Edição 27

Matérias Especiais

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2006 “LEVANTA-TE, VEM PARA O MEIO!” (Mc 3,3)

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Em 1730, nasce o artista plástico Antônio Francisco Lisboa. Filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Adoece por volta dos 40 anos. O corpo atrofia. Perde os movimentos das mãos e dos pés. Os dedos são cortados. Mas ele não pára, passa a entalhar com os instrumentos atados às mãos por seus escravos, que o carregam até os locais de trabalho. Recebe o apelido de Aleijadinho. E é nessa fase que produz o conjunto de esculturas Os passos da Paixão e Os doze profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo (MG). Seu trabalho artístico é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro.

Em 1824, o compositor alemão Ludwig van Beethoven termina sua nona sinfonia. Surdo, oferece ao mundo a Sinfonia da utopia, considerada obra-prima mundial.

Em 1962, aos 20 anos, o físico inglês Stephen Hawking descobre que possui esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que enfraquece todos os músculos do corpo. Não se abate. Torna-se uma das maiores autoridades em Cosmologia e se dedica ao estudo dos buracos negros. Escreve dezenas de livros. Imobilizado, só se comunica por meio de um sintetizador de voz. Continua a ensinar e gosta de viajar. É casado e tem três filhos.

O que essas três personalidades têm em comum? São pessoas com deficiência. Elas e mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Por razões genéticas, enfermidades ou acidentes, acabam perdendo sua capacidade motora, intelectual ou mental. A causa pode ser um problema na concepção ou no parto. Um acidente de trânsito. Uma bala perdida. Um mergulho na piscina. Uma queda de cavalo. Um erro médico. Um desvio na vida.

A deficiência atinge jovens e velhos, homens e mulheres, sem distinção. “Ser pessoa com deficiência, ter um familiar ou amigo nessa condição não significa receber uma cruz nem uma missão ou um castigo. É uma oportunidade para ir a si mesmo, sem ser devorado por ilusões de poder ou saber”, diz o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2006 (n. 10). E lembra: as pessoas e suas deficiências ensinam o reconhecimento e a aceitação dos limites como uma forma de crescimento.

Fonte: Texto da Campanha da Fraternidade 2006. Fraternidade Viva nº 12. CNBB. Cáritas Brasileiras. p. 6 e 7.

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