Edição 109

Como mãe, como educadora, como cidadã

Gavetas da minha alma

Zeneide Silva

Alguns anos atrás, li o livro O Pássaro da Alma, de Michal Snunit, que fala de nós próprios, de sentimentos e de emoções. Lembro-me sempre desse pássaro quando ele resolve abrir as gavetas de minha alma.

Então, resolvi compartilhar uma passagem desse livro de meditação. Você poderá encontrá-lo em PDF no Google em duas versões, uma completa e outra um pouco reduzida, com uma bela ilustração.

Educadores, precisamos viver nossas emoções, pois elas podem ser extremamente importantes para nossa saúde. Dados científicos mostram que o vínculo entre as emoções e a saúde é particularmente forte no caso dos sentimentos negativos: raiva, ansiedade e depressão. Esses estados, quando intensos e prolongados, são capazes de aumentar a vulnerabilidade a doenças, piorar os sintomas ou retardar a recuperação. Por outro lado, estados mais positivos, como a equanimidade e o otimismo, pareceram exercer um efeito salutar sobre a saúde, segundo Daniel Goleman, psicólogo, escritor e jornalista norte-americano, autor do best-seller Inteligência Emocional.

O Pássaro da Alma

No fundo do corpo, mora a alma. Ninguém a viu, todos sabem que ela existe.

No centro da alma, está um pássaro, é o Pássaro da Alma. Ele sente tudo o que nós sentimos.

Quando alguém nos magoa, o Pássaro da Alma sofre muito e agita-se para trás e para a frente.

Quando alguém nos ama, o Pássaro da Alma fica contente e dá saltinhos para trás e para frente.

Quando alguém nos chama, o Pássaro da Alma põe-se logo à escuta da voz, a fim de reconhecer que tipo de apelo é.

Quando alguém se zanga conosco, o Pássaro da Alma encolhe-se triste e silencioso.

Quando alguém nos abraça, o Pássaro da Alma cresce, cresce. Gosta tanto do abraço!

A alma está dentro de nós desde que nascemos. Ninguém a viu, todos sabem que ela existe.

O Pássaro da Alma tem imensas gavetas, tudo o que sentimos tem uma gaveta.

Às vezes, podemos escolher a gaveta; outras vezes é o Pássaro que escolhe. Às vezes, não queremos falar, mas o Pássaro abre a gaveta da fala. E, então, desatamos a falar.

Todos somos diferentes, porque o nosso Pássaro da Alma também é diferente.

Se o Pássaro abre a gaveta do ódio, nós ficamos muito zangados.

Se o Pássaro abre a gaveta da tristeza, nós ficamos tristes.

Se o Pássaro abre a gaveta da alegria, nós ficamos contentes.

Escuta o teu Pássaro da Alma. Ele quer conversar sobre os teus sentimentos guardados nas gavetas.

Nós podemos ouvi-lo muitas vezes, poucas vezes ou apenas uma vez na vida.

Por isso, vale a pena, pela tarde e pela noite, quando o silêncio nos rodeia, escutar o Pássaro da Alma que mora dentro de nós, lá bem no fundo do corpo.

O Pássaro da Alma, Michal Snunit

Adaptação: Angélica Rosado, Inês Teixeira e Mariana Matos

Desejo que a leitura deste artigo ajude você a refletir sobre sua prática profissional e que a gaveta do amor e da esperança seja um dos pilares para sua prática.

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