Edição 30
Matérias Especiais
Quando os animais se reúnem na floresta, é muito bom. E, para uma festa, então, melhor ainda!
Um elefante que ensina a fazer a higiene pessoal, uma girafa que revela sua dieta alimentar, uma baratinha que aprende a se livrar da preguiça e a levar uma vida mais saudável: tudo isso está no livro e no CD infantis Cantando com os Animais, da escritora e compositora Cristiane Quintas.
Dez histórias, todas se passando com animais, transformam-se, de uma forma contagiante e harmoniosa, em música.
Textos que falam sobre comportamento, lealdade, socialização, alimentação, higiene pessoal, educação ambiental e outros temas, utilizando uma linguagem fácil, com muita imaginação e diversão.
A música é um elemento facilitador do aprendizado e pode se tornar uma grande aliada do professor em sala de aula. Trabalhar com música estimula a sensibilidade, o raciocínio e a expressão corporal dos alunos. Ouvir música, aprender uma canção e interagir com ela são atividades que despertam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de conduzir a criança à vivência de elementos estruturais dessa linguagem.
Os benefícios de uma boa iniciação musical se estenderão para todas as áreas da aprendizagem. A experiência da professora Graça Borba, autora do projeto Os Animais que Eu Canto (baseado no Cantando com os Animais), da Escola Municipal Santa Edwirges, no Recife, Pernambuco, confirma: “Se a criança está cantando e ouvindo uma melodia, ela está aprendendo muitas outras coisas, entrando em um universo que lhe proporcionará prazer e, com isso, desenvolverá a sua imaginação. Contei as histórias aos meus alunos e, com base nelas, eles fizeram a recontagem através de desenhos e de teatro, criaram expressões corporais e assimilaram o conteúdo com maior facilidade”.
O Cantando com os Animais proporciona ao professor uma oportunidade de apresentar aos seus alunos novas canções, baseadas em histórias com animais — cujo mundo a criança se interessa em explorar —, e textos de caráter educativo, em que os alunos podem desenvolver a habilidade de captar as idéias principais e expô-las com clareza e coerência.
O Banho do Elefante
Quando ele pula na banheira espumante,
as bolhinhas tão brilhantes se espalham pelo ar.
É tão gigante o nosso amigo elefante!
E haja água, e haja água, pro elefante se banhar.
É diferente do nosso amigo porquinho,
que anda sempre tão sujinho
e no chiqueiro quer ficar.
E haja lama, e haja lama, e haja lama;
deita e rola e faz a cama
pro porquinho se melar.
É importante ser como o elefantinho:
estar sempre bem limpinho
pra micróbios não pegar.
Passar xampu, e o sabonete faz bolhinhas,
limpa a orelha, corta as unhas, e o perfume pra cheirar.
Não se esquecendo de também lavar as costas,
que é tão longe, estica, estica,
pra lavar é um balé.
Lavar o pé e enxugar dedo por dedo
e ter sempre muito zelo para não pegar chulé.
A Dieta da Girafa
A Dona Girafa cresceu
de tanto feijão que comeu.
Ela come cebola, alface, tomate, espinafre,
chuchu, agrião, beterraba, batata, cenoura,
repolho, abobrinha e, também, macarrão.
A Dona Girafa engordou
de tanta sopa que tomou,
de legumes, batata, de carne, de peixe,
de inhame, canja de galinha, de cebola,
queijo e macaxeira.
A mamãe vai pra feira,
feliz pra filhinha.
A Dona Girafa ficou
com o rosto corado e bonito.
Tomou leite com ovos e pão.
Ai, que boa alimentação!
Além de lembrar as frutinhas:
laranja, maçã, uva, pêra e pinha,
abacate, caju e mamão,
abacaxi e banana, goiaba e melão.
A Dona Girafa cresceu
tão forte e com muita alegria.
Sadia como a mamãe quis,
e fez seu corpinho feliz.
A Preguiça da Barata
Era uma vez Mila, uma barata.
Que andava muito lenta
e dizia que era fraca.
Vivia doente,
não escovava os dentes.
Ela mal falava.
E sua mãe, tão preocupada,
levou pro doutor,
“o caramujo tira-dor”.
E ele prontamente disse:
— Ela não é doente!
Vejam, amiguinhos,
pra surpresa nossa,
a barata Mila era mesmo preguiçosa!
Acorda tarde,
não faz tarefa,
vive dormindo
e não tem pressa.
Não tem amigos,
não dorme cedo,
não se interessa por seus brinquedos.
Então a mãe dela perguntou
ao seu doutor, “o caramujo tira-dor”:
— Doutor Caramujo, preguiça tem cura?
E ele respondeu, sempre alegre e satisfeito,
que a preguiça tem cura
e que o remédio…
é dormir cedo,
fazer tarefa,
ter amiguinhos,
ser bem esperta,
tomar seu banho ao chegar da escola.
E a preguiça…
Preguiça?
Já foi embora!
Cristiane Quintas é arquiteta, mas passeia por música, Literatura e Artes Plásticas. Cantando com os Animais, editado pelas Ediçoes Bagaço, foi a sua primeira produção, lançada na Bienal do Livro de 2005. O livro conta com as belíssimas ilustrações de Rodrigo Bastos Didier, artista plástico pernambucano que captou com muita propriedade as historinhas. “Ele deu vida aos meus personagens”, comenta Cristiane.
cristianequintas@gmail.com
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