Edição 113
Projeto Didático
Arte, teatro e terapia unindo saberes
Edinaldo Ribeiro, Maria Albertina Nogueira,
Nathaly Ferreira e Rita Dantas
Sua visão só se tornará clara se você for capaz de olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro desperta. Carl Jung
Edinaldo Ribeiro, Maria Albertina Nogueira, Nathaly Ferreira e Rita Dantas
Resumo
A arteterapia é uma importante ferramenta que pode proporcionar elementos ressignificativos no processo da escolha profissional dos adolescentes e jovens, contribuindo com o desenvolvimento do ser na relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo que o cerca. Diante disso, o presente projeto propõe o uso de técnicas teatrais em um processo arteterapêutico para jovens do Ensino Médio que tenham dificuldades em escolher suas profissões. Exemplificamos uma das etapas aplicadas com alunos do 2o ano, na qual associaremos exercícios teatrais, movimentos corporais bioenergéticos e desenvolvimento criativo espontâneo e analisaremos a produção cênica e plástica dos jovens, considerando suas preleções e observações. e diretrizes.
Como afirmado por Menezes (2016, p. 31), a passagem para a vida adulta: […] é, ao mesmo tempo, viver o conflito com os pais, a sexualidade, a relação com os amigos, nem sempre tranquila, e, além de tudo, fazer uma escolha profissional. Imaginar-se, concretamente, no mundo dos adultos através do trabalho, ação que encontra um significado muito especial na construção da identidade, no sentido de existir. Contudo, a adolescência é um fenômeno plural que difere em cada contexto sociocultural em que se insere. A forma como ela é percebida e vivenciada varia em função da realidade de cada sujeito, e isso precisa ser considerado no processo de acompanhamento do jovem na jornada de escolha da profissão. É necessário conhecer a experiência da adolescência dos participantes, para que dessa forma seja possível facilitar condições para que eles desenvolvam a sua capacidade criativa, assumindo-se como sujeitos que fazem parte de uma realidade sociocultural, ao mesmo tempo que são também autores da produção do saber enquanto seres inacabados, isto é, que estão em eterno processo de mudança. Conforme Freire, “O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento”.
Nesse cenário, a construção de um contexto facilitador de atitudes críticas e curiosas convoca o jovem para ser corresponsável e ativo no processo da escolha profissional, e não apenas um mero espectador. Paulo Freire, no seu livro Pedagogia da autonomia (1996), diz que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou construção. Ao entrar em contato com os jovens, deve-se estar aberto à curiosidade dos educandos, suas múltiplas indagações, assim como as suas inibições. Freire propõe estimular a manifestação de um ser crítico, inquiridor e inquieto diante do mundo e da tarefa específica da construção de conhecimento, legitimando, assim, a noção do ensino oposta a uma mera transferência. O fato de o jovem se perceber no mundo, com o mundo e com os outros, coloca-o numa posição de protagonista, pois ele se adapta criativamente, insere-se e luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história. A sua passagem pelo mundo, o seu destino não é dado, mas é algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não pode se eximir.
O processo histórico de o sujeito mudar o mundo está na inconclusão de se reconhecer como ser transformador, o que implica necessariamente na inserção consciente do sujeito enquanto ser inacabado, num permanente processo social de busca de si mesmo (FREIRE, 1996). Conforme Alves, Correia (2004, p. 39): “À medida que nos reconhecemos, tomamos posse do nosso corpo, sexualidade, afetos, voz e pensamentos. Tornamo-nos presentes no mundo e existimos”. Assim, a arte se torna um recurso através do qual podemos nos expressar e nos descobrir como seres mais integrados. Por meio da criação artística e da reflexão acerca dos processos e trabalhos resultantes, as pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, o que é fundamental no direcionamento das energias do jovem para escolhas profissionais mais conscientes, uma vez que não há um só momento em que decisões não sejam tomadas; até mesmo a abstenção é uma escolha.
Contudo, uma vez que somos eternos seres em inacabamento, é importante considerar, no processo de orientação profissional e vocacional, que uma escolha jamais é para a vida toda, que o processo de autoconhecimento e construção segue ao longo da vida, assim como a identidade profissional vai se transformando no decorrer dos anos. Nesse processo de amadurecimento, concebemos que a energia psíquica e a energia física estão em interação mútua, como elementos básicos envolvidos nos processos dos seres humanos.
A falta delas está associada à morte (LOWEN, 1975). Assim, trabalhos que incluam ativamente o corpo (tais como posturas, exercícios, massagens) no processo de orientação profissional, com base em intervenção arteterapêutica, mostram-se como caminhos promissores para a transformação da consciência dos adolescentes e dos jovens inseridos nesse contexto, pode ser um caminho potencializador do autoconhecimento, de estar em contato com o mundo e consigo mesmos, bem como da autoexpressão segura e confiante, para que os sujeitos possam perceber quem são, qual o seu lugar no mundo. Isto é, fazerem contato com “as realidades básicas da sua existência” (LOWEN; LOWEN, 1997, p. 23). Nesse contexto, propomos a utilização de trabalhos corporais, mediante técnicas teatrais, no processo arteterapêutico na orientação profissional com adolescentes e jovens, em interface com contribuições teóricas da bioenergética. Compreendemos a respiração, o corpo, a voz e a interpretação como facilitadores do reconhecimento físico e mental no processo da escolha profissional. Dessa forma, é possível compreender vários fatores inseridos nesse processo, a considerar: aspectos pessoais, familiares e sociais, em uma perspectiva de interesses, aptidões e amor ao que se quer realizar. Acreditamos nesse caminho como possibilidade de espaço de profunda reflexão que facilite o autoconhecimento e promova mudanças de consciência dos participantes. • Expressar-se e atuar em processos criativos que integrem diferentes linguagens artísticas e referências estéticas e culturais, com intuito de trabalhar momentos conturbados, fazendo-os refletir sobre suas escolhas.
Método
Escolhemos, para este trabalho, desenvolver dinâmicas de grupo que propiciem um ambiente favorável, no qual serão trabalhadas autoconfiança, comparação, repetição, criação, constatação, de onde surgirão características próprias, tendências que ajudarão nesse processo de descoberta pela futura profissão. Percebemos, durante vários anos trabalhando com jovens do Ensino Médio, que, mesmo eles tendo orientações para a escolha de suas futuras profissões, poucos já sabiam ou estavam satisfeitos com o que pretendiam fazer após a conclusão do Ensino Médio. A agitação das transformações socioeconômicas modernas faz surgir novas formas de vida e trabalhos que têm remetido à precariedade do ser em si. O sofrimento social é um sofrimento que se instala nas zonas emocionais do ser, tornando-o um ser social frágil. Educar é sempre uma aposta no outro. Ao contrário do ceticismo dos que querem ver para crer, costuma-se dizer que o educador é aquele que buscará sempre crer para ver. De fato, quem não apostar que existam, nos jovens com quem trabalhamos, qualidades que muitas vezes não se fazem evidentes nos seus atos, não se presta, verdadeiramente, ao trabalho educativo (ACG da Costa).
O sofrimento, muitas vezes invisível, leva o indivíduo à angústia da perda da saúde, do convívio, dos desejos, dos sonhos, das escolhas, ou seja, do todo da vida miscigenada pelo concreto e pelo subjetivo que permite o viver. Assim, educar é criar espaços para que o jovem, situado organicamente no mundo, empreenda, ele próprio, a construção de seu ser em termos individual e coletivo. Criar espaços é criar acontecimentos, é articular ambiente, tempo, coisas e pessoas para produzir momentos que possibilitem ao jovem ir, cada vez mais, assumindo-se como sujeito, ou seja, como fonte de iniciativa, responsabilidade e compromisso. Com isso, queremos que o jovem adquira um nível de distanciamento crítico em relação às determinações de sua circunstância pessoal e social. Nesse processo, o jovem troca a condição de ator de um roteiro determinado por circunstâncias alheias à sua vontade pela condição de autor, em medida progressiva do seu próprio destino. Estamos vivendo uma geração complexa e indecisa em vários aspectos.
Selecionamos aqui o aspecto Escolha da Profissão para elencar as dificuldades que os jovens têm em definir sua carreira profissional, seu projeto de vida, justamente em um período em que ele está definindo sua identidade e, principalmente, querendo estabelecer o que quer ser na idade adulta. Para isso é necessário que conheça suas capacidades, seus interesses e sua motivação. Quando falamos em projeto de vida, estamos pensando, como Paulo Freire, na capacidade humana de projetar o futuro para transformar o presente.
Projetar é ter confiança de que a realidade pode ser diferente do que está sendo. Não nascemos prontos! Somos inacabados. É através do projeto de vida que exercitamos nossa capacidade de sonhar e de agir com atitude proativa, investindo nas nossas escolhas, caminhando para um futuro novo e melhor. Entretanto, cabe lembrar que essa geração de educandos é constituída por jovens envolvidos com as tecnologias, e deve-se questionar sobre essa visão da construção do indivíduo moderno. Não estaríamos totalmente envolvidos pela informática? Que formação tem essa nova geração quanto ao ensino da arte? O que entende essa geração por imaginário e sensibilidade artística? Sobre essa nova geração, chamada digital, Don Tapscott faz as seguintes perguntas: […] quando a geração digital atingir a maior idade, que tipo de mundo criarão? Eles são a geração mais bem informada e ativa que já existiu. Esses jovens dominarão a maior parte do século XXI.
Que valores serão importantes para eles? Como vão moldar o mundo? Acreditamos não ter respostas ainda para todos estes questionamentos. Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos, em suas relações uns com os outros e todos com o mediador, ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, transformador, criador, realizador, assumir-se como sujeito e objeto em constante evolução (Paulo Freire).
Aquecimento
Ao explorar o movimento, tentamos incluir uma busca de ações que sejam totalmente simétricas. Isso faz com que realmente pensemos no que estamos fazendo com o corpo. A forma humana tem um eixo central que passa pelo meio do corpo, deixando um olho, uma narina, um ouvido, um braço e uma perna de cada lado. É como se o lado direito fosse uma imagem espelhada do esquerdo. No entanto, raramente estamos conscientes dessa estrutura fundamental, de modo que nossas ações quase nunca são verdadeiramente simétricas.
Para experimentar esse tipo de movimento, vamos tentar mexer o lado direito e o esquerdo do mesmo jeito ao mesmo tempo. Por exemplo, levantemos ambos os braços, ou abramos os olhos ao máximo, ou viremos ambos os pés para dentro; não importa o que façamos ou com o que isso pareça, o interessante é descobrir todas as possibilidades que o nosso corpo nos permite. Há uma “regra” no teatro Nô (teatro oriental) que diz o seguinte: “Devemos reunir mil olhos”. Isso significa que os pontos fundamentais do uso consciente de nosso corpo, de nossa interpretação, devem causar o mesmo impacto em todos os expectadores. Todos devem, em princípio, estar em consonância com nossas ações. Obs.: Todo o processo dessa intervenção deverá ser acompanhado por músicas em BG.
1a Etapa – Apresentação
• Dispor os educandos em círculo, onde no centro deverá ter uma caixa com cartões de diversas cores. • Orientar os alunos a escolherem um cartão da cor que lhe convier
• Registrar o sentimento pela escolha da cor em relação às expectativas da oficina no cartão. Inclusive o mediador.
• Guardar o cartão sigilosamente, pois será reutilizado nas etapas seguintes.
2a Etapa – O Corpo – Exercícios bioenergéticos
A − O grupo deverá caminhar pelo espaço físico aleatoriamente, sob o comando do mediador. Este deverá estabelecer o tempo e as três etapas da caminhada.
1 – Caminhar lentamente. Ocupando sempre o espaço vazio do ambiente.
2 – Caminhar rápido. Sempre se direcionar para os espaços vazios do ambiente. (Perceber o tumulto dos alunos ao tentarem ir para o mesmo lugar.) 3 – Correr. Sempre orientá-los a ir para os espaços vazios do ambiente. Ações:
• Parar em posição de estátua, sentindo: o corpo, o som do corpo, a respiração.
• Ouvir, expressar o sentimento, a dificuldade de ir ou estar num espaço que escolheu.
• Notificar. No exercício, como na vida, muitos vão na mesma direção ou em direções opostas.
• Ficar atento às observações e colocações dos educandos. mudar e tomar novos rumos. Reafirmamos a concepção da relevância da arte na vida do ser humano, na medida em que se constitui em experimento de construção de liberdade, através do exercício da imaginação, da problematização que leva à descoberta/invenção de processos e de escolhas, de campos de escolhas — cores, formas, sons, palavras —, para ser mais precisos. Nesse sentido, a possibilidade da conjugação entre arte e terapia surge como um binômio necessário ao processo criador do próprio indivíduo e de suas criações.
Introdução
Escolher é uma tarefa de vida. E a escolha de uma profissão possui um lugar singularmente importante na vida dos adolescentes e jovens. Tomar uma decisão quanto a que caminho ocupacional seguir pode ser considerado um processo de transição que envolve também outros atores sociais, tais como pais e educadores. Nesse contexto, são diversos os fatores que influenciam, idiossincraticamente, na história de cada jovem. A construção do futuro profissional envolve tanto elementos socioculturais quanto afetivos e emocionais. Por um lado, há as pressões externas ditadoras das regras do profissional do futuro, como, por exemplo, as dificuldades que o mercado de trabalho apresenta em quase todas as áreas.
Por outro, o desafio de uma decisão precoce, que possui uma relevância significativa na trajetória ocupacional do sujeito na sociedade, pode incitar sensações de insegurança, tensões, medos e dúvidas. Frequentemente, a literatura aponta a adolescência como um período marcado por crise de identidade, pois nela há mudanças profundas e estruturais. Desse modo, como afirmado por Aguiar e Conceição (2008): “Toda a estruturação psíquica e orgânica, inerente a essa fase, promove grandes transformações no sujeito que a vive, dando espaço para um intenso processo de ressignificação de valores e atitudes”. Ao passar pela adolescência, é comum os sujeitos se afastarem do contexto cultural familiar em busca de novas possibilidades de ser no mundo, em um movimento de construir os seus próprios valores.
Sua visão só se tornará clara se você for capaz de olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro desperta. Carl Jung
Objetivos
Objetivo geral
Este trabalho objetiva propor uma intervenção direcionada aos alunos do 2o ano do Ensino Médio com dificuldades para escolher suas futuras profissões, utilizando técnicas teatrais com os recursos de trabalhos corporais em um processo arteterapêutico de orientação vocacional.
Objetivos específicos
• Proporcionar aos educandos um encontro com a arteterapia e as técnicas teatrais como facilitadoras do processo de entendimento das suas escolhas.
• Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais.
• Mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
• Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas, éticas e de respeito às diferenças.
Etapas da intervenção Técnicas teatrais e arteterapêuticas no processo de orientação profissional. Grupo de até 20 alunos do 2o ano do Ensino Médio. O que? O quem? E o onde? Baseado nos Jogos Teatrais, de Viola Spolin, e nas técnicas teatrais de O ator invisível, de Yoshi Oida. Tempo estimado para a realização dessa oficina: 4h. Espaço físico necessário: palco, auditório sem cadeiras. Materiais necessários para execução da oficina: Som; elementos domésticos, como vassoura, pano de chão, espanador; caixa com papéis coloridos; canetas; lápis de cor; lápis de cera; lápis grafite; cartolinas brancas; borrachas; réguas. Os alunos deverão estar com fardamento de Educação Física ou roupas leves.
Fotos: Arquivo pessoal
B – Exercício de respiração diafragmática juntamente com movimentos corporais bioenergéticos.
1 – Posicionar os pés em uma abertura de aproximadamente 40 cm, o que corresponde à largura dos ombros. Inspirar pelo nariz, enchendo o diafragma, expirar pela boca levemente aberta (repetir três vezes).
2 – Manter a posição dos pés, flexionar levemente os joelhos e inclinar o tronco para frente; manter a posição por 10 segundos. Voltar à posição inicial (repetir três vezes).
3 – Manter a posição dos pés e se agachar lentamente até as mãos tocarem no chão, erguer o corpo rapidamente, esticar os braços para o alto e retornar à posição de agachamento, imitando um sapo (repetir três vezes).
4 – Formar duplas conforme as cores dos cartões escolhidos. (Caso ocorra de alguém não ter seu par, formar com cores complementares.)
5 – Definir quem fará o papel da pessoa e quem fará o papel do espelho. Já definido, o educando que for “pessoa” deverá criar movimentos que deverão ser repetidos pelo educando “espelho”. Depois de um determinado tempo estabelecido pelo mediador, as duplas deverão inverter os papéis, assim viveremos o Eu Invertido.
6 – Sentar em círculo e ouvir os relatos. Ficar atento às observações e colocações dos educandos.
7 – Valorizar a importância de se perceber no espaço, inteiro, íntegro. Perceber e reconhecer suas capacidades de respiração para um melhor controle das emoções. Colocar-se no lugar do outro e demonstrar a seriedade do respeito às diferenças e às dificuldades suas e do outro.
8 – Ouvir atentamente as observações e colocações dos educandos.
3a Etapa – A Voz – Exercícios para impostação e colocação da voz – fonoaudiologia básica A – Exercício de emissão, compreensão e controle da voz.
1 – Deitar no chão e manter um controle sobre sua respiração. Inspirar profundamente e soltar o ar pela boca aberta. O ar quente deve sair limpando as cordas vocais (repetir três vezes).
2 – Permanecer na mesma posição, soltando o ar com a boca em bico, criando a ideia de afunilamento do ar, imaginando um fio com o ar, que chegue a atingir o teto da sala (repetir três vezes).
3 – Manter-se de pé, espalhados e intercalados no espaço, conservando a mesma posição dos pés, flexionando levemente os joelhos, respirando com o diafragma, soltando a voz em M, depois em S, depois em Z (repetir três vezes).
4 – Respirar com o diafragma e soltar o ar com o som das vogais, A, E, I, O e U, no crescente e decrescente (repetir três vezes).
5 – Permanecer na mesma posição, repetindo a respiração em M, com as três ressonâncias: A- torácica, B- facial, C- cranial.
6 – Cantar uma música conhecida por todos, exagerando nas máscaras faciais e brincando com as notas da melodia.
7 – Compartilhar os sentimentos, as percepções, identificando as dificuldades e facilidades do grupo em se expressar por meio do uso da voz cantada.
B – Exercício de impostação da voz.
1 – Formar grupos, cores quentes e cores frias.
2 – Criar uma cena em que todos deverão ter falas. Porém, o único som que os componentes de cada grupo deverão emitir é o som da palavra eu, ou seja, criar um diálogo coletivo onde a palavra eu substitua todas as outras palavras que deveriam ser ditas. (Observar a disponibilidade, o comando, a criatividade dos educandos agindo nas dificuldades.)
3 – Colocar grupo contra grupo no mesmo processo do exercício anterior.
4 – Dialogar sobre as dificuldades.
4a Etapa – A Criatividade – Exercícios para desenvolver a criatividade cênica – jogo de interpretação
A – Exercício O Eu Invisível.
1 – Entrar em contato com os objetos domésticos encontrados na sala de aula e escolher um para si.
2 – Utilizar o objeto escolhido, respondendo por escrito, em uma folha de papel, as seguintes questões: “O que sou?”, “Para que sirvo?”.
B – Exercício O Duplo.
1 – Apresentar-se, assumindo o personagem “objeto”, em formação de plateia.
2 – Repetir a apresentação utilizando o seu objeto com qualquer função, menos com a função de origem. Exemplo: uma vassoura pode ser qualquer coisa, menos vassoura.
3 – Compartilhar sua experiência, respeitando/aceitando as dificuldades e valorizando as facilidades de cada um dos educandos presentes.
4 – Expressar o valor de cada coisa como uma engrenagem que movimenta a vida. 5 – Ouvir atentamente, isentando-se de julgamentos, críticas ou respostas.
5a Etapa – Pintando o Sete –
Arteterapia A – Desenho criativo a partir do exercício dos objetos domésticos.
1 – Criar uma imagem a partir da atividade anterior utilizando o material disponível (lápis de cor, lápis de cera, lápis grafite, borrachas, réguas, cartolinas brancas) e assinalando a necessidade de todas as coisas existirem, a importância das coisas e das pessoas. (Estipular tempo se necessário.)
2 – Formar grande círculo para que todos possam apreciar os trabalhos.
3 – Compartilhar sua experiência, indicando qual o ponto mais forte vivido.
6a Etapa – Os cartões e as cores
A – Solicitar a cada educando reaver seu cartão com calma, relembrando o que acabaram de experimentar, e escrever, no verso, de maneira simples, uma avaliação da oficina.
B – Comparar o que escreveram no início da oficina e o que escreveram no final. Deixar livre os comentários de comparação.
C – Realizar pesquisa sobre a simbologia das cores e perceber os símbolos daquela escolhida.
D – Analisar coletivamente a oficina e elencar as atividades dos próximos encontros.
Conclusão
Como fazer a melhor escolha profissional? Claro que não há uma regra. Mas a melhor escolha será aquela em que o jovem se percebe mais seguro e confortável. Ele precisa conseguir vislumbrar seu futuro na profissão. Para os mais indecisos e que não conseguiram encontrar a vocação, um trabalho arteterapêutico que o coloque diante de si pode ser essencial. Entretanto, o primordial ainda é o apoio dos pais ou responsáveis. Com a certeza de que, independentemente da escolha, eles terão aqueles que os amam ao seu lado, a pressão para fazer a escolha certa diminuirá consideravelmente. E, caso não se sintam preparados para ingressarem em uma faculdade logo quando terminam o Ensino Médio, não custa nada esperar para tomar uma decisão mais consciente e livre de obrigações. E se optarem por fazer uma escolha e posteriormente descobrirem que aquele desejo não era deles realmente, nunca é tarde para Imagens: Freepik.com Edinaldo Ribeiro é professor, graduado em História pela UFRPE, pós-graduado em História das Artes pela mesma universidade e concluindo pós em Arteterapia na Saúde e na Educação pela Universidade de Palmas.
Trabalha com crianças, adolescentes e jovens em escolas particulares — Colégio Grande Passo e Colégio Decisão — no Recife/Pernambuco. Administra alguns trabalhos na área de Artes (teatro, pintura, música, cinema e dança), atrelados com a arteterapia e os assuntos transversais. edinaldoareias@gmail.com Maria Albertina Nogueira é arteterapeuta. Nathaly Ferreira é psicóloga. Rita Dantas é pedagoga.