Edição 70

Como mãe, como educadora, como cidadã

Só Deus guarda

Zeneide Silva

igreja

Nesta edição, desejo falar, principalmente como mãe, para educadoras que também são mães.

Temos a concepção de que nossos filhos estão sob nosso controle e de que temos o poder de decidir suas vidas e protegê-los de todos os perigos e armadilhas do mundo.

Creio que o Senhor nos deu a missão de orientá-los, mas quem guarda é Ele.

Lembro com alegria o dia em que tive a certeza de que só Deus guarda.

Em uma das minhas idas a São Paulo, fiquei hospedada na Avenida Paulista, em frente à igreja do Colégio São Luís. Já tinha ido inúmeras vezes, mas nunca fiquei tão perto de uma igreja, muito menos em frente a uma.

Estava ainda dormindo quando ouvi uma voz que dizia: “Sabes quem morreu? Maria Clara”. Dei um pulo da cama e fiquei assustada e pensei: “Maria Clara, minha filha”. Como ainda era muito cedo, não quis ligar para casa.

Resolvi ir à igreja. Ao chegar, achei muito estranho, havia muita gente, a igreja estava praticamente lotada. Era véspera do feriado do dia 1º de maio, numa sexta-feira, dia do Sagrado Coração de Jesus.

Perguntei a uma senhora se haveria alguma celebração especial ou se era sempre assim. Ela me informou que era uma missa de 7º dia de um rapaz que havia falecido num acidente de carro. Fiquei pensativa e orei: “Senhor, eu sei que Maria Clara é tua. Se fores levá-la, dai-nos consolo e fortaleza a mim e a Cau, meu esposo”.

Terminada a celebração, fiquei um bom tempo ainda na igreja, precisava acalmar meu espírito.

Voltei para o hotel e liguei para casa. Tudo estava bem, Maria Clara havia ido à escola com o pai. Fiquei alegre, mas, durante todo o dia, fiquei pedindo ao Senhor pela vida de minha filha. Nesse mesmo dia, estava voltando para o Recife.

Antes de embarcar, tentei falar com meu esposo no celular, mas não consegui. Imaginei que estivesse na moto e, por isso, não atendeu. Continuava em oração por Maria Clara e pela mãe que havia perdido o filho.

Quando cheguei ao aeroporto, vi logo meu esposo, com o braço engessado e com alguns hematomas. Percebi que algo havia acontecido e perguntei por Maria Clara. Cau me disse que ela estava em casa, bem. No caminho, contou o que havia acontecido: quando foi buscá-la na escola, uma Kombi da Secretaria de Saúde, na contramão, colidiu com a moto. Maria Clara, para a honra e glória do Senhor, não sofreu absolutamente nada. Foi levada pelo Samu para o hospital junto com meu esposo, que havia desmaiado na hora. Ela ficou em observação e voltou para casa reclamando que estava com muita fome.

Agradeci pela vida dos dois e entendi o poder de uma mãe que ora e que entrega seus filhos ao Senhor.

Hoje, quando meus filhos saem à noite para as baladas, entrego-os ao Senhor pedindo que os guarde e simplesmente durmo, pois confio n’Ele e deixo nas Suas mãos todas as minhas preocupações, deixando que Ele cuide de tudo. Isso é fé.

A nossa missão, como educadoras e mães, é entregar nossos filhos a Deus, pois só Ele guarda.

Obrigada, mães.
Obrigada, educadoras.
Obrigada, meu Deus e meu TUDO.
Um grande abraço.

cubos