Edição 131

Fique por dentro

Reunião de pais

Débora Corigliano

Este artigo é o primeiro de uma série que pretende ajudar o educador nas dificuldades do dia a dia, com propostas fáceis e atuais que possibilitem um caminhar seguro e firme frente a tantas possibilidades que surgem no processo diário de uma escola. São tantas dificuldades, projetos que tiveram um início, mas não chegaram a ser concluídos, que, no fim do ano letivo, muitas vezes há um sentimento de frustração e a sensação de que mais coisas poderiam ser feitas de melhor forma.

Quando pensamos em uma harmonia dentro da escola, ligamos automaticamente o educador à família do aluno. Estreitar esse laço é função da escola. O primeiro momento do ano em que escola e família podem trocar informações e ajudar o aluno em seu desenvolvimento é a Reunião de Pais e Mestres.

Muitos educadores alegam não gostar desse momento por diversas razões: há pais que não demonstram interesse pelo ano letivo que o filho terá, alguns tomam a reunião coletiva para contar episódios particulares, outros estão tão ansiosos pelo que está por vir que já desejam saber na reunião inicial como será a avaliação no fim do trimestre e tiram o foco do encontro. Respeito esses motivos, porém acredito que podem ser transformados e até apreciados: solicite aos pais que escrevam suas dúvidas em um papel. Se não der para saná-las nessa primeira reunião, faça-o ao longo do ano. Assuntos individuais devem ser conversados em outros momentos. Dê essa abertura aos pais. Eles ficarão felizes de saber que você poderá atendê-los em particular.

Por isso, a reunião deve ser planejada com motivação. Esse encontro permite que os pais conheçam melhor a estrutura da escola, o professor, a direção e a coordenação e valorizem cada momento que seu filho permanece nessa instituição, seja ela particular, seja pública.

A série de artigos abordará todos os itens, do planejamento até a execução, incluindo a avaliação dos pais (feedback), e mostrará que o planejamento de uma boa reunião de pais deve ter um convite com a definição da metodologia individual ou coletiva da reunião. Deve ser realizada em um espaço físico organizado, no qual os materiais utilizados deverão estar arrumados e com fácil acesso. Também é importante idealizar e cronometrar a apresentação. Itens como a pauta a ser abordada, a lista de presença e a acolhida aos pais devem ser vistos com atenção. A reunião deve ser concluída com uma finalização programada e o feedback.

Normalmente, as escolas fazem o convite por meio de uma circular informativa para os pais, avisando o dia e horário da reunião. Algumas se limitam a colocar um aviso na porta da instituição. Essas duas estratégias são frias e nada convidativas.

Vamos pensar juntos: quando chamamos alguém para uma festa, objetivamos que a pessoa compareça. Comentamos sobre o evento, como será prazeroso ter a presença do convidado, o que será oferecido, etc. É preciso deixar a pessoa motivada a participar dele. Com a reunião de pais, deve acontecer da mesma maneira.

O convite deve ser feito por escrito e, de preferência, personalizado, com o nome dos pais ou dirigido aos pais de tal aluno. Dessa maneira, quem o recebe já se sente valorizado. Coloque o tipo de reunião, a data, o local, o horário (início e término) e os temas a serem tratados e valorize a presença dos pais. Faça um texto curto e acolhedor. Caso contrário, os pais lerão apenas o que lhes interessa.

Informe, no início do convite, se a reunião será coletiva ou individual e procure usar uma linguagem de fácil entendimento. Finalize sempre com a valorização da presença usando frases simples, como: ‘Sua presença fará a diferença’ ou ‘Seu filho agradece a sua participação nesta reunião’.”

 

Nos anos iniciais, a participação do aluno é muito importante. Solicite aos estudantes que façam um desenho no final do convite ou que escrevam algo para seus pais. Nos anos intermediários, os alunos poderão confeccionar o envelope durante as aulas de Artes.

O segundo passo é a definição da metodologia da reunião: individual ou coletiva. Uma reunião coletiva deve ser bem estruturada, pois suprir a necessidade de um grupo é muito mais difícil. A reunião coletiva só é produtiva quando o assunto for pertinente à maioria dos presentes. Temas como limites, regras, eventos e procedimentos podem ser tratados de forma coletiva, desde que sejam usadas dinâmicas interativas. Evite o discurso e não deixe apenas uma pessoa falar: a participação dos pais na discussão é essencial. Por outro lado, a reunião individual precisa ser objetiva pelo curto tempo disponível do educador, que precisa atender vários pais no mesmo dia. É importante que o professor converse com os pais chamando-os pelo nome, assim o vínculo se fortalece e os pais se sentem valorizados. Aproveite o tempo para falar exclusivamente do aluno — avisos e orientações gerais podem ser dados por escrito; além de objetivar o trabalho do educador, usa-se esse tempo para assuntos importantes e pertinentes ao aluno.


CORIGLIANO, Débora. Reunião de pais: projetos escolares Ensino Fundamental. Barueri, ano 5, n. 46.

cubos