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Como surgem os paradigmas?

Carmen Seib

Um grupo de cientistas e pesquisadores prendeu diversos macacos em uma jaula; no centro, havia uma escada, sobre a qual penduraram um cacho de bananas. Quando um deles subia a escada para apanhar as bananas, era acionado um jato de água fria sobre os que estavam no chão.

Algum tempo depois, quando algum macaco ia subir a escada, os demais batiam nele. Passado mais algum tempo, nenhum dos símios subia a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, da qual foi retirado rapidamente pelos demais, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo desistiu de seu intento.

Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo da surra ao novato.

Após a troca de mais dois animais, o fato se repetiu. Por fim, o último dos veteranos também foi substituído.

Então os cientistas permaneceram com um grupo de cinco macacos, que, mesmo nunca tendo tomado banho frio, continuava batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque agiam desse modo, com toda a certeza a resposta seria: “Não sei! Por aqui, as coisas sempre foram assim”.