Edição 131

Refletindo

DE PROFESSOR A EDUCADOR

Maria Dolores Fortes Alves

Um mestre funciona como um agente catalisador, cuja presença estimula. É como quando o Sol nasce pela manhã e os pássaros começam imediatamente a cantar. Eles surgem voando de todos os lados, celebrando e dando boas-vindas ao novo dia através das canções. O Sol não age diretamente sobre eles, mas algo acontece; o ambiente faz com que os pássaros se sintam vigorosos, jovens e vivos.

As flores começam a desabrochar… O Sol não está se dirigindo a cada flor, forçando-a abrir, pelo menos não de uma forma direta, entretanto os seus raios dançam ao redor da flor, dando-lhe calor e encorajando-a delicadamente. As flores têm de ser tocadas de uma forma suave. Se você forçar suas pétalas a se abrirem, elas não resistirão. Você conseguirá fazer com que se abram, mas, ao mesmo tempo, morrerão. O Sol simplesmente cria o clima no qual elas podem desabrochar. Um desejo interior surge dentro delas, algum instinto misterioso entra em sintonia com o calor do Sol. E as flores abrem e começam a exalar sua fragrância.

Exatamente como o trabalho do mestre…

Ele não pode entregar tudo aquilo que conhece, mas pode criar um certo campo de energia em que suas pétalas podem se abrir e suas sementes são incentivadas para que possam criar coragem suficiente para dar um salto no qual o milagre se torna possível.


ALVES, Maria Dolores Fortes. De professor a educador: contribuições da psicopedagogia: ressignificar os valores e despertar a autoria. Rio de Janeiro: Wak, 2006.

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