Edição 25

É dia...

Mundial da Luta Contra a AIDS

aids01Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial da Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988, graças a uma portaria assinada pelo ministro da Saúde.

Por que o laço vermelho como símbolo?
O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids. O projeto do laço foi criado, em 1991, pelo Visual Aids, grupo de profissionais de arte de Nova York, que queriam homenagear amigos e colegas que haviam morrido ou estavam morrendo de Aids.
O Visual Aids tem como objetivos conscientizar as pessoas do processo de transmissão do HIV/Aids, divulgar as necessidades dos que vivem com HIV/Aids e angariar fundos para promover a prestação de serviços e pesquisas.
“O laço vermelho foi escolhido por causa de sua ligação ao sangue e à idéia de paixão”, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids, “e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos da Guerra do Golfo”.
Foi usado publicamente, pela primeira vez, pelo ator Jeremy Irons, na cerimônia de entrega do Prêmio Tony Awards, em 1991. Ele se tornou símbolo popular entre as celebridades nas cerimônias de entrega de outros prêmios e virou moda. Por causa de sua popularidade, alguns ativistas ficaram preocupados com a possibilidade de o laço se tornar apenas um instrumento de marketing e de perder sua força, seu significado. Entretanto, a imagem do laço continua sendo um forte símbolo na luta contra a Aids, reforçando a necessidade de ações e pesquisas sobre a epidemia.
Hoje em dia, o espírito da solidariedade está se espalhando e vem criando mais significados para o uso do laço.
Inspirado no laço vermelho, o laço rosa se tornou símbolo da luta contra o câncer de mama. O amarelo é usado na conscientização dos direitos humanos dos refugiados de guerra e nos movimentos de igualdade. O verde é utilizado por ativistas do meio ambiente preocupados com o emprego da madeira tropical para a construção de sets na indústria cinematográfica. O lilás significa a luta contra as vítimas da violência urbana; o azul promove a conscientização dos direitos das vítimas de crimes e, mais recentemente, vem sendo adotado pela campanha contra a censura na Internet.
Além da versão oficial, existem quatro versões sobre a origem do laço vermelho. Uma delas diz que os ativistas americanos passaram a usar o laço com o “V” de “vitória” invertido, na esperança de que, um dia, com o surgimento da cura, ele possa voltar para a posição correta. Outra versão tem origem na Irlanda. Segundo ela, as mulheres dos marinheiros daquele país colocavam laços vermelhos na frente das casas quando os maridos morriam em combate.
Com todas essas variações, o mais importante é perceber que todas essas causas são igualmente importantes para a humanidade.

INFORMAÇÃO IMPORTANTE
O que é?
É uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A Aids é considerada um dos maiores problemas da atualidade, pelo seu caráter pandêmico (ataca, ao mesmo tempo, muitas pessoas numa mesma região) e sua gravidade.

Qual o agente envolvido?
O HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com o sistema imunológico normal.

Quais os sintomas?
As manifestações clínicas variam desde um quadro gripal até uma síndrome que se assemelha à mononucleose. Os sintomas podem ser divididos em duas fases:
Fase sintomática inicial: candidíase oral; sensação constante de cansaço; aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e no pescoço; diarréia; febre; fraqueza orgânica; transpirações noturnas; e perda de peso superior a 10%.
Infecção aguda: sintomas de infecção viral, como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, no esôfago e nos órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos.

Como se transmite?
O HIV pode ser transmitido por sangue, esperma e secreção vaginal ou pelo leite materno. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da Aids, pode transmitir o vírus. Por isso a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais.

Como tratar?
A Aids não tem cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica em um dos hospitais especializados em DST/Aids, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral. Os objetivos do tratamento são prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente, pela redução da carga viral e reconstituição do sistema imunológico. O atendimento é garantido pelo SUS, por meio de ampla rede de serviços.
O Brasil distribui 15 medicamentos anti-retrovirais na rede pública de saúde. Esses medicamentos retardam o aparecimento da Aids e possibilitam maior qualidade de vida ao portador do vírus. Os anti-retrovirais agem na redução da carga viral e na reconstituição do sistema imunológico.

Como se prevenir?
– Usar corretamente preservativos nas relações sexuais.
– Usar apenas agulhas e seringas descartáveis.
– As gestantes devem fazer o teste de Aids e começar o pré-natal o mais cedo possível.

Situação da doença no Brasil
A Aids foi identificada no Brasil, pela primeira vez, em 1980 e apresentou um crescimento na incidência até 1998, quando foram registrados 25.732 casos novos, com um coeficiente de incidência de 15,9 casos/100.000 hab. A partir de então, verificou-se uma desaceleração nas taxas de incidência de Aids no País. Atualmente, verifica-se uma tendência de heterossexualização, feminização, envelhecimento e pauperização da epidemia, aproximando-a cada vez mais do perfil socioeconômico do brasileiro médio.
Desde o início da década de 80 até setembro de 2003, o Ministério da Saúde notificou 277.154 casos de Aids no Brasil. Desse total, 197.340 foram verificados em homens e 79.814 em mulheres.
No ano de 2003, foram notificados 5.762 novos casos da epidemia e, desses, 3.693 foram verificados em homens e 2.069, em mulheres, o que comprova o maior crescimento da Aids entre o sexo feminino.
Outro dado não menos preocupante é a crescente incidência da Aids na faixa etária de 13 a 19 anos, em adolescentes do sexo feminino. Tal fato é explicado pelo início precoce da atividade sexual, em relação aos adolescentes do sexo masculino, normalmente entre homens com maior experiência sexual e mais expostos aos riscos de contaminação por DST e pela Aids.
Quanto às principais categorias de transmissão entre os homens, as relações sexuais respondem por 58% dos casos de Aids, com maior prevalência nas relações heterossexuais, que é de 24%.
Entre as mulheres, a transmissão do HIV também se dá predominantemente pela via sexual (86,7%). As demais formas de transmissão, em ambos os sexos, de menor peso na epidemia, são: transfusão, transmissão materno-infantil ou ignoradas pelos pacientes.

Como trabalhar em sala de aula e quais os temas transversais que podem ser trabalhados?
– Leia o texto com seus alunos. Nele podemos trabalhar questões de Ética, tais como valores morais e posturas importantes diante de uma pessoa portadora do vírus HIV. Dessa forma, podemos resgatar valores como amizade, confiança, amor, companheirismo, diálogo, respeito e solidariedade.
– Solicite que seus alunos pesquisem sobre o vírus da Aids e depois crie um momento para discussão, desenvolvendo comparações, fazendo análises, promovendo sínteses, buscando respostas, mas, sobretudo, construindo novas perguntas diante da pesquisa feita.

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