Edição 116

Matéria Âncora

É tempo de ouvir

Ivônica Xavier

Porém, mais do que isso, é preciso tempo para se esforçar e se colocar no lugar do outro, de saber que nossas histórias não são as mais interessantes e imprescindíveis de serem ouvidas.

Como está a sua capacidade de ouvir? Convido-lhe a responder às dez indagações a respeito. Então, puxe uma cadeira e vamos conversar!

1. Quantas vezes você já teve de se esforçar para atrair sua mente, que estava vagando, enquanto a outra pessoa falava?

2. Quantas vezes já se sentiu ansioso pelo fim da narração de alguém para poder contar sua própria história?

3. Quantas vezes, enquanto a outra pessoa falava, você pensou o que ou como ela poderia ter falado ou no que você faria no lugar dela?

Com que frequência costuma chamar seu companheiro ou companheira para uma conversa, com disposição para ouvir o que a pessoa tem a dizer?

4. Quantas vezes parou o que estava fazendo para ouvir o que sua criança quis mostrar ou dizer?


5. Você costuma dar chance a ela para explicar o motivo de uma trela ou desobediência?


6.Quantas vezes você já sentou para bater um papo com um idoso da família?


7. Você já parou para pensar que tudo o que aquele idoso que fala pelos cotovelos na fila do supermercado gostaria era de ter alguém que o ouvisse sem pronunciar monossílabos a fim de encurtar a conversa?


8. Quantas vezes você já se magoou por causa do comentário ou da opinião de alguém a respeito do que você disse? Sabia que o inverso pode ter acontecido também?

9. Quantas vezes você deu um tempo para conversar consigo mesmo e ouvir o seu interior?

Para começar, siga um conselho: procure ouvir cada vez mais e melhor, inclusive você mesmo. Saiba que quem não se ouve não consegue ouvir os outros. Saber ouvir é uma dádiva que enriquece nosso interior e favorece a saúde emocional, conjugal, familiar e social.

Deus é a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros, a beleza mora lá também.
– Rubem Alves

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