Edição 96
Por dentro do Coaching
Os escolhas assertivas sete passos para adotar
Ariadine Coelho
A autorrealização está ligada às nossas escolhas, que são baseadas nos filtros perceptivos que escolhemos para conduzir nossos caminhos rumo à harmonia, ao equilíbrio e ao sucesso. E, para a associação positiva desses filtros, várias técnicas e ferramentas da Programação Neurolinguística (PNL), aliadas ao coaching, foram explanadas e exemplificadas por meio dos “sete passos para adotar escolhas assertivas”.
O processo de coaching é constituído de uma vasta gama de ferramentas que torna a vida das pessoas mais descomplicadas, atuando no enaltecimento de seus potenciais e no desenvolvimento dos pontos de melhoria. As atividades são baseadas em diversas áreas de conhecimento, levando o indivíduo, ou o grupo, à expansão de consciência, o que permite novas captações de elementos antes despercebidos. Esses elementos são informações relevantes para diferentes sinapses, considerando novos cenários mais positivos e condizentes com seus objetivos de vida.
É possível acelerar quaisquer processos de desenvolvimento humano por meio da Programação Neurolinguística, amplamente utilizada por coaches. Como parte da PNL, existe o modelo de metaprograma, desenvolvido por L. Michael Hall, Ph.D., psicólogo cognitivo, trainer internacional de PNL e empreendedor. Esse modelo consiste no crivo das nossas percepções de acordo com o ambiente externo, o que o autor chama de filtros perceptivos, que seriam o que sentimos em relação ao que observamos no meio. Nossas crenças, valores e percepções seriam alguns tipos de filtro, o que sentimos em relação aos estímulos.
Para conceber um cenário de vida harmônico com o nosso estímulo por desenvolvimento pleno, precisamos mudar nossos filtros perceptivos, compreendendo nosso momento atual e identificando quais elementos conduzem nossas escolhas de vida. E, paralelamente, é necessário visualizar nossos objetivos em curto, médio e longo prazos, para saber se o que recebemos está de acordo com o que gostaríamos de acolher para nos motivar e ir ao encontro das nossas conquistas.
1 Saindo da inércia
Lembre-se de que sair da inércia é entrar em movimento ou aplicar uma força maior em algo que já estava em movimento. Esteja sempre em movimento. Quando algo está diferente do que você gostaria, há duas formas de reverter a situação:
a. Fazer de forma diferente.
b. Fazer a mesma coisa com intensidade e energia diferentes.
Um exemplo de situação que vivemos costumeiramente é o da dieta ou da necessidade de atividade física. Geralmente as pessoas se animam, pagam uma academia por seis meses e vão, fielmente, durante um mês. Depois, a situação volta a ficar como estava anteriormente. A grande dica, nesse caso, é começar aos poucos. Ninguém se torna um maratonista em um mês. É preciso modificar os hábitos. Comece a passear, insira uma fruta ao dia em sua alimentação; se você demora dez minutos para almoçar, que tal aumentar dois minutos? Pequenos hábitos modificam nossa vida gradualmente. Escolha atividades que serão condizentes com seus gostos, não com a moda. Se a moda estiver de acordo com suas preferências, ótimo; se não, avalie alternativas. Tendemos a ser melhores naquilo que fazemos com carinho.
2 Crie um gatilho
O gatilho é uma estratégia utilizada como alavanca, estímulo: trata-se de um disparo para lembrar você de algo. Quando acompanhado por uma lembrança positiva, pode ajudá-lo a interromper um pensamento nocivo ou simplesmente a associar uma ação a uma lembrança.
Lembre-se ou crie um momento muito especial que o deixe extremamente feliz. Dê a esse momento um acompanhamento musical. Quando tiver criado um contexto maravilhoso, com um filme bem vivo e claro na cabeça, imagine-se tirando uma fotografia dessa imagem. Guarde-a e crie uma forma de visualizá-la sempre que precisar de estímulo. Pode ser um estalar de dedos ou a união das mãos. Tanto faz. O importante é que a ação faça você se lembrar dessa imagem, que o remeterá à sensação.
3 Desconecte-se
Olhe seu passado com honra e respeito e, então, vire-se para a frente, pois é lá que está o seu futuro.
Desconectar-se do que não faz mais sentido para você é importante, pois tira toda a carga desnecessária para abrir espaço às informações que serão relevantes a partir desse novo momento de sua vida. Lembrando que você é responsável por toda a coleta de descarte das novas informações a partir de agora.
Dicas de como se desconectar:
Reconhecer a voz interior com teor negativo e prejudicial e mudar o que está sendo comunicado, dando um novo contexto a ela.
Exemplo: sua voz interior lhe diz: “Não assuma essa responsabilidade, pois você não será capaz”. Diga à sua voz interior: “Eu sei que você está com medo de assumir essa responsabilidade, e mesmo assim digo que é possível, pois eu sou capaz.” Ou simplesmente: “Eu sou, SIM, capaz”.
Inserir hábitos e ações positivas
Exemplo: se você está habituado a acordar às 7h horas todos os dias, experimente acordar às 6h45 e ouvir músicas que o inspiram nos 15 minutos restantes. Se preferir, pode se alongar, tomar o café da manhã mais tranquilamente, planejar seu dia de acordo com as prioridades, enfim, qualquer coisa que traga mais qualidade ao seu dia. Se você repete a mesma ação várias vezes, é muito provável que isso se torne um hábito. Desafie-se.
Identificar se o meio está exercendo sua força sobre você ou se você está exercendo sua coragem sobre o meio.
Observe se suas decisões têm dependido apenas de você ou se a maior parte das suas ações está condicionada às demandas apresentadas pelo meio em que você vive; o quanto você está vivendo ou sobrevivendo. Sinta sua energia, entenda o fim do seu dia: se você está desgastado ou se está agradecendo por um bom dia.
Se, ao fazer essa observação, verificar que está apenas suprindo expectativas de outras pessoas, entre em movimento.
Perdoe-se
Perdoe-se por todos os seus comportamentos nocivos, por todas as suas ações negativas, por todos os seus pensamentos desastrosos. Ninguém faz escolhas pensando que aquilo dará errado. Se você optou por algo em algum momento da sua vida, foi porque, naquele momento, era o que lhe parecia mais adequado, e, se não foi, sempre há tempo de fazer diferente. Então, pare de se culpar, perdoe-se e vá em frente. Sempre há tempo de se transformar.
Perdoe os outros
Somos seres humanos passíveis de erros. Todos nós. Se você pode errar e acertar, outras pessoas também têm esse direito. Perdoar não é ser complacente, mas deixar com o outro o que é dele e seguir sua vida em paz.
Somos incompletos, e quem nos completa são os outros. Então, seja paciente e compreensivo. Isso acaba sendo um espelho. Se você emanar amor, o amor virá para você.
4 Seja gentil e compassivo com as suas demandas
Não espere que as pessoas iluminem e orientem o seu caminho. Seja sua própria luz. Você deve estar se perguntando por que ser gentil e ter escolhas assertivas.
Vivemos um momento em que nos cobramos muito, em que precisamos despertar, fazer todas as atividades que nos aparecem para estarmos adequados à sociedade. Quando nos damos conta, estamos fazendo muitas coisas que nem serão tão aproveitadas, mas precisamos fazer para seguir o fluxo.
É nesse momento que sugiro a gentileza a si mesmo. Reflita sobre tudo o que é feito. Quão gentil você tem sido consigo mesmo? Quantas vezes disse não a algo que só lhe seria prejudicial, como os cursos que estão na moda que tem feito apenas para se ajustar, pois não seriam uma escolha se não houvesse a pressão social? Ou quando aceitou que alguém lhe dissesse que você não é capaz?
Seja compreensivo consigo mesmo; cobre-se o suficiente; planeje-se e faça o que for conveniente para si mesmo, e não para os outros (eles têm suas preferências, entenda as suas); descubra o que o deixa feliz e invista em você. Diga a si mesmo o quanto você é especial.
Treine sua compaixão. Quando você muda sua forma de enxergar as pessoas, treina sua compaixão, consegue ir além das percepções que sempre teve. É como se direcionasse seus ouvidos para o bem e focasse seus olhos no que verdadeiramente importa, pois somos todos uma mesma espécie, carentes de carinho e de tolerância.
Desconectar-se é fazer uma avaliação das informações que não farão sentido para o seu momento ou sua vida. É deixar com o outro o que é do outro e tomar para si o que é seu. Isso é assertividade.
5 Torne–se compreensível
Sua forma de interação social condiz com o que você busca. A comunicação eficaz é uma grande ferramenta para as escolhas assertivas.
Se você consegue receber as informações de que necessita de forma clara e suave para sanar quaisquer dúvidas e lidar de forma pontual com suas resoluções, as escolhas tenderão a ser assertivas.
É sempre um dilema a questão da comunicação assertiva. Como ser persuasivo e ter uma comunicação clara?
Para que disponha de habilidades de comunicação, é preciso que você visite os sentimentos que aquela situação ou pessoa demanda. Se a demanda for de amor, você precisará visitar esse sentimento dentro de você para que haja uma interação pertinente ao momento. Se não houver o que visitar, permita-se à honestidade. Saiba quando é preciso buscar esse sentimento em outra pessoa ou situação. Você só poderá doar o que possui. Se não possui o que lhe é demandado, sugiro novamente que entre em movimento.
Treine as habilidades de comunicação. Olhe para quem está lhe enviando uma mensagem ou recebendo uma sua; seja verdadeiro; sorria; se não compreendeu, pergunte; reflita antes de responder; fale o suficiente; não julgue; isente-se de preconceitos; não fofoque; mantenha-se gentil; não seja prolixo.
6 Modele–se nas pessoas influentes
A modelagem é uma técnica da PNL, que, sucintamente, identifica padrões de comportamento de pessoas e os mapeia, transformando esses dados em informações para serem utilizadas por outras pessoas.
Como praticar? Observe a ferramenta a seguir.
Molde-se pelas pessoas influentes.
No campo Referência da tabela abaixo, insira alguma pessoa que possua a competência referida na coluna à esquerda. Visite, em sua memória, quais são as características que tal pessoa possui que a torna um referencial nesse quesito. Em seguida, insira quais serão as ações que o direcionarão a incorporar esses elementos. O campo Mensuração se refere à forma que você desenvolverá para compreender sua evolução.
7 Pratique sua gratidão
Pratique sua gratidão
A gratidão é um sentimento que nos abre os olhos para todas as coisas que recebemos e para todas as coisas que não queremos nem recebemos. É nossa forma de ver que somos únicos e temos o suficiente.
Se podemos escolher algo hoje, é porque passamos por situações que nos prepararam para esse momento. A gratidão é a forma de nos descobrirmos para ligar os pontos necessários de toda a nossa vivência e as características para entender o que, verdadeiramente, é bom e importante no agora.
Para ajudar você a tornar a gratidão um hábito, sugerem-se três perguntas, que, quando feitas antes de dormir, trarão mais clareza:
1. Por que valeu a pena viver o dia de hoje?
2. Se pudesse refazer este dia, o que eu faria diferente?
3. Por que sou grato no dia de hoje?
Considerações finais
Sua permissão de ir além fará com que seus sonhos sejam grandes objetivos com ações. Este é o papel do coaching. Fazer com que você perceba seu potencial e amplie a cada dia a sua visão de mundo, despertando seus melhores e maiores desejos e mostrando-lhe quão apto está para alcançá-los. Para tanto, é preciso que haja o alinhamento do que pensamos com o que sentimos. Tomar decisões assertivas é respeitar e praticar o amor e a compreensão com quem mais importa em sua vida: você! Que suas decisões assertivas o conduzam à sua missão de vida.
Ariadine Coelho é master coach (2014), especialista em coaching ericksoniano (coaching com técnicas de hipnose – 2014), business and executive coach (2013), analista comportamental (2012) e professional and self coach (2012) pelo Instituto Brasileiro de Coaching.
Endereço eletrônico: https://br.linkedin.com/pub/ariadinecoelho/32/155/819.
Referências
Modele–se nas pessoas influentes
ELLERTON, Roger. Metaprogramas da PNL. Disponível em: www.renewel.ca/nlp17.htm. Acesso em: 8. Set. 2015.
MARQUES, J. R. Leader coach: coaching como filosofia de liderança. São Paulo: Ser Mais 2012.
ROBBINS, A. Poder sem limites: o caminho do sucesso pessoal pela programação neurolinguística. 6 ed. São Paulo: Best Seller, 1987.