Edição 14

Pintando o 7

Claude Monet

Será por ter crescido à beira-mar?
Claude Monet foi atraído pela água sob todas as suas formas. Águas agitadas ou águas como espelho, turvas ou transparentes, amou todas elas, talvez porque lhe escapassem.

Claude Monet nasceu em Paris, capital da França, no dia 14 de novembro de 1840. Mas foi em Le Havre, à beira-mar, que cresceu, entre as brumas e as espumas. Em Le Havre, navios de todas as partes do mundo paravam para se abastecer de suprimentos para suas longas viagens.

Sua infância foi acalentada pela brisa marinha, naquelas ruas que acabavam todas dando no mar, ao longo dos penhascos por onde corria até ficar sem fôlego.

Aos 16 anos, o paisagista Boudin o iniciou na pintura. Monet sempre dizia: “Se me tornei pintor, devo-o a Eugène Boudin”. A vida toda, Monet foi grato a seu primeiro mestre, esse pintor quinze anos mais velho que ele, apelidado de “rei dos céus”.

Em 1859, voltando para Paris, tornou-se amigo de um grupo de pintores, como Renoir, Sisley e Pissarro, reunidos por Édouard Manet. Esse grupo de artistas inovadores se propôs mudar as técnicas de pintura então vigentes, que consideravam extremamente antiquadas. Dessa forma, surgiu o movimento impressionista, nome que derivou de um quadro de Monet intitulado Impressão: o sol nascente.

Muitos dos quadros de Monet retratam a água. Barcos, oceanos, lagoas e lagos eram alguns de seus temas favoritos.

Claude Monet gostava de armar seu cavalete ao sol ou ao vento. Ao ar livre, sempre ao ar livre! Sua paixão era decompor a luz. De que é feita essa claridade que inunda o mundo? Como reproduzir esses milhares de reflexos que dão vida à folhagem das árvores, à superfície da água, aos cabelos das mulheres? Por meio da cor, é claro!

Monet descobre que um raio de luz pode ser azul-vivo, cor-de-rosa ou alaranjado; que as sombras não são negras, mas verdes-esmeralda, marrons, azuis-ultramar. Ele pintou a mesma paisagem em diferentes momentos, para registrar as diferentes tonalidades das cores, de acordo com a incidência da luz.

Monet transformou um barco em estúdio flutuante. Nele guardava tintas, pincéis, telas e materiais de desenho. Navegando pelo rio, ele parava para pintar onde quisesse. Adorava dizer que a natureza era seu único ateliê.

Monet queria que suas pinturas se tornassem conhecidas para que as pessoas as comprassem, porém a única maneira de conseguir isso seria expondo-as no Grande Salão de Paris, freqüentado por pessoas de todas as partes do mundo, que iam ver o que os artistas estavam fazendo de melhor.

Não era fácil expor um quadro no Salão. Os poucos juízes escolhiam apenas as pinturas de que gostavam. Monet sempre inscrevia os seus trabalhos. Algumas vezes, eles eram aceitos; outras, não.

Mulheres no Jardim foi uma de suas pinturas recusadas.

Claude Monet viveu até os 86 anos. Os dez últimos, passou pintando cenas de seu jardim aquático. Morreu em 1926, na sua casa em Giverny, uma pequena cidade próxima a Paris, onde passou os últimos anos de sua vida.

Estas pinturas estão entre as mais belas e famosas que ele fez. Algumas têm mais de doze metros de largura!

FONTE:
* Claude Monet – Mestres das Artes
Ed. Moderna – Coleção Desafio
* M. de Monet – Maria Schillier
Companhia das Letrinhas
* Aprendendo Personagens – César Coll
Ana Teberos Ky – Ed. Ática

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