Edição 04
A fala do mestre
Dicas do mestre
Piaget sempre bateu duro na escola tradicional e defendeu práticas baseadas em jogos, pesquisas e trabalhos em grupo. Veja o que ele escreveu:
Miniadultos
“A educação tradicional sempre tratou a criança como um pequeno adulto, um ser que raciocina e pensa como nós, mas desprovido simplesmente de conhecimentos e de experiência. Sendo a criança, assim, apenas um adulto ignorante, a tarefa do educador não era tanto a de formar o pensamento, mas sim de equipá-lo.
O rei da classe
“A escola tradicional não conhece outro relacionamento social além daquele que liga um professor, espécie de soberano detentor da verdade intelectual e moral, a cada aluno considerado individualmente”.
O bom ensino
“A escola ativa pressupõe, ao contrário, uma comunidade de trabalho, com alternância entre o trabalho individual e o trabalho de grupo.”
Tirania intelectual
“Na realidade, a educação constitui um todo indissociável. Não se pode formar personalidades autônomas no domínio moral se o indivíduo é submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem que tenha de se limitar a aprender por imposição, sem descobrir por si mesmo a verdade: se é passivo intelectualmente, não conseguirá ser livre moralmente.”
Mestre-companheiro
“O que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e que estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas.”
O aluno ativo
“O professor deve conferir especial relevo à pesquisa espontânea da criança ou do adolescente. Toda verdade a ser adquirida deve ser reinventada pelo aluno, ou pelo menos reconstruída, e não simplesmente transmitida.”
Papel insubstituível
“É evidente que o educador continua indispensável, a título de animador, para criar situações e armar os dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas úteis à criança. E para organizar, em seguida, contra-exemplos que levem à reflexão e obriguem ao controle das soluções apressadas.”
Honra ao mérito
“Vamos nos limitar, como exemplo do que pode ser feito com os modestos meios e sem nenhum incentivo particular por parte dos ministérios responsáveis, a lembrar a notável obra realizada pelo (educador francês) Célestin Freinet.”