Edição 03

Músicas

Índios na música

Sugestões de Músicas que tratam de questões indígenas e poderão ser utilizadas para desenvolver um trabalho em sala de aula.

“Índios”
Legião Urbana
Álbum:Acústico MTV

Quem me dera, ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais, por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender com isso Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda – assim pude trazer você de volta para mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda – assim pude trazer você de volta para mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Somos todos índios
Vinícius Cantuária & Evandro Mesquita no álbum “Pedras que cantam”

Há muito tempo que falo
Da natureza e de amor
Das coisas mais simples
Dos homens, de Deus
Canto sempre a esperança
Acredito no azul que
Envolve o planeta toda manhã
Depende de mim, depende de nós
Escuto um silêncio, ouço uma voz
Que vem de dentro
E enche de luz
Toda nossa tribo…
Somos todos índios
Tenho pensado na vida
E no prazer de viver
Nas coisas bonitas
Entre eu e você
Meu canto sempre é de luta
Por um mundo de paz
Cuidar das florestas e dos animais.

Os caminhos da Terra
Dez/97 – Ano 6 – N0 12 – Ed. 68

Chegança
Antônio Nóbrega e Wilson Freire

Sou Pataxó,
sou Xavante e Cariri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.

Depois que os mares
dividiram os continentes,
quis ver terra diferentes
eu pensei vou procurar,
um mundo novo,
lá depois do horizonte
levo a rede balançante
pra no Sol me espriguiçar.

Eu atraquei
num porto muito seguro,
céu azul, paz e ar puro…
botei as pernas pro ar.
Logo sonhei
que estava no paraíso
onde nem era preciso
dormir para se sonhar.

Mas de repente
me acordei com a surpresa
uma esquadra portuguesa
veio na praia atracar.
Da grande nau , um branco
com barba escura,
vestindo uma madura
me apontou pra me pegar.

E assustado
dei um pulo da rede,
pressenti a fome, a sede,
eu pensei: “vão me acabar”.
Me levantei
de borduna já na mão,
aí senti no coração,
o Brasil vai começar.

cubos