Edição 95

Espaço pedagógico

O lúdico como processo de aprendizagem para crianças com TDAH

Rafaelle Christine Cidreira Estrela

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Introdução

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ainda é um dos grandes desafios na atual conjuntura da Educação, visto que atrai a atenção e os olhares de todos os que fazem parte do processo de escolarização e interação social, que muitas vezes rotulam a criança como indisciplinada e, em muitos casos, pouco inteligente. Explorar esse tema é uma necessidade, pois certamente será muito comum encontrarmos alunos com esse transtorno, e família e escola devem estar preparadas para lidar com tais peculiaridades. Pensando nisso, evidenciar a importância do papel do professor na aprendizagem da criança com TDAH, tanto no seu desenvolvimento afetivo como no cognitivo e motor, através de um olhar holístico e de práticas capazes de atrair a atenção e estimular o desenvolvimento de habilidades, é primordial para promover uma aprendizagem significativa. Para alcançar os objetivos, ou seja, a formação desses alunos, são necessários o conhecimento e a capacitação do professor em relação ao transtorno. Nesse sentido, o aprofundamento quanto ao tema é o primeiro passo para entender o mundo da criança com TDAH. Evidenciaremos a definição do conceito de hiperatividade apresentando um breve histórico do TDAH no intuito de buscar práticas pedagógicas capazes de proporcionar o desenvolvimento global da criança.

Nesse contexto, concluímos que o lúdico se apresenta como ferramenta eficaz, pois é inerente ao cotidiano infantil, devendo se fazer presente em diversos ambientes e situações de aprendizagem, proporcionando, concomitantemente, aquisição e desenvolvimento de habilidades necessárias ao processo de ensino-aprendizagem.

Transtorno de déficit de atenção: definição

Hiperatividade é um transtorno neurológico de alta prevalência em crianças, diretamente relacionado ao descontrole de funções cerebrais pertinentes à atenção, ao controle da impulsividade e às atividades físicas ou mentais. Os primeiros estudos sobre esse transtorno surgiram no século XIX, e desde então o TDAH vem sofrendo diversas alterações em sua nomenclatura; outrora, já foi conhecido como lesão cerebral mínima; posteriormente, estudos apontaram que não se tratava de uma lesão, sendo nomeada como disfunção cerebral mínima.

Atualmente, os sistemas classificatórios mais modernos utilizados em psiquiatria, CID 10 (Código Internacional de Doenças) e o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), apresentam mais semelhanças que diferenças no estudo de suas características, embora utilizem nomenclaturas atuais diferentes para a hiperatividade (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, no DSM IV, e Transtornos Hipercinéticos, no CID 10), também sendo considerada como uma Perturbação Disruptiva do Comportamento e de Déficit de Atenção, que incide na primeira e na segunda infância ou na adolescência.

Segundo o DSM IV-TR (2002, p. 87), existem três subtipos de TDAH, denominados como:

Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção tipo desatento; Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção tipo misto; e Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção tipo hiperativo/impulsivo.

7Possuem sintomas comuns, entretanto diferenciam-se em virtude da manifestação e intensidade de alguns sintomas, que podem até ocorrer simultaneamente, sendo nomeados de acordo com as observações feitas em pacientes em um período de, no mínimo, seis meses.

Ressaltamos que o TDAH tipo misto causa maior prejuízo no funcionamento global e na vida da criança, visto que ele engloba sintomas combinados dos demais subtipos, e o seu grau de intensidade e frequência ficam evidentes nas oscilações de comportamentos da criança ao longo de sua vida e em diversos ambientes do seu cotidiano.

Os sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção são permanentes e involuntários na definição do comportamento de seu portador, não havendo, até o presente momento, cura para o mesmo, mas um tratamento capaz de amenizar a manifestação dos sintomas que ocorre logo na infância e se prolonga nas demais fases da vida. Os bebês já demonstram alguns sintomas como: sono agitado, agitação das mãos e dos pés, choro repentino, etc. Se partirmos do princípio de que as crianças normalmente são agitadas e inquietas, seria muito difícil diagnosticar o transtorno nessa fase, porém, quando se trata de criança com TDAH, a ideia de agitação se multiplica, e o comportamento dessa criança também se torna excessivo em relação ao das outras crianças.

Tanto crianças como adultos que sofrem com o TDAH têm dificuldades para aprender regras de jogos e são extremamente impacientes quanto às atividades de revezamento. Portanto, o lúdico se apresenta como uma forma atrativa e prazerosa, capaz de auxiliar crianças para que aprendam a lidar com regras, revezamentos, com o grupo, etc.

Profissionais da Medicina, Psicologia e da Educação que, direta e indiretamente, estão envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem usam uma pesquisa científica bem concentrada em uma multiplicidade de aspectos, incluindo causa, evolução, métodos de diagnose e processo de tratamento da TDAH. Portanto, existe uma impossibilidade de se obter um diagnóstico preciso sobre TDAH. É necessária uma série de observações e informações para que se possa ter esse diagnóstico, com investigações familiares, na escola e em outros convívios sociais. Tudo isso com o embasamento em questionários e entrevistas.

A hiperatividade no contexto escolar

O psiquiatra Ênio Roberto de Andrade (2000, p. 30) relata que: “A hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é necessário aumentar o nível de concentração para aprender”, em geral onde se observam os primeiros sintomas é de onde geralmente surgem as primeiras queixas, visto que a criança com a doença apresenta um comportamento discrepante do que se espera, sendo, portanto, a observação no âmbito escolar quase sempre determinante para se chegar ao diagnóstico de tal transtorno.

No menino, o TDAH se manifesta de forma mais agitada, deixando-o inquieto, já em meninas, de forma mais distraída, levando-as a ficarem quietas e tímidas, mas, no aprendizado escolar, a dificuldade de ambos é a mesma, por isso envolver essas crianças em brincadeiras e jogos educativos estimula a atenção e a concentração, o que as ajudará de forma significativa.

A inclusão de crianças com TDAH na escola é importante, independentemente de suas limitações e dificuldades de aprendizagem e de seu comportamento hiperativo, mas antes é necessário sensibilizar os demais membros que envolvem essa comunidade, explicando a importância das diferenças entre as pessoas de maneira geral. É importante também o professor ter um conhecimento sobre o transtorno, de modo que possibilite e facilite a melhor integração desse aluno no convívio escolar.

É necessário um trabalho multidisciplinar envolvendo pais, médicos, terapeutas e professores, com base em um planejamento flexível e baseado em estratégia que possibilite uma aprendizagem significativa ao aluno com TDAH

O princípio fundamental da educação inclusiva é o de que toda criança deve aprender convivendo com as diferenças, pois não existe homogeneidade na educação. Sendo assim, todos, independentemente de dificuldades, têm direitos iguais, entretanto cabe ressalvar que, diante dessa perspectiva, é necessária uma flexibilidade no currículo escolar e nas práticas pedagógicas, para que se assegure uma educação de qualidade a todas as crianças.

É necessário que o professor conheça o que é hiperatividade e seus sintomas, para observar o comportamento de seu aluno em várias atividades e situações e, em seguida, comunicar à família e orientá-la a procurar um profissional especialista no caso para um possível diagnóstico. Quando diagnosticado o TDAH na criança, tanto a escola quanto os pais devem se adaptar à nova realidade, mudando sua postura, estratégia de trabalho e metodologia em benefício desse aluno, já que este nunca vai deixar de ser desatento, inquieto e impulsivo. Para isso, é necessário um trabalho multidisciplinar envolvendo pais, médicos, terapeutas e professores, com base em um planejamento flexível e baseado em estratégia que possibilite uma aprendizagem significativa ao aluno com TDAH.

A hiperatividade no contexto escolar é considerada um problema que interfere no funcionamento global de uma sala de aula. O que as demais crianças resolvem com uma simples advertência, o aluno hiperativo não conseguirá realizar com os mesmos esmero e dedicação em virtude da falta de autorregulação, organização e da impulsividade, empecilhos que intervêm constantemente, visto que oralmente se expressa não respeitando a vez dos demais alunos; tendo as dificuldades em acatar regras de convivência, fatores que afetam diretamente a aprendizagem.

Os alunos com TDAH podem manifestar apenas hiperatividade ou desatenção e agitação extremas, podendo, em alguns casos, manifestar os dois. Existem grandes mudanças a serem feitas na vida dessa criança para que possa ter um desenvolvimento melhor: reestruturação do seu ambiente, adequação alimentar, uma rotina diária capaz de atender às necessidades e trabalho de diversos aspectos comportamentais.

É importante planejar estratégias que facilitem e adéquem a conduta da criança de tal modo que a desatenção e a impulsividade/hiperatividade possam intervir com menor frequência e intensidade. Estratégias inadequadas podem acarretar o agravamento dos sintomas desse transtorno, já que essas crianças geralmente apresentam baixa autoestima, sentimento de solidão e isolamento e, muitas vezes, não compreendem o que acontece nem por que não conseguem controlar seus impulsos. Nesse sentido, inserir essas crianças em situações de aprendizagem nas quais a ludicidade se faz presente é um diferencial.

A aprendizagem e a criança com TDAH

A criança com TDAH possui mais dificuldades de aprender por ser desatenta, inquieta e impulsiva. Isso acontece porque a criança hiperativa apresenta alterações na região frontal cerebral, e essa região é responsável pela inibição do comportamento do ser humano, fazendo com que a criança tenha grandes dificuldades em se planejar e organizar.

Analisando os problemas, buscamos entender e discutir algumas situações que possam facilitar o desenvolvimento das habilidades e da aprendizagem da criança hiperativa.

Ressaltamos que não existe uma receita pronta para mudar o comportamento de uma criança hiperativa na sala de aula. Na verdade, quem deve mudar a postura é o professor e a escola, buscando condições que possibilitem o desenvolvimento e a socialização desse aluno.

O lúdico e a aprendizagem das crianças com TDAH

Os brinquedos e os jogos são muito utilizados por educadores em sala de aula, pois oportunizam, brincando, o desenvolvimento da criança, aguçando e estimulando a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporcionando o desenvolvimento da oralidade, do pensamento lógico, da concentração e da atenção e trabalhando os aspectos relacionados à desatenção, inquietude e impulsividade. Assim, a criança descobre, inventa e aprimora suas habilidades.

O lúdico se apresenta como proposta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem, ajudando no desenvolvimento físico e psicológico, além de proporcionar motivação para o aluno com TDAH, já que ele apresenta um grau de baixa autoestima muito elevado. Pensando nas dificuldades e nas limitações de uma criança hiperativa, buscamos encontrar nas brincadeiras e nos jogos uma maneira de estimular e ensinar essas crianças de forma satisfatória e prazerosa.

O que uma criança com TDAH não consegue aprender através de metodologias tradicionais conseguirá facilmente através de atividades lúdicas diferenciadas, capazes de propiciar a ela a construção do processo de ensino e aprendizagem.

Brincar é uma necessidade e um direito de todos. Quando uma criança está brincando, desde que seja uma brincadeira direcionada e planejada, vai desenvolver o intelecto, o equilíbrio emocional, a criatividade, a independência, a comunicação, socialização e a coordenação motora.

Segundo Piaget (1998, p. 47), “O lúdico atua nas atividades intelectuais da criança, o que se torna indispensável para a prática de um contexto educativo”. Brincando, a criança adquire aprendizado e explora o mundo que a rodeia, e o brincar voltado para a prática pedagógica com crianças com TDAH ultrapassa as fronteiras da aprendizagem, uma vez que também contribui significativamente para o tratamento de alguns sintomas que se manifestam no ambiente escolar, como a desatenção e a impulsividade, e, quando está atrelado à atividade física, auxilia no controle de energia, que essas crianças têm de modo demasiado.

Na perspectiva de Vygotsky (1984, p. 114), o brinquedo é um recurso que promove experiências agradáveis à criança, desempenhando um papel de grande importância para o seu desenvolvimento psicológico e cognitivo. Através de atividades lúdicas, a criança se integra com o meio e com os membros que dele fazem parte. Essa integração é necessária e satisfatória para o desenvolvimento psicológico e cognitivo, visto que, geralmente, as crianças com TDAH sofrem rejeição, em virtude da manifestação de alguns sintomas na sala de aula.

Brincando, a criança adquire aprendizado e explora o mundo que a rodeia

Considerando que todos os jogos e brincadeiras possuem regras que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo almejado e que a criança precisa ser desafiada para se sentir estimulada a querer buscar soluções para o desafio proposto, cabe ressaltar que essa conjuntura é propícia para se trabalhar possíveis dificuldades enfrentadas por crianças hiperativas — que necessitam de um estímulo diferenciado, capaz de atrair a atenção e atenuar a inquietude, que interferem diretamente na sua aprendizagem — além de desenvolver o elo e a aceitação das regras de maneira natural, visto que o brincar proporciona mais que diversão.

O lúdico envolve diferentes tipos de comunicação, proporcionando o desenvolvimento da oralidade e ao mesmo tempo o melhor entendimento e a aceitação das regras, pois, como afirma Piaget, é necessário que o indivíduo internalize conhecimentos para depois colocá-los em prática. O aluno com TDAH necessita de um olhar que lhe permita o entendimento do que está à sua volta para que possa se relacionar com os conteúdos que fazem parte da educação sistematizada. Cabe salientar que alguns fatores interferem na realização de atividades que comumente crianças sem o transtorno poderiam resolver sem dificuldades, validando, assim, a necessidade da busca de práticas que facilitem tal aprendizagem e interação. O lúdico se apresenta como possibilidade, uma vez que, independentemente de dificuldades ou transtorno, qualquer criança traz consigo a necessidade do brincar. A partir dessa necessidade e da busca de condições que facilitem a aprendizagem com a criança hiperativa, vale ressaltar que a intervenção feita a partir de jogos e brincadeiras fará com que ela aprenda naturalmente, de maneira prazerosa, permitindo a estruturação e o desenvolvimento de sua personalidade.

Considerações finais

Desde o início do século XX, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) vem sendo estudado na perspectiva de compreender como se processa a conduta das pessoas que têm essa doença em diferentes situações, lugares e idades, visto que tal perturbação tem seu ápice na primeira infância, quando a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade se manifestam com maior frequência e, dependendo do subtipo, poderão apresentar oscilações cognitivas, de humor e comportamento, podendo trazer grandes frustrações na adolescência e na fase adulta em virtude da dificuldade de integração e socialização.

É importante salientar que a hiperatividade não é uma característica exclusiva do TDAH, pois toda criança apresenta, em algum momento da vida, uma fase de agitação extrema, que dependerá de sua rotina e vivência.

Faz-se ainda necessário salientar que a hiperatividade geralmente é observada na idade escolar, quando exige-se da criança um nível mais elevado de concentração e atenção na realização das atividades propostas. Em virtude das dificuldades apresentadas, ressaltamos que o lúdico se apresenta não apenas como uma prática pedagógica, mas como uma possibilidade de favorecer as crianças que sofrem com esse transtorno, dando-lhes melhores condições de desenvolvimento, de maneira natural e prazerosa, por fazer parte do universo infantil e possibilitar melhor integração coletiva.

Os jogos e as brincadeiras são grandes aliados no trabalho com crianças hiperativas; todavia, devem ser planejados de acordo com a idade e o ambiente, e os objetivos a serem alcançados deverão estar bem definidos.

O papel do educador é de extrema importância na aprendizagem de crianças hiperativas, que devem ser estimuladas a construir, desconstruir, inventar e reinventar conceitos e conhecimentos que contribuirão para a aprendizagem significativa.

Apesar de vivenciarmos uma prática inclusiva, ainda percebemos que falta muito para que crianças com hiperatividade sejam integradas ao convívio social, visto que, mesmo no meio escolar, ainda são rotuladas como indisciplinadas ou mal-educadas e que o conhecimento dos seus sintomas e de como desenvolver atividades que tenham maior eficácia diante das dificuldades ainda está aquém do esperado.

Rafaelle Christine Cidreira Estrela é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú e coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I no Colégio Rosa de Saron

Referências

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