Edição 102

Mensagem Final

O que realmente importa?

Outro exemplo de que gosto muito é o do professor. Sabemos que há tempos essa profissão não recebe o reconhecimento que merece. Como se não bastassem a falta de estrutura nas escolas, os salários defasados, a impossibilidade de continuarem se aperfeiçoando como merecem e desejam, agora se tornaram comuns as agressões verbais e até mesmo físicas contra professores.

Cada vez que vejo alguma notícia desse tipo, sou tomado por um misto de tristeza e revolta. Sou fã incondicional de todos os educadores do Brasil, homens e mulheres que resistem bravamente mesmo quando tudo conspira para que eles desistam e joguem a toalha. Porque somente um ser humano muito convicto de sua missão de formar cidadãos melhores é capaz de se resignar diante de todas essas circunstâncias brutais e seguir em frente.

55Imagino que esses professores seguem na luta porque são capazes de se alimentar das pequenas conquistas diárias obtidas em sala de aula, muitas delas imperceptíveis para quem está de fora. É no sorriso cativante de um aluno (mesmo que seja um único aluno) ou no espanto de outro diante de determinado conhecimento que reside a recompensa desses profissionais.

Mas só quem tem o papel de educar como missão de vida é capaz de vivenciar essa sensação gratificante em meio a tanta desvalorização. No fundo da alma, esses professores sentem que podem fazer diferença na vida dos alunos; um apenas que seja já fará valer o esforço. E todos conhecemos casos de pessoas que tiveram a vida transformada pela palavra inspirada de um professor.

Mais que o reconhecimento de que é possível realizar uma missão grandiosa, e ao mesmo tempo cotidiana, gostaria que este registro fosse lido também como um símbolo da minha admiração e respeito por todos vocês, educadores, e da luta diária que empreendem para iluminar a vida daqueles que serão o futuro do nosso país.

Agora pense nisto: será que você, na sua profissão, no seu trabalho, na sua vida pessoal e amorosa, está agindo conforme a sua essência?

Referência

CAVALCANTI, Anderson. O que realmente importa? São Paulo: Buzz, 2017.

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