Edição 116

Em discussão

Qual a importância de escutar o que os alunos têm a dizer

Rômulo Martins

Não é nenhuma novidade dizer que os tempos mudaram, certo? Também não é nada surpreendente sugerir que, para que vivamos em harmonia com essas transformações, precisamos nos adaptar. E é nesse gancho da adaptação que entra a relação entre alunos e professores, uma preocupação relativamente recente.

O processo educacional dos tempos atuais tem revelado um estreitamento da comunicação entre docentes e discentes. E, por mais que essa mobilização deva ser vista com certa cautela, o fato é que esse movimento tem proporcionado uma evolução positiva no que se refere ao desenvolvimento acadêmico, uma vez que a melhoria na comunicação chega até a extrapolar o ambiente da própria sala de aula.

E foi pensando nesse novo cenário que resolvemos tratar, no artigo de hoje, da importância da comunicação entre alunos, professores e gestores, além de sugerir ferramentas mediadoras desse processo. Ficou curioso? Então fique de olho.

Por dentro do problemaorelha_pessoas_tranaparente_shutterstock_241408513_Arthimedes

À medida que as relações entre alunos e professores se tornaram mais fluidas, ter mais voz e liberdade de opinião tem se tornado uma das maiores necessidades dos estudantes. É sempre válido lembrar que a causa da desistência e o baixo rendimento de certos alunos acontecem justamente por sua inadequação ao modelo-padrão de ensino, que não lhes proporciona a liberdade necessária para poderem opinar.

Dar suporte ao aluno, ouvir suas ideias, sugestões e reclamações, incentivar sua participação no processo educacional, valorizar seu envolvimento e receber seu feedback são ações que contribuem enormemente para a manutenção da saúde relacional no ambiente acadêmico, tanto em instituições físicas como nos cursos de ensino a distância, como cursos on-line.

Por dentro dos benefícios

Confiança

Quando um aluno sabe que pode opinar, acaba se vendo como peça-chave no processo educacional. Além do mais, ao perceber que suas contribuições são recebidas e apreciadas, uma relação mútua de confiança é estabelecida, o que só acrescenta valor à dinâmica como um todo. Aí todos saem ganhando!

Respeito

Apresentar-se como um modelo de instituição centrado no aluno edifica uma condição de respeito que, por também ser mútuo, alimenta-se ciclicamente. Quando o aluno se sente respeitado pela escola, sua motivação para a ação aumenta. E você vai ver como essa movimentação também virá de forma respeitosa.

Segurança

A segurança é reforçada com a manutenção da comunicação consistente e clara. Receber o feedback do aluno e fazê-lo perceber que suas intenções estão ao menos sendo apreciadas é uma forma de fazer com que ele se sinta seguro a recorrer sempre que achar conveniente.

Por dentro das ferramentasorelha_ouvir_pessoas_shutterstock_307393235_tai11

Uma forma extremamente vantajosa de articular essa comunicação entre professor e aluno é a partir da utilização de ferramentas tecnológicas facilitadoras. E uma plataforma superútil é o Google for Education, que conta com utilização simplificada e oferece um pacote completo de utilitários de armazenamento em nuvem, de forma que os conteúdos são compartilhados e armazenados na Internet.

Esses pacotes possuem recursos que podem ser editados e flexibilizados de acordo com a necessidade do administrador. Lá, você encontrará ferramentas de bate-papo, de videoconferências, compartilhamento de arquivos nos mais diversos formatos, marcação e divulgação de compromissos, trabalhos, provas, prazos, criação de apresentações multimídia, quadrinhos, edição de imagens e vários outros.

Isso sem contar que, simplesmente por se tratar de uma inovação tecnológica, esse pacote contribui para manter os alunos motivados, uma vez que eles se veem incentivados a procurar por fontes de estudo que excedam os limites da sala de aula. E o resultado é percebido em forma de um laço fortificado na relação aluno-professor, o que leva a um aprendizado mais dinâmico e a um sentimento singular de valorização e autonomia.

Pronto para implementar essa revolução em sua escola? Por que acha que é importante escutar os alunos?

Rômulo Martins é diretor de Marketing da Qi Network, empreendedor por natureza, estrategista por vocação e entusiasta do inbound marketing.

Os educandos são convidados a assistir ao vídeo de um clipe musical que está na moda. No primeiro momento, o educador coloca o clipe sem áudio, apenas a imagem. Pede para que os alunos prestem atenção, mesmo achando estranho sem som. Num segundo momento, passa o mesmo clipe com áudio. Depois, o educador pergunta ao grupo o que ele sentiu ao ver o vídeo das duas formas e guia a discussão para focalizar no tema do escutar. Em seguida, distribui um papel com diferentes mensagens para cada educando. São mensagens que falam do saber agradecer ao corpo, à própria saúde e aos sentidos saudáveis do corpo. A turma é dividida em duplas, e o educador solicita que se separem em 1 e 2. Os que são número 1 devem se espalhar pela sala e ficar parados. Eles irão apenas ficar de olhos fechados e escutar. Os outros, que são o número 2, vão andar pela sala e, ao sinal do educador, devem parar do lado de um educando 1 e ler a mensagem baixinho perto do seu ouvido. Voltam a andar, e logo o educador dá outro sinal para pararem e falarem a mensagem a outro colega. Seguem por alguns instantes e, depois, inverte-se o papel dos educandos, ficando o 2 parado e o 1 andando e falando no ouvido. Após terem executado o exercício algumas vezes, o educador pede que fiquem no círculo e conversem sobre a importância da escuta e da orelha como órgão fundamental a que sempre se deve agradecer pela oportunidade de poder ouvir.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife: Prazer de Ler, 2015. 112 p. Ilustrações: Edvaldo André e José Luiz.

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