Edição 25

Projeto Didático

Lanche Saudável Escola Polichinelo

polichineloA obesidade está associada a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares, e os educadores, com a importância que têm como multiplicadores de informação, não podem abster-se de fornecer uma orientação alimentar e reavaliar os lanches oferecidos pelas escolas.
O Programa Alimentar – Escola Saudável, promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Sociedade Brasileira de Pediatria e pelo Programa Fome Zero, encontrou, como grande parceira, a Escola Polichinelo. O objetivo do Programa é desenvolver e implementar uma educação do lanche escolar e estimular a atividade física, visando à melhoria da qualidade de vida do estudante e ajudando a prevenir a obesidade.
Pesquisa realizada no início do Programa Escola Saudável, coordenada pela endocrinologista Dra. Keyla Camargo, mostrou que as escolas não ofereciam como opção de lanche fruta in natura, apenas 50% ofereciam sucos e 100% das escolas tinham, no seu cardápio, pastéis, coxinhas e refrigerantes.
Sabe-se que as crianças precisam de uma alimentação saudável, com doses equilibradas de nutrientes. O lanche no meio da manhã ou no meio da tarde estabiliza o nível de glicose no sangue, fator importante para o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Sensibilizados, os educadores da Polichinelo se engajaram, há cinco anos, no Programa, e, em julho de 2004, a Escola recebeu o título de Escola Amiga da Criança, prêmio concedido pela Sbem e pelo Fome Zero.
A fim de proteger a saúde das crianças e implementar um processo de reeducação alimentar nas famílias, o lanche coletivo foi implantado, paulatinamente, na Polichinelo. Iniciou-se com a turma do Infantil I, faixa etária de 2 anos, e hoje já alcançou as turmas de 5 anos.
Na cantina da Escola, a princípio, nada foi proibido, apenas foram retirados do cardápio frituras e salgadinhos. Refrigerantes podem ser consumidos apenas na sexta-feira. Nos outros dias da semana, estimula-se o suco de fruta ou leite achocolatado, que deverão ser em embalagens longa-vida ou serem acondicionados em garrafas térmicas.
A segunda-feira ficou conhecida como o Dia da Fruta, pois os alunos da Educação Infantil recebem, nas salas, bandejas com diversas frutas, formando um belo colorido tropical. Os alunos do Ensino Fundamental também trazem, nesse dia, frutas para o lanche, preferencialmente frutas inteiras e devidamente higienizadas, que não são cortadas ou descascadas, para evitar a perda dos nutrientes. Foi introduzido, também, o espetinho de frutas, muito bem aceito por todos da comunidade escolar.
Para o lanche trazido de casa pelos alunos do Ensino Fundamental, a Escola orientou os pais para que evitassem enviar biscoitos recheados, salgadinhos e bolos com recheios, pois não são alimentos saudáveis. Guloseimas como balas, chocolates e chicletes não apresentam valor nutricional significativo e prejudicam o apetite para alimentos realmente nutritivos.
No ano passado, o aluno da 1ª série Paulo Henrique Marrocos de Oliveira, 7 anos, estava um pouco acima do peso ideal, e a família procurou uma endocrinologista, motivada pelas palestras ocorridas na Escola. Na consulta, constatou que ele também estava com a taxa de colesterol e de triglicerídios acima do normal. Ele fez regime, mudou o seu hábito alimentar, emagreceu 4 quilos e conseguiu o mais importante, que foi baixar as suas taxas. Agora, se alimenta de forma mais saudável: Paulo Henrique diz que gosta muito de sopa e de cuscuz e que aprendeu a comer frutas na Escola.
“Através de palestras para os alunos e para os pais, geramos uma conscientização da necessidade de uma mudança no lanche. Assim, estimulamos os alunos para que tragam de casa lanches ‘verdes’, e, aos poucos, as crianças vão formando novos hábitos alimentares e vão se acostumando com lanches que não estavam incluídos no seu cardápio familiar”, afirma a diretora-pedagógica Maria Guilhermina Arcoverde.

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