Edição 26

Lendo e aprendendo

Genealogia ds deuses – O Surgimento dos Deuses

Para os gregos, não foram os deuses que criaram o Universo, e sim o Universo que os criou.

No princípio era o Caos (fenda), que gerou Géia, ou Gêia (a Terra), que, por sua vez, espontaneamente, gerou Pontos (o mar) e Urano (o céu).

A união entre Géia e Pontos gerou as antigas divindades marítimas, praticamente personificadas em Nereu, o velho do mar, que podia assumir todas as formas, diluir-se e desmanchar-se na água. Nereu é representado como um ancião de barba branca e corpo de peixe.

Géia e Urano também se uniram, deles surgindo os Titãs (Oceano, Coeus, Crius, Hyperion, Japetus e Crono) e as Titânidas (Tétis, Phoebe, Mnemósine, Théia, Themis e Réia). Os irmãos uniram-se às irmãs, gerando uma série de divindades.

Por escolha de Géia, coube a Crono destronar o pai, Urano, o que fez com uma foice de ferro, metal gerado por Géia. Crono castrou Urano e atirou ao mar a bolsa escrotal e o pênis, que provocaram uma onda de espuma manchada de sangue, da qual nasceu Afrodite.

Crono, por sua vez, foi destronado por Zeus, um dos filhos de sua união com Réia. Crono temia ser destituído como o pai, por isso devorava seus filhos. Quando do nascimento de Zeus, Réia enganou Crono, dando-lhe uma pedra envolta em cueiros, e entregou a criança aos cuidados da ninfa Adrastéia, que o alimentou de mel e do leite da cabra Amaltéia.

Zeus chegou rapidamente à idade viril e, com a ajuda de Géia, derrubou Crono, forçando-o a ingerir um remédio de mostarda e sal; Crono regurgitou primeiro a pedra, depois os demais filhos (Héstia, Hades, Posêidon, Hera e Deméter). Zeus e os deuses mais jovens combateram os Titãs nas planícies da Tessália e se apossaram do Monte Olimpo, que passou a ser a morada dos deuses. Na mitologia romana, Crono é Saturno.

O encadeamento dessa sucessão de divindades tem como uma de suas explicações a própria história da Grécia, cujos habitantes primitivos, os pelasgos, sofreram as invasões dos aqueus, eólios, jônios e dórios, tribos de origem indo-européia, ou ariana, que penetraram e se fixaram na Grécia entre os séculos 20 e 12 a.C. Esses povos invasores fundiram seus mitos e lendas aos dos povos conquistados, daí resultando as diversas versões em torno da origem dos deuses, bem como a variação dos padroeiros das cidades e regiões.

Principais deuses:

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AFRODITE
Deusa da beleza e do amor, nascida da espuma das ondas do mar. É a mais bela deusa do Olimpo; foi cortejada por todos os deuses, inclusive Zeus, a quem recusou; em vingança, este lhe deu em casamento a Hefesto, o mais feio dos imortais. Ao surpreendê-la no leito com o amante, Hefesto prendeu-os numa rede invisível e inquebrável para exibir a traição aos outros deuses do Olimpo.

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APOLO
Deus da luz e da beleza, filho de Zeus e Leto e irmão de Ártemis. Tinha o dom da predição e da cura. É o mais belo dos deuses, alto, famoso por seus cabelos encaracolados, negros com reflexos azulados. Conheceu inúmeros amores, mas muito poucos foram correspondidos.

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ARES
Deus da guerra, que se rejubila com o sangue e a carnificina. Em volta dele, há três demônios, que lhe servem como escudeiros: Deimos (Temor), Fobos (Terror) e Éris (Discórdia).

 

ÁRTEMIS
Deusa do nascimento, é a réplica feminina de Apolo. Como ele, está armada com um arco. Ártemis permaneceu eternamente virgem; passava seu tempo na caça, percorrendo as montanhas acompanhada de seus cães.

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ATENA
Deusa da guerra, nasceu nas margens do lago Tritônis, na Líbia. É engenhosa, protege as fiandeiras, os tecelãos e as bordadeiras. Inventou o carro de combate e ensinou o homem a extrair azeite das azeitonas.

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DEMETÉR
Deusa da fertilidade. Teve uma filha com Zeus, Perséfone, que Hades raptou e levou para seu reino. Inconsolada, saiu à procura da filha, errando pela Terra durante nove dias e nove noites. No décimo dia, o Sol revelou-lhe o autor do rapto. Deméter decidiu não voltar ao Olimpo enquanto sua filha não fosse devolvida. Zeus, então, decidiu que ela ficaria durante um ano e seis meses com a mãe (verão e primavera) e seis meses com Hades (inverno e outono).

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DIONÍSIO
Era um dos deuses mais populares. Conhecido em Roma como Baco, foi caracterizado de duas maneiras: na primeira, como o deus do vinho, da vegetação e da fertilidade e, também, padroeiro do teatro; na segunda, como o iniciador do êxtase místico resultante da entrega do corpo às substâncias inebriantes, com ênfase para as bebidas alcoólicas. Assim, era o inspirador de cultos orgiásticos. Dionísio era filho de Zeus com Sêmele, uma bela mortal a quem prometera satisfazer todos os desejos. Sêmele pediu para ver Zeus em toda a sua majestade, mas os raios luminosos procedentes dessa visão a carbonizaram; como estava esperando Dionísio, ela e o filho em gestação foram para o Hades, de onde Zeus o resgatou, levando-o para o Olimpo e costurando-o em sua coxa, da qual foi retirado ao completar a gestação. Há outra versão, em que Dionísio seria filho de Perséfone, deusa do mundo subterrâneo.

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HADES
Dominava o mundo subterrâneo. Embora seja conhecido como o deus dos mortos, era também chamado Pluto, o deus das riquezas contidas no subsolo. Sombrio e sinistro, raramente visitava a Terra e possuía um capacete, ou elmo, que tornava qualquer um invisível. Costuma ser representado num carro de ouro, com a cornucópia da abundância nas mãos. Sua mulher era Perséfone, filha de Zeus e da irmã de ambos, Deméter.

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HEFESTO
Deus do fogo, residia no interior dos vulcões, especialmente no Etna, onde, em sua oficina, forja o ferro incandescente. Filho de Hera, mestre das artes da forja e do trabalho com os metais, era o ferreiro dos deuses. Criou para eles magníficas obras: as flechas de Apolo, a couraça de Héracles, o escudo de Aquiles, etc.

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HERA
Deusa do casamento, simbolizava a grandeza e a soberania maternal. Casou-se com seu irmão Zeus, e essa união tornou-se, apesar das infidelidades e disputas, o modelo do casamento humano.

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HERMES
Conhecido como o mensageiro dos deuses, era filho de Zeus com a ninfa Maia, filha de Atlas, neta dos titãs Oceano e Tétis; Zeus a possuiu na calada da noite, enquanto Hera dormia, e Hermes nasceu pela manhã. Foi o deus dos pastores, viajantes por via terrestre, mercadores, pesos e medidas, atletas e ladrões; venerado pela astúcia e sagacidade, inspirava também a literatura e a oratória. Ainda se dedicava à música, sendo o inventor da lira e da flauta; no campo esportivo, era considerado o criador do pedestrianismo e do pugilismo. Como mensageiro dos deuses, guiava as almas dos mortos para o mundo subterrâneo e também estava associado com a transmissão dos sonhos aos mortais. Hermes é representado por um jovem bonito, de porte atlético, com sandálias e capacete alados, portando o caduceu, símbolo dos plenos poderes como executor das ordens de Zeus e do seu caráter conciliador. Em Roma, era venerado como Mercúrio.

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PERSÉFONE ou CORE (aquela que provoca a destruição)
Filha de Zeus e Deméter, tornou-se rainha dos infernos ao desposar seu tio Hades, que a raptara e a transportara aos infernos. Sua mãe procurou-a durante nove dias e nove noites e, ao saber — por Hélios — o nome do raptor, provocou a fome sobre a terra. Zeus confiou, então, a Hermes, a missão de trazer Perséfone de volta para a mãe, desde que, durante sua estada nos infernos, não tivesse comido o alimento dos mortos. Hades apressou-se a dar à esposa algumas sementes de romã, no intuito de mantê-la junto a si. Mas teve de aceitar um compromisso, simbolizando o ciclo das estações do ano: Perséfone ficaria durante seis meses no inferno e os outros seis meses passaria na Terra com Deméter. Perséfone foi associada ao culto e aos mistérios de Deméter.

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POSÊIDON
Deus grego dos mares. Marido de Anfitrite, tinha um palácio no fundo do mar, onde governava tudo com um simples movimento de seu tridente.

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ZEUS
Principal Deus do Olimpo. Depois de salvo por sua mãe, Réia, cresceu numa caverna em Creta, amamentado pela cabra Amaltéia. Em um ano, tornou-se o mais forte dos deuses, destronando seu pai, Crono. Zeus tornou-se, pouco a pouco, o deus que fazia reinar a ordem, a sabedoria e a justiça sobre o mundo. Embora os mitos gregos lhe atribuíssem todas as fraquezas e, particularmente, inúmeras aventuras amorosas, Zeus era também o salvador que protegia as famílias, as cidades e a própria comunidade helênica. Inúmeros santuários foram-lhe consagrados, tendo sido os mais venerados o de Dodona, no Epiro, e o de Olímpia.

ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DEUSES GREGOS:

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Fontes de Pesquisa:
Julien, Nadia. Minidicionário compacto de mitologia. 1.ed. São Paulo: Rideel, 2002.
Revista: Mitologia Grega, ano 1, nº 10 da Editora Artes Antigas.
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/arvore.htm
http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Mitologia/MitoGrega.html
http://www.geocities.com/Athens/Styx/7920/
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/origem.htm

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