forte Orange (PE), Baía Formosa (RN), Lagoa de Pitangui (RN), Forte dos Reis Magos (RN), entre tantos outros, a garotada visualizou a amplitude do patrimônio ambiental, histórico e sociocultural da Região Nordeste.
Entre outras abordagens feitas durante a viagem de estudo, destacam-se as referentes às linguagens, aos códigos e suas tecnologias. Nessa perspectiva, a influência da cultura indígena na língua portuguesa foi profundamente explorada pelos estudantes. Em tudo isso, verificou-se a paisagem natural e a paisagem modificada pelo homem; as interações homem–homem, homem–meio e homem–natureza foram metas de todas as disciplinas envolvidas na excursão.
Na opinião da professora Iléa Rabelo, o Imiramirim foi um sucesso: “Todos os alunos participantes tiveram a oportunidade de aprofundar conhecimentos observando o seu entorno”. Segundo ela, o projeto possibilita às crianças a pesquisa, a observação e o entendimento de fatos (como a presença holandesa e toda a sua influência sobre a cultura e a economia da Região) que aconteceram na História do Brasil, fazendo o percurso desde sua origem até os dias atuais. De acordo com Luana Costa, 4ª E, a sensação de ver as coisas com os próprios olhos é maravilhosa. “A gente aprende melhor quando vê”, disse a estudante. Conforme a aluna, aprender sobre a formação das dunas e lagoas, usufruindo delas, além de ser superinteressante, é muito divertido. “Aprendemos e nos divertimos com esportes radicais, como o ‘skybunda’ e a tirolesa, e passeando de bugue”, enfatizou Luana. Outro momento marcante e muito ressaltado pelos participantes foi o da socialização dos conhecimentos. À noite, após um banho de piscina e um jantar reforçado, os alunos se reuniam com os educadores para partilhar o que de mais importante aprenderam durante o dia. Para isso, eles se utilizaram de várias linguagens: apresentações teatrais, poemas, rimas e paródias, etc.
Para Rosa Farias, coordenadora-geral de 1ª a 4ª série, o Imiramirim é um novo olhar sobre o mundo. “Ao realizar esse projeto, esperamos ampliar nossa forma de ver e pensar a realidade, estimulando, assim, um caminhar em direção à melhoria da qualidade de vida, bem como nossa interferência na história”, afirmou. Para Rosa Farias, as dunas e falésias nos revelam um “show” da natureza e nos impõem uma reflexão sobre o sentido ecológico e os aspectos geográficos que interferem na qualidade de vida do homem, como também a ação do próprio homem sobre a natureza.

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